Recebi alguns e-mails e vi algumas pessoas comentando que não vão poder vir à Festa das Máscaras porque moram longe.
Eu poderia simplesmente citar Richard Bach e dizer que “longe é um lugar que não existe”, mas eu me sentiria meio
brega fazendo isto.
Então vou dizer outra coisa: você vive pra que? Eu sei que a resposta pode variar de pessoa para pessoa. Tem gente
que vive pelos filhos, outras empurram com a barriga, outras se entregam para o trabalho, outras para os seus amores
e muitos nem pensam muito nessas coisas porque começa a doer a cabeça. Mas tem uma coisa que eu acho que deveria
valer, pelo menos um pouquinho, para todos nós. Todos deveriam viver pelo risco. Correr riscos é o grande tesão de
estar vivo. Quem sabe o que vai dar certo ou não? Quem te garante que aquele monte de gente de máscaras vai falar
com você ou não? Quem pode afirmar que o dinheiro de ida e volta de uma passagem de ônibus para São Paulo, não vai
fazer falta no fim do mês? A resposta a gente só descobre pagando pra ver. Pode ser uma bosta, pode ser do caralho,
você pode se apaixonar no meio do caminho, pode mudar de emprego no fim do mês… A gente só tem como saber
arriscando.
Sabe, a única coisa que eu me orgulho verdadeiramente na vida é a minha capacidade de falar “foda-se”. Na dúvida, eu
faço o que tem que ser feito e foda-se! A única coisa importante são pessoas e experiências, o resto são acessórios
de rotina.
Nenhum bate-volta de quinhentos quilômetros deveria te impedir de fazer o que quer. Não se preocupe com o fato do
lugar estar cheio, vazio, com panelinhas formadas e você não ter um blog. Blogs sem leitores não gerariam festas,
dono de blog que não quiser dar um abraço no cara que comenta ou passa pelas coisas que ele escreve ficará em casa
escrevendo e deixando de viver, se as panelas se fecharem e ninguém olhar para a sua cara, tenha coragem de ir lá
conversar e entrar para a turma. Turminhas fechadas são o maior sinônimo de medo de ser humano – relaxa e vai lá.
Eles vão gelar no começo mas vão se acostumar, ninguém é 100% cagão, além do mais ninguém resiste a uma pessoa
simpática e interessada. É só um encontro. Na dúvida a gente aumenta o som e vai dançar.
Facilitando sua vida:
Quem quiser vir de avião para SP, as opções mais econômicas são:
Fly – 0300-3131 323 – www.voefly.com.br
VIA BRA – (011) 258-4511 – O site está em construção.
GOL – 0300-789 2121 – www.voegol.com.br
Ônibus, venha de ônibus. De qualquer terminal rodoviário de São Paulo, é só você ir de metrô até a estação Sumaré e
pegar um taxi ou ônibus que vá pela Alfonso Bovero, peça para descer na esquina com a Apinagés e procure o número.
Lugar para ficar:
Formule 1: É um hotel
campeão! Fica do lado do metrô Paraíso e, se você vier com mais duas pessoas, se hospedam em um quarto por R$55,00 (
R$18,34 cada um). Vá no site do
hotel, ligue, se informe e venha!

Onde comprar uma máscara?
Eu acho que naquela região da Vinte e Cinco de Março (centro de SP), em lojas de fantasias, é bico encontrar.
Quem quiser pode ir até a Praça Benedito Calixto no sábado, lá tem um cara que vende umas máscaras lindas de papel
machê. Liga pra ele, diz mais ou menos o que você quer e deixa seu nome que ele reserva umas para você escolher no
sábado.
O telefone dele é: 4716-1367 / 9694-5510. O nome é Cameri e é mais fácil encontrá-lo no celular mas, se não
conseguir, deixa recado que ele retorna.
Fui.
Ah! Ontem a noite saí gripadona pra conhecer duas figuras que este blog me deu. Dá pra acreditar que a gripe foi
embora? Gente me sara. 😉



Escrito pela Alê Félix
16, janeiro, 2003
Comentários desativados em Festa das Máscaras (Post III)
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Parece brincadeira…
Um ano tentando encontrar disposição e um bom motivo para uma festa e, quando eu encontro, vem a Dona Gripe e me
pega de jeito.
Tô com febre, dor de garganta, dores no corpo, tô com tremedeira e um monte de trabalho esparramado sobre a mesa.
Nestas horas eu agradeço a deus por trabalhar em casa e poder passar o dia de pijama e pantufas. Obrigada, Deus!
Não consigo nem escrever direito… que merda.
Pra piorar descobri que o meu veganismo me causou uma anemia. Gordinha anêmica é o fim! Eu sei que uma coisa não tem
nada a ver com a outra mas… caramba! Eu não merecia. A médica disse que talvez eu precise comer peixe durante um
período. Como é que se come um peixe quando não se consegue mais matar nem pernilongo?
Bom, só queria avisá-los que estarei na festa de qualquer jeito. Acabei de falar com o D.J., fui ver o lugar antes
de ontem e estou fazendo o possível para o meu cérebro pegar no tranco, esquecer a enfermidade e ter umas idéias
bacanas para o dia. Enquanto isso, aceito sugestões.
Detalhes sobre a Festa das
Máscaras



Escrito pela Alê Félix
15, janeiro, 2003
Comentários desativados em Festa das Máscaras (Post II)
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Festa das Máscaras
Já que a gente vive tricotando pela internet, que tal marcarmos um dia para tirarmos as máscaras? Então vamos todos
à Festa das Máscaras! Aberto para blogs, sites e Cia. Ltda.
FAQ:
Quando vai ser?
Neste sábado, dia 18 de janeiro, a partir das 21 horas.
Onde vai ser?
O lugar foi fechado para nós. Chama-se Central das Artes, fica no Sumaré, na rua Apinagés, 1081, São Paulo. Tel.
(11) 3865-4165 (para ver o mapa, clique
aqui
). O lugar tem dois ambientes: um coberto e outro ao ar livre. Vou colocar mais detalhes, por aqui, no
decorrer da semana.
Com que roupa eu vou?
Vista o que quiser, mas vá com uma máscara.
Quanto morre?
R$5,00 (cinco paus) para entrar, não tem consumação. Você receberá uma comanda na entrada e só pagará o que consumir
além dos cincão.
O que vai rolar?
Um encontro dos donos de blogs, sites e seus frequentadores.
Vai ter música?
Vai ter um D.J. que já está avisado pra botar todo tipo de música.
Por que tudo isso?
Porque sim!
Se você quiser colocar no seu blog o selo da festa, fique à vontade. Ele será linkado a uma página específica, para
que as pessoas saibam do que se trata, como vai ser e blá, blá, blá. Clique no botão abaixo e copie o código:

Acho que é só! Beijo e até sábado.



Escrito pela Alê Félix
13, janeiro, 2003
Comentários desativados em FESTA!
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A primeira noite no videopapo
Nem preciso dizer que virei a noite papeando no videopapo, né? Vício, vício, vício. Montes de nerds tímidos,
troca-troca de telefones e “trimmmm!”, o despertador histérico que nunca tinha sido usado, gritava na minha orelha
que era hora de trabalhar. Eu, morta de sono, a noite toda romanceando naquela porcaria viciogênica… estava
perdida. Como conciliar noites de zumbi no teclado, encontros às escuras com paqueras virtuais, o despertador
tocando às cinco da manhã e trabalho em horário comercial? Aquilo não era vida! Mas eu precisava parar de reclamar,
tomar um banho e ir para o meu primeiro dia de trabalho na Teletel.
Os dias não seriam tão fáceis como eu havia imaginado…



Escrito pela Alê Félix
12, janeiro, 2003
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Hoje é a festa de aniversário do meu sobrinho. Festão! E não é sem motivo, o garoto é foda de legal! Fizemos um
jornalzinho com fotos e textos sobre ele. Maridon fez o layout e eu tentei contar a história. Estranho, pensar que
ele pode ver esta lembrança por anos e anos, estranho.

