Ele é bom com as palavras, meia-boca no imagem & ação
(ninguém é perfeito) 🙂
e um encanto com uma caneta bic na mão. Adorei!



Escrito pela Alê Félix
14, fevereiro, 2003
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Os saudosistas acham que o melhor da vida mora na lembrança, os calculistas acham que os melhores dias virão e
alguns já desistiram de pensar nessas coisas e jogaram suas vidas nas mãos de deus.
É assim que se divide a humanidade. Esse papo de “carpe diem” é conversa pra boi dormir. Pouquíssimas pessoas vivem
o momento presente. Viver o presente requer liberdade, coragem, desprendimento… Ninguém é livre preso às
lembranças do passado e aos planos para o futuro, ninguém é livre se é preso aos laços de família, amizade e amor.
Ninguém é livre com contas vencendo no fim do mês. Impossível viver o presente se você não tem coragem para não
deixar que esses detalhes influenciem o seu dia.
É fácil! Pergunte-se: Onde você gostaria de estar agora e fazendo o que? Se o seu pensamento levou você para bem
longe desta cadeira, esqueça. A sua liberdade é uma ilusão.



Escrito pela Alê Félix
14, fevereiro, 2003
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Quero ser isso e não quero sentir aquilo, quero pensar desse jeito e não daquele, quero fazer assim e não “assado”.
É a vida! Melhor ficar frustrada com as minhas limitações do que ficar triste tentando mudar, inutilmente, as
pessoas ou o mundo.
Maldita necessidade de controle, malditos contos de fadas, maldito útero que altera a lógica da minha vida. Será
possível que não dá pra ser mulher em paz? Sem sonhos impossíveis, sem suposições, sem cenas prontas, sem
estresse…
Este caos entre a realidade dos fatos e as idealizações de como as coisas deveriam ser, só pode ser culpa do útero.
Aposto que é! Ainda bem que não sofro de TPM… Será? Tremendo post com cheiro de TPM… Não, não é possível. Tenho
quase trinta anos, eu teria percebido antes, as pessoas teriam comentado… Não. Definitivamente não… E AI DE QUEM
DISSER O CONTRÁRIO!!!!



Escrito pela Alê Félix
13, fevereiro, 2003
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Muita gente tem me perguntado que raio é esse negócio de videotexto, então lá vai:
Videotexto (chamado Minitel, na França) é um sistema de comunicações telemático (combinação de Telecomunicações
com Informática), que emprega a conexão intermídia telefone-computador-televisão para o envio de mensagens visuais.
Criado na Inglaterra (onde é chamado de Teletext) pelo engenheiro Sam Fedida em 1972, o sistema VDT (videotexto) foi
simplificado e popularizado na França em 1978, sendo posteriormente implantado no Brasil em 1982.

Quando eu conheci o sistema, em 1993, a Alcatel comercializava um terminal semelhante a uma televisão de umas doze
polegadas (existe doze polegadas?), não pesava nem quatro quilos e ainda por cima era lindo!
Era ligar na tomada, na linha telefônica e se conectar a um banco de dados da antiga TELESP que fornecia acesso a
bancos, polícia federal, listas telefônicas, DETRAN, SERASA, entre outros serviços. Mas o mais legal de tudo era, de
longe, o videopapo! Digamos que o vídeo-papo é o avô dos chats… mas tinha um charme que os chats perderam.
Ok! Esqueçam a parte saudosista da velha coróca que eu me tornei.

Fonte



Escrito pela Alê Félix
13, fevereiro, 2003
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Quem entende?
Azar. Cruzamos com o Cláudio (o bêbado) na recepção. Pelo menos ele não havia mentido sobre ser o dono da empresa.
Passou por mim batido. Parou, virou o corpo em nossa direção, me olhou por cima dos óculos e falou:
– Você?!?!
– Eu!
– Pairou no ar um instante de silêncio e interrogação. Que diacho de reação de espanto era aquela?
– Você! Na minha sala!
– Quê?
– Escapou um sorriso nervoso que eu amarrei na boca para não escancarar de vez a autoridade ridícula que
o bebum da noite anterior, naquele instante sóbrio e obviamente perturbado, tentava impôr no seu ambiente de
trabalho.
– Só você, na minha sala, agora!
A recepcionista, com uma expressão besta estampada no rosto como se já estivesse acostumada; o Valmir com a testa
franzida e, provavelmete, se perguntado se aquele tantã sabia com quem estava falando. Também, pudera! Na cabeça
dele não devia fazer o menor sentido o sujeito se dirigir daquela forma a uma mulher desconhecida. Sem opção, eu o
segui até a sua sala. Ele deixou a porta entreaberta, eu entrei e ele me puxou de canto:
– Você não é a menina do bar de ontem?
– Sou.
– E o que você esta fazendo aqui?
– O senhor me deu o cartão e pediu que eu…
– Eu te levei pra casa?
– Não… Claro que não! Como assim?
– Pensei: Que papo de louco desse cara! Qual é a dele? Mas, de repende, o
cidadão respirou aliviado.
– Ufa! –
– Eu mostrei o videotexto…
– Há! O aparelho que mostra o paradeiro dos devedores?
– Isso!
– Bom sinal. Ele lembrava do que era necessário. – O senhor pediu que eu passasse aqui para fechar
o contrato, lembra? – Arrisquei! Tudo era tão surreal que achei que o pesadelo poderia se reverter em algum tipo
de recompensa a meu favor.
– Sei, sei… Quanto custa?
– Como assim quanto custa? Eu não vendo criatura, eu só alugo. Contrato de 36 meses de locação do terminal, mas eu
vou ter que mostrar todo o sistema de novo para o senhor.
– Por quê? Não quero ver tudo de novo!
– O destemperado falava gritando, queimaria meu filme em meio minuto se
continuasse com aquela conversa sem pé nem cabeça. Foco. Eu precisava focar a conversa.
– Psiiiiuuuu… fala baixo! Se o senhor disser que tudo bem, eu posso ver se consigo uma redução de tempo de
contrato para 30 meses. Negocião da China, é pegar ou largar!
– Que?
– Tá bom, tá bom… É que meu supervisor está ali e ele quer me ver em ação… coisa de vendedor, sabe como é… É
minha primeira semana no emprego e o cara cismou de ficar atrás de mim pra ver se eu estou fazendo o trabalho
direito. Custa deixar eu mostrar o sistema de novo pra você?
– Foco e sinceridade, impossível que ele não
colabarasse comigo! Ele deu uma espiada no Valmir, saiu da sala, pegou sua carteira em cima da mesa e disse em voz
alta para que eu mostrasse o sistema para a recepcionista.
O filho da mãe me deixou lá com cara de tacho e se mandou. A recepcionista, louquinha pra ver a novidade. Não tive
escolhas, mostrei o sistema pra moça com todo o “mise-en-scène” que o Valmir queria assistir e sem fechar,
mais uma vez, contrato algum.
Sai arrasada de lá, e não lembro exatamente o porquê, mas o resto do dia não trabalhamos. Talvez o Valmir tenha
sentido a presepada toda, mas nunca tocou no assunto. Almoçamos na casa dele, vi álbuns de família, tomamos umas
três garrafas de vinho e nos tornamos grandes amigos. De toda a longa conversa que tivemos, lembro-me de ter contado
como eu havia parado naquele emprego, da terrível viagem pra Chapada dos Guimarães, da bagunça da minha vida e do
quão sem rumo eu me encontrava.
– Ale, que idade você tem mesmo?
– Dezenove.
– Você tem dezenove anos… Sabe o que é isso? Sabe o que significa ter dezenove anos?
– Anh…?
– Significa que você tem pelo menos dez anos menos que o vendedor mais novo da Teletel, significa que você é uma
garotinha precoce, metida a adulta. E faz isso tão bem, que cansou de convencer as pessoas e está tentando
convencer a si mesma da sua capacidade. Ale, acorda, Ale! Vai fazer o que você quiser da sua vida, vai ser quem você
quiser ser. Você tem a vida inteira nas suas mãos, você pode ser o que você quiser ser. Olha pra frente, mulher!
O danado era tão bom vendedor que me vendeu a idéia de que eu tinha um futuro sorrindo de braços abertos embaixo do
meu nariz.
No dia seguinte cheguei na empresa e havia um recado sobre a minha mesa: “Alessandra, me liga urgente! Minha mulher
adorou a sua apresentação do videotexto. Vamos fechar contrato. Avise o seu supervisor que, se ele não quiser você
trabalhando aí, aqui tem vaga pra você.”
– Puta-que-o-pariu! Que puta bebum gente boa! A recepcionista! Claro, a recepcionista era mulher do bebum! Sorte!
Tremenda sorte! Como eu poderia imaginar?
– Eu, besta de feliz, enquanto o Valmir, de calculadora na mão,
berrava os valores do meu primeiro contrato.
_______________>>> Continua
Clique aqui para
ler o Post VI – Pensa rápido!

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ler o Post V – Não, não e não!

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ler o Post IV – Primeiras impressões sobre o trabalho de cinco mil dólares

Clique aqui para
ler o Post III – A primeira noite no videopapo

Clique aqui para
ler o Post II – A entrevista

Clique aqui para
ler o Post I – O começo de toda a história



Escrito pela Alê Félix
12, fevereiro, 2003
Comentários desativados em Videotexto (Post VII)
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Maridon resolveu a parada! Fez uma página com todas as fotos da festa. A opção de comentários continua disponível
embaixo de cada foto para que as pessoas possam escrever quem é quem em cada fotografia. Assim fica mais fácil!
O Haloscan continua dando uns paus. As vezes ele desaparece, mas depois volta e fica tudo bem. De qualquer forma é
melhor vocês salvarem os comentários antes de enviar. A maior parte dos erros ocorrem no envio da mensagem.
Clique aqui para ver as fotos da Festa de 1 Ano do Blog “Jesus, me
Chicoteia!”



Escrito pela Alê Félix
11, fevereiro, 2003
Comentários desativados em Novas fotos da festa do Marco
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Como diz o Carlos, estou com depressão pós-festa.
Depressão não, porque não estou triste, muito pelo contrário. Digamos que é uma espécie de ressaca pós-festa, mas
não uma ressaca de álcool, uma ressaca de momentos legais. Uma sensação de acordar e “ops! Cadê todo mundo?”.
Os blogs são só as ferramentas, o que vale são as pessoas e a capacidade de se permitir conhecer novas pessoas. O
que vale são as festas!
Foi demais! Esse menino é muito foda!
Pra mim a festa ainda não acabou. Primeiro porque ainda não acordei direito, segundo que, mais tarde, se eu
conseguir, atualizo o site, o escambo e coloco quase dois filmes de fotos… he he he! Tô louca pra ver como elas
ficaram.
Volto mais tarde!



Escrito pela Alê Félix
10, fevereiro, 2003
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Pensa rápido!
Valmir era um cara falante, simpaticão, bom astral, mas era meu supervisor e eu queria um chefe igual ao de todos os
meus amigos normais que tinham chefe. Nada de chefe legal! Queria um chefe mala, alguém que eu pudesse culpar,
reclamar e fazer cara feia quando ele virasse as costas.
Mas que diabos ele queria? Provavelmente me mostrar como ser uma super-vendedora e fechar todos os contratos. Um
exagero sem tamanho, que os supervisores faziam com todos os novatos. Azar, aquilo é que era azar! Eu não queria
ninguém na minha cola durante o dia e tratei de escapar daquela situação. Disse a ele que eu tinha um cliente
agendado no primeiro horário, que não poderia acompanhá-lo… Ele insistiu:
Eu vou contigo no teu cliente. Quero vê-la em ação. Vamos embora.
Blefe puro! Que cliente? Onde eu arranjaria um cliente? Agora sim, eu estava em maus lençóis.
Saímos no meu carro. Precisava me manter pensando e dirigir era necessário para que eu conseguisse, em menos de uma
hora, um cliente agendado.
Meia hora circulando de carro sem saber para onde ir. Direcionei a conversa para o lado pessoal, na tentativa de
evitar que ele fizesse perguntas sobre a empresa que visitaríamos. O papo acabou ficando bom e, conseqüentemente,
não conseguia pensar em uma empresa que eu pudesse chegar na maior cara de pau dizendo que tinha um horário marcado
com o dono da bagaça. A conversa deu uma esfriada momentânea, o silêncio espalhou assombrosamente pelo carro e ele
acabou perguntando sobre o nosso destino. Minha cabeça a mil: Pensa rápido, pensa rápido, pensa rápido!. –
Puxei minha bolsa do banco de trás, pedi que ele abrisse-a com cuidado para não acordar “meu coelho de estimação” e
que procurasse um cartão perdido por lá para que eu me certificasse do endereço. