Um dos meus vizinhos é lelé de pedra. Não lelé de brincadeira, lelé de verdade. Ele sobe no muro pra implicar com o latido do cachorro da vizinha. Fica reclamando do barulho, chama o cachorro de chato e acaba latindo para o pobre do cão. Eu achava um exagero, até ria da situação. Coisa de gente louca, fazer o quê? Pois é, paguei minha língua. Dia desses meu outro vizinho, o super-ultra simpático, achou um outro cachorro na rua e trancou o bichano em sua oficina mecânica. Pronto. Foi o suficiente. Esse sim é um cachorro chato. O bonitinho aí da foto late vinte e quatro horas por dia. Não consigo mais trabalhar, dormir e nem pensar direito com tanto barulho.
Please, antes que eu fique louca de pedra, suba no muro e comece a latir para este cão, me ajudem a encontrar os donos. Eu imploro, divulguem o link em seus blogs, imprimam a foto e colem no poste, avisem os conhecidos. Qualquer ajuda é bem-vinda. Eu agradeço e acho que o cachorro também.
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O cachorro foi encontrado há um mês nas imediações do bairro do Sumaré, na cidade de São Paulo. Ele pode ter vindo das regiões do próprio Sumaré, Pompéia, Perdizes, Sumarezinho, etc.

Veja se você conhece o dono deste animalzinho lindo vendo as fotos no site.



Escrito pela Alê Félix
19, novembro, 2004
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Meu avô materno é um sujeito que sobe na mesa quando o assunto é política. Discordar dele? Nem pensar! Uma macarronada pós-eleições presidenciais já rendeu um olho roxo em um dos meus tios que ousou defender alguns tópicos do plano de governo do inimigo (inimigo do meu vô). Alagoano, reacionário e dono da melhor pontaria que eu já vi, ele sempre foi de botar medo. Principalmente em mim, que cresci me simpatizando com as idéias anarquistas de araque do meu outro avô, mas não queria de jeito nenhum, envelhecer e perder o equilíbrio em defesa das minhas idéias.
Um dia, no meio de uma conversa, o vô anarquista de araque passou a mão sobre a minha cabeça e suspirou: “graças a deus você será comunista. Não acabará malufista como seu pai ou maluca como o pai da sua mãe.” Na época, como eu era muito pequena, não entendi nada e perguntei se comunista era profissão. Ele gargalhou, arrancou alguns livros empoeirados da estante e pediu que eu guardasse segredo sobre o futuro das minhas convicções – 1979 ainda não era um bom ano para sair na rua dizendo que meu avô havia me chamado de comunista, mesmo que a rua fosse somente o meu playground.
Sua previsão não valeu por muito tempo. Meu tesão por política não durou dez anos e as suas palavras de fé sobre a minha personalidade, só fizeram aumentar o meu medo de um dia acordar e me pegar esbravejando velhos discursos políticos como meu avô materno. Pra falar a verdade, eu tinha certeza de que isso aconteceria, mas lá pelos sessenta anos – nunca com trinta, nunca antes dos quarenta. Como aconteceu nas últimas eleições…
Meu avô anarquista de araque já morreu, o reacionário continua com o dedo em riste e apesar de, hoje em dia, eu me recusar até a sair de casa para votar, nas últimas eleições me senti como se fosse uma espécie de Heloísa Helena acordando em um planeta dominado pela juventude do PFL. Isso nos dias bons. Bem ou mal, a juventude do PFL deve oferecer uma boa catequização política, deve ter integrantes que acham que sabem o que estão fazendo ou que, pelo menos, sabem os interesses de quem estão defendendo. Muito diferente da parte que realmente me incomoda. Uma parte que é toda metidinha a entendida, mas é tapada a ponto de não fazer a menor idéia do que são políticos de direita e esquerda. Se bem que, até aí, tudo bem. Não saber não é pecado. Pecado é essa gente despejar a sua cota de bobagens nas discussões acaloradas e pés-no-saco que rolam em períodos eleitorais. Isso é de matar… E foi nessas horas que eu me peguei esbravejando feito meu avô. Esbravejando até me dar conta de que, no final das contas, minha indignação com essas pessoas e a patacoada chamada de festa da democracia é tão ridícula quanto vestir uma camisa, sacudir uma bandeira e se achar cidadão só porque foi obrigado a escolher os palhaços da vez. Eu sei que é ridículo da minha parte, mas me irrita ver gente jovem que não pensa, não questiona e não se envergonha de ser mais um egocentradozinho do planeta. Compreendo que, depois dos trinta, não seja tão anormal alguém defender idéias capitalistas, mas, convenhamos, é fundamental ser socialista aos dezesseis. É sério. Se você conhece uma pessoa muito velhinha e esquerdista, ela está com problema. Se conhecer uma pessoa nova de direita, saiba que ela também tem problema.
E essa molecada ainda vem bancar a rebelde pra cima de mim… É olhar para o lado e ver que, se essa rebeldia existe, só tem servido para estampar tatuagem sem história, piercing sem ideal e votos sem reflexão. É triste. É triste e esse papo não tem a ver somente com políticos, eleições e sistemas de governo. Tem a ver com escolhas e tem a ver com pensar no mundo e não somente no próprio umbigo.
Mas enfim, nem sei porque estou escrevendo sobre isso. Meu avô paterno não errou na essência da sua previsão, mas ignorou a genética – o desequilíbrio foi inevitável. Minhas crenças juvenis envelheceram e se tornaram tão utópicas que já me fazem ignorar as pessoas ou subir o tom para ser ouvida. Tento acreditar que talvez eu esteja errada sobre a minha geração e as que vieram depois dela. Talvez eu esteja… Ou talvez seja só o fato de que o capitalismo e o socialismo não façam mais o menor sentido. Talvez, hoje em dia, só exista o egoísmo e aí não adianta mais esbravejar.



Escrito pela Alê Félix
7, novembro, 2004
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Para ler ou lembrar onde a história parou, clique aqui.
Maldita mania de fazer drama. “Tem recado pra você…” Onde já se viu? Louca! Por que não esperou eu sair do banheiro e disse o que tinha para dizer na minha cara? Droga! Tudo vira uma novela pra essa garota. Dá vontade de não ouvir nada. Ela e o Murilo que se danem! Sensiveizinhos de uma figa… Droga! Droga! Droga.
Apertei o play
Alê, Alê… Você me dá nos nervos, sabia? Seu problema não é o Murilo, seu problema é você mesma. Você é insegura, imatura e orgulhosa. Fala como se fosse gente grande, mas não passa de uma pirralha que não enxerga uma agulha na frente do nariz. E não adianta desligar essa merda de gravador e jurar que nunca mais vai falar comigo porque isso não resolve nada. Ao contrário do que você sempre acreditou, virar as costas para os seus problemas não a torna superior. Quer sair das fraldas, baby? Siga o conselho das chatas das nossas mães: cresça e apareça! O dia que isso acontecer, me procura. Não é só pra beijar na boca que você precisa de coragem. Você precisa de coragem pra viver.
Ouvi, apertei o stop, voltei a fita, ouvi de novo. Repeti o roteiro do “rew” e “play it again” umas cinco vezes na tentativa de desfazer o nó que aquelas palavras formaram na minha garganta. Não adiantou. Eu só queria poder encher a cara da Marilu de tabefes. Tranquei a porta do quarto, pulei a janela, o muro e, decidida, segui até a casa da sabichona. Decidida, mas cagando de medo. Era a primeira vez que eu saía de casa sem avisar os meus pais. E mesmo com toda a coragem que a raiva me proporcionava, achei melhor correr. Era quase meia-noite, um temporal atravessava a represa e eu morria de medo do que diziam sobre a gangue do Zé Laranja.
———————–>>>Continua.
Clique aqui para ler o primeiro post da saga do primeiro beijo.



Escrito pela Alê Félix
6, novembro, 2004
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Estou procurando, para alugar, uma loja, galpão, salas, casa ou qualquer outro tipo de imóvel com um bom espaço. Precisa ser a, no máximo, dois quilometros da minha cama porque eu estou odiando a idéia de ter que parar de trabalhar em casa. Pode ser na Pompéia, Lapa, Sumaré, Perdizes, Pinheiros e Lapa, Lapa, Lapa. Se possível, que seja direto com o proprietário. Valeu. 😉



Escrito pela Alê Félix
3, novembro, 2004
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Ontem passei alguns minutos com a Roberta no telefone. Gostei dela… Falamos sobre trabalho, blogs, livros, editoras, a mafia do mercado editorial e blogueiros. Falamos basicamente sobre a mediocridade humana. Falamos sobre egos, disputa de poder, necessidade de ser aceito, inveja, covardia, prejuízos virtuais e o melhor de todos os jeitos de se ganhar dinheiro com um blog: virando as cartas. Pois muito bem, é sobre virar algumas cartas que eu queria escrever. Quem sabe assim o contador sobe e a grana cai do céu para que eu pague com ela, ao menos, os custos do provedor.
Sabe de uma coisa? Eu não preciso ser vidente para saber o quão solitárias podem ser as mil e tantas pessoas que passam por aqui diariamente. Somos movidos por medo e curiosidade. Bisbilhotar o dia de alguém que vive trancada em casa por, principalmente, suportar cada vez menos as pessoas, é só uma manifestação simples do seu medo e da sua curiosidade. Somos iguais e é por isso que você volta. Por que você se esconde? Eu não preciso ser vidente para enxergar ciumes, inveja, raiva, ódio (?)… Está na moda odiar. E quem entende como esses sentimentos brotam na gente? Sabe, eu também sinto essas coisas. Sou humana. Sinto ciumes, minto, blefo o tempo inteiro só para me certificar de que estou cercada de farsantes… e quase sempre eu acerto. Mas não se preocupe, nenhum de nós é bom pra caralho. É por isso que você volta não é mesmo? Volta porque eu não me importo que você me odeie, volta porque eu não me importo de me importar com a sua miséria, volta porque por pior que seja sua curiosidade e ela que acaba fazendo você ler até o final. Não é incrivel? Eu também não consigo acreditar, por exemplo, que você chegou até aqui. Está sempre aí… Louco pra ver quantas vezes eu consigo levantar e louco pra rir da minha cara quando eu caio. É tão bizarro quanto olhar defunto atropelado na beira da estrada. Mas, novamente, não se preocupe. Todos nós olhamos. Quem não olha fecha os olhos com medo da realidade. É meigo, mas é também covarde. Ah! E eu sinto inveja, sim. Não esqueci da inveja. Morro de inveja! Dos herdeiros, dos talentosos e daqueles que vivem se apaixonando. Já devo ter dito isso antes. E sinto raiva quando vejo uma dessas pessoas reclamando. Queria ter o dom de calar a boca dos outros assim como eu calo a sua de vez em quando. Deve ser por isso que vira e mexe eu tiro esses comentários… Aqui é um dos poucos lugares que eu ainda posso brincar de deus. E há quem ainda apareça para falar em crise de criativadade, estatísticas… Céus, que porra essa gente tem na cabeça? Que porra você tem na cabeça? Para se dedicar diariamente a um blog é necessário ser extremamente solitário e, apesar de tanto isolamento, eu ainda gosto de conversar com algumas pessoas… Cinco. Talvez quatro, mas ainda gosto. Elas diminuiram drasticamente depois que eu comecei com essa história de blog. Não é à toa que muita gente pira com essa coisa toda. Eu tenho pena de mim mesma quando me dano a escrever bobagens em posts cheios de erros e falta de coerência. Sinto pela solidão que me enfio quando deixo escapar a hora de parar. Sofro minha vidinha medíocre de todo dia… Sofro pela minha e pela sua.



Escrito pela Alê Félix
29, outubro, 2004
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Escrito pela Alê Félix
28, outubro, 2004
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Estou procurando uma chácara, sítio ou qualquer lugar que caiba oitenta pessoas, seja agradável, bonitinho e tenha forno, pia, churrasqueira e todos esses espaços onde uma família cheia de mulher pode cozinhar, festejar e tagarelar. Não pode ser muito longe da cidade de São Paulo e precisa estar livre nos dias 30, 31, 01 ou 02 de Novembro. Quem souber de algum lugar bacana, por favor me avise. Ontem passei o dia todo em Itapecerica, Embu, Cotia e, nada. 🙁
Obs.: Primos, primas e fedelhos da família Felix que eventualmente vasculham este blog atrás de algum podre meu: se contarem pra minha mãe que eu estou procurando um lugar para a festa de 50 anos dela, eu esmago os olhinhos de vocês com dedos de pimenta. Controlem-se uma vez na vida e guardem segredo. É uma festa surpresa.



Escrito pela Alê Félix
24, outubro, 2004
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Meninos e meninas, estou procurando alguém que tenha domínio do Xoops (sistema gerenciador de conteúdo), inclusive na parte de templates. Se souberem de alguém por favor me avisem.



Escrito pela Alê Félix
21, outubro, 2004
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