O anúncio de uma gravidez vem sempre acompanhado de dois sentimentos: surpresa e alegria. E foi assim que
as famílias dos Felix e a dos Alves receberam a notícia de que a Shirley e o Alexandre trariam ao mundo em poucos
meses uma misturinha do amor dos dois.
Foi uma correria! Corre comprar as roupinhas do bebê, corre pintar o quarto, corre comprar um bercinho,
fraudas, muitas fraudas, corre pra lá e corre pra cá. Mas Deus fez tudo direitinho e deu para o casal nove meses de
gravidez saudável e cheios de disposição. Toda a família ajudou: a vó Maria, o vô Oswaldo, a vó Izabel, o vô Carlos,
todos os tios, as tias, os primos, as primas, os amigos, os vizinhos, sobrou energia até para a bisavó Ana e os
bisavós Lourdes e David. Todos aguardaram com ansiedade e felicidade o nascimento do bebê e todo santo mês da
gestação a mesma pergunta se repetia: Já sabe se é menino ou menina? A resposta era sempre a mesma: Não, ainda não.
O danadinho do bebê fez suspense até o dia do seu nascimento e deixou todos mortos de curiosidade. Nem
mesmo a poderosa ultra-sonografia pôde com a rapidez dos movimentos do bebê. – Opa! Ultra-som! Deixa eu me esconder!
Papai e mamãe só vão saber quando eu nascer.
O brilho das árvores de Natal, os presentes e as saudações de felicidade fizeram com que o bebê achasse
que já estava na hora do nascimento. Ficou todo feliz e esperneou tanto que achamos que suas pernas saltariam da
barriga da mamãe.
– Que menino forte, esse! – dizia orgulhoso o papai.
No reveillon de 2001 para 2002 o bebê ouviu os fogos de artifício, viu o colorido mágico no céu e quis
nascer o quanto antes para ver a festa, mas seu anjinho da guarda pediu para que ele esperasse mais um pouquinho.
– Não, bebê. Espera mais um pouco, ainda não é a sua vez. Falta pouco.
No dia 4 de janeiro de 2002, logo pela manhã, o anjinho voltou para dizer para o bebê que aquele era o
dia do nascimento dele, deu-lhe um abraço apertado cheio de saúde, um beijo de boa ventura e um aperto de mão
recheado de sabedoria. O anjo da guarda do bebê era um sujeito muito simpático e brincalhão e havia passado os nove
meses, contando histórias para o bebê sobre a beleza do universo, os seus mistérios, a complexidade dos seres vivos
e dádiva que era ganhar um passeio pela Terra.
Avisou-lhe que estar vivo era um processo de evolução do início ao fim, onde ele teria sempre que
exercitar a comunicação, o corpo e os sentimentos. Que no começo é sempre mais difícil, mas que ele estaria
acompanhando-o o tempo todo em pensamento e pediu para que ele nunca esquecesse, mesmo com o passar dos anos, de que
os primeiros ensinamentos valeriam para a vida toda: antes de andar aprenda a engatinhar, antes de falar preste
atenção na fala dos outros, antes de se meter em encrencas enfie o dedo na tomada. O bebê riu e nasceu sorrindo. Era
um menino realmente forte! Nasceu grande e saudável e, por conta da conversa com o anjo, esqueceu de nascer de parto
normal e nasceu de cesariana, mesmo. Também, quem poderia resistir a um anjo cheio de histórias pra contar? Nasceu
tranqüilo, bem humorado, sem medo, com vontade de descobrir a vida, conhecer as pessoas, nasceu com fome e com sono.
Pensa o quê? Dá trabalho passar de feto para neném! Mas o sono passou logo diante de tantas novidades e rapidamente
ele passou a ter uma vida agitada: pediu logo cedo um cardápio alimentar mais variado, foi parar sorridente em todos
os colos que lhe colocavam, observava todos os detalhes com muita atenção e superou os seus limites em tempos
recordes.
Antes dos cinco meses aprendeu a engatinhar, com seis já sentava, com sete ficava de pé sozinho, com oito
falou “mamã” e “papá”, aos nove arriscou os primeiros passos e, com dez meses, levantou do chão, andou pela cozinha
de um lado até o outro e refestelou-se gargalhando com o bumbum no chão.
Sempre, sempre com a mesma disposição para aprender, com a mesma alegria e sorriso rasgando as bochechas,
sempre feliz com as suas conquistas e avanços, sempre levantando depois dos tombos e andando firme e cada vez mais
forte.
E foi assim que o primeiro ano do Vinícius se completou. O seu primeiro dedinho de vida foi uma aventura
emocionante e repleta de vitórias e agora todos torcem para que no seu segundo ano de vida ele aprenda, entre outras
coisas, que bichinho que anda rastejando pelo chão não é papinha.



Escrito pela Alê Félix
11, janeiro, 2003
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A entrevista
Algumas pessoas, quando querem dar um novo rumo pra vida, vão à cartomante; outras vão ao shopping e outras mudam de
endereço. Eu abro o jornal. Vou passear meus olhos pelas sessões de classificados, leilões, trocas, “casa muda”,
oportunidades – sempre surge algo que mexe com a minha rotina – mas, naquele dia, eu precisava de um emprego e lá
fui eu para a rua que sobe e desce, trabalhar com telecomunicações.
Eu não manjava nécas de pitibiriba do assunto, não sabia nem ligar um computador, mas me disseram que não precisava
de experiência e, sendo assim, por cinco mil dólares, eu preenchia todos os requisitos.
Preeenchi uma ficha na recepção e em seguida me levaram para conversar com um rapaz que me explicou o que eu teria
que fazer caso fosse contratada.
A antiga Telesp disponibilizava um sistema de consultas chamado vídeo texto que era acessado por um terminal.
Fisicamente o terminal era o cruzamento de um notebook com uma televisão de dez polegadas (há dez anos atrás era um
fenômeno!). Era plugar na linha telefônica, na tomada e voilà: banco de dados com todos os assinantes de
linhas telefônicas, acesso ao SERASA, policia federal, DETRAN, bancos e outras maravilhas de uma época onde era raro
até as empresas terem computadores. No máximo, encontrávamos perdidos um XT jurássico ou o top de linha na época, o
286.
Eu, que nunca tinha visto nada igual na minha vida, fiquei lá, boquiaberta com todas aquelas possibilidades, mas
aquilo era um trabalho e, se eu quisesse levar o meu terminal para casa, eu teria que estar lá no dia seguinte às
sete da manhã.
Sete da manhã era algo realmente assustador e fiquei me perguntando se não era melhor desencanar e voltar para a
minha vida de fotógrafa. Era tentador ter um brinquedinho daqueles por vinte e quatro horas em troca de um trabalho,
mas o horário era de lascar. Foi aí, que o rapaz me mostrou o vídeo papo, que era uma ferramenta onde todos os
usuário do vídeo texto que estivessem on line podiam conversar uns com os outros. Era o avô do chat! E qual o ser
humano que não enlouqueceu diante do seu primeiro contato com o chat? Eu pirei com o vídeo papo e aceitei o emprego
na hora.
Levei o meu terminal para casa e assinei um milhão de termos de compromisso de que o devolveria em trinta dias caso
eu não conseguisse instalar o sistema em pelo menos uma empresa durante este período. Todo dia às sete da manhã eu
teria que comparecer na rua que sobe e desce, depois apresentar o vídeo texto aos clientes. Ganharia cerca de mil
dólares para cada contrato fechado (baba!) e ainda poderia passar a noite inteira conversando no vídeo papo. Melhor,
impossível! Saí de lá empregada e louca para bater papo no vídeo papo.
________



Escrito pela Alê Félix
10, janeiro, 2003
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O videotexto ( Post I )
O começo de toda a história
Tudo o que eu tenho vivido há nove anos se deve a um caso de polícia, que aconteceu no dia nove de janeiro de
1994.
Mas não tem como eu contar esta história sem antes contar a história do videotexto. Bom, melhor começar
falando dos tempos de fotografia, senão isso não vai dar certo…
Trabalhei como fotógrafa dos quinze aos vinte e três anos de idade. Cheguei a fazer books fotográficos, fotos de
produtos, stands, shows, fotos de casamentos, aniversários, batizados, formaturas, polaroids de bêbados e até de
funerais. Era um misto de diversão, liberdade e dinheiro fácil. Até que um dia eu enjoei daquela vida de farra e,
aos dezenove anos, inventei de mudar de vida e de profissão.
Naquela época eu mantinha um caso sem sentido com um garotinho bonito só porque era apaixonada pela turma de amigos
dele. Eu sei que é um critério no mínimo esquisito, mas eu me amarro nessas coisas de turma e ele tinha uns amigos
que animavam um quarteirão inteiro. De longe, aquela era a melhor turma do mundo. Foi amor à primeira vista e eu fui
obrigada a manter os beijos esporádicos no garoto.
Na verdade, tinhamos uma relação subentendida. Não haviam cobranças e nem muita discussão sobre o assunto. Eram
festas de mais e não sobrava muito tempo para pensar na relação desastrosa que mantínhamos… Festas e noites de
farra no Tombaqui (um bar na Vila Madalena onde nos encontrávamos de segunda a segunda).
Naquela época, fotografar me dava o conforto de não ter horários, trabalhar muito pouco, ganhar bem e levar a vida
louca que eu levava.
Minha história com o bonitinho não durou muito. Ele se tornou um bom amigo e eu conquistei os amigos dele. Não
haviam mais motivos que justificassem alimentar uma idéia de compromisso que nenhum dos dois queria. E tudo teria
sido muito simples se eu não fosse tão nó cega…
Com dó de dizer as coisas que eu deveria ter dito, optei por transformar a decisão em um épico de sofrimento e
acabei fazendo o maior drama para terminar o namorico. Encenei tão bem que acabei sofrendo de verdade! No dia
seguinte, depois de uma noite inteira sem dormir, me mandei para a rodoviária do Tietê. Sem dar explicações e com a
promessa que eu entraria em contato, peguei um ônibus sem destino e só voltei para São Paulo depois de ter sido
picada por todos os insetos sanguessugas da Chapada dos Guimarães e do Pantanal.
Voltei para casa doente, com uma crise alérgica que me impediu de falar, comer e beijar na boca por três semanas.
Tempo suficiente para que eu repensasse minha vida e desse um tempo de toda aquela porra-louquice de vida que eu
levava.
Com a relação devidamente terminada e uma jornada de quase dois meses viajando pelo país, acordei com o cheiro de
café na cozinha de minha mãe e abri o jornal decidida a arranjar um emprego e aderir à vida normal. Precisava acabar
com as farras que atravessavam as noites de sono que eu não tinha, precisava dar um tempo dos amigos e dos amores
que me faziam perder o juízo. Precisava de patrão, horários fixos e férias uma vez por ano e não todos os dias.
Mas o que eu poderia fazer? Trabalhar de quê? Pra ganhar quanto?



————————————>>> Continua.



Escrito pela Alê Félix
9, janeiro, 2003
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Bobagens que eu escrevi para mim mesma, num dia que deu medo de viver e eu tentei virar a rainha da
auto-ajuda.

Seja saudável mas não dispense uma rodada de cerveja com os amigos,
Não fique parada, mexa-se. Conheça pessoas, saia da toca, vá descobrir o mundo, vá viver.
Trabalhe mas não seja escrava.
Cumpra suas obrigações, mas não se sinta obrigada a nada.
Fale tudo que pensa, mas não faça agressões verbais gratuitas.
Antes de tentar mudar o mundo, tente mudar a sua vida, antes de mudar a sua vida, tente mudar os seus defeitos.
O que você fala e escreve pode influenciar e alterar o rumo da vida de alguém, por isso o faça com o máximo de
responsabilidade.
Tenha segurança das suas qualidades, mas não se julgue melhor que os outros.
Cuide-se, tenha amor próprio, mas não se apaixone pelos reflexos da sua própria imagem.
Queira ter dinheiro, mas não deixe o dinheiro ter você.
Cuide do seu humor. Mau humor não faz bem, não é bonito, não é engraçado e ninguém é capaz de suportar por mais de
oito horas.
Veja o lado bom; o lado ruim todo mundo vê.
Envelheça com dignidade, evite rabungice, intolerância e cara feia. Se a velhice te impedir de olhar para a frente,
tente se divertir contando as histórias do passado.
Faça a sua história e orgulhe-se dela.
Experimente sorrir mais, agradecer mais e dizer sim ao invés de dizer não.
Pare de fugir. Correr de um lado para o outro pode fazer com que você se perca de você mesmo.
Aceite de bom grado todo tipo de amor que lhe é oferecido e trate-o bem, mesmo que não puder retribuí-lo. Não existe
vida mais triste do que a de um coração fechado para bons sentimentos.
Tenha fé em deuses, mas não deixe de crêr em você e no ser humano.
Faça amor, faça sexo, faça carinho.
Beije na boca, beije no rosto, beije na testa, beije nas mãos, beije.
Sorria mais, chore à vontade.
Dê abraços apertados e carinhosos; eles fazem bem para a alma de quem dá e de quem recebe.
Olhe nos olhos, olhe nos olhos, olhe nos olhos.
Seus familiares são presentes inexplicáveis do universo; se não pode amá-los procure compreendê-los.
Dê leveza para a vida. Ela passa muito rápido para lhe darmos pesos desnecessários.
Perdoe, mas não use o seu perdão como um instrumento de poder.
Tenha boa vontade sempre. É mentira que o inferno está cheio de pessoas assim.
Estenda a sua mão. Existem pessoas que precisam mais de você do que você imagina.
Não se canse de tentar resolver situações mal resolvidas. É um alivio olhar pra trás e ver um passado limpo.
Não permita que ninguém diga o que você tem que ser ou fazer. Seja você mesma.
Cuidado com a sua mente. Ela pode produzir problemas maiores do que os que você realmente tem.
Aja com doçura. O mundo está cheio de pessoas amargas.
Não tenha medo dos riscos; existe uma proteção divina para os corajosos.
Não culpe deus, as pessoas e a sorte pelos momentos difíceis. A maior responsável pelos resultados que você colhe é
você.
Faça o melhor que puder e, quando nada der certo, respire fundo, mantenha-se concentrada, reflexiva e espere a fase
ruim passar. Creia, ela sempre passa.
Às vezes, viver e olhar para a vida à sua volta causa uma dor tão profunda e dói tanto, dói tão intensamente na
alma, que nada parece valer dar o próximo passo. Quando esta hora chegar, cante. É só a dor do mundo atravessando
seu corpo e fazendo você crescer.
Nunca mais leia este apanhado de fórmulas bonitinhas, a única fórmula contra dores existenciais é 20mg de fluoxetina
ou um tanque cheio de roupa suja pra lavar.



Escrito pela Alê Félix
8, janeiro, 2003
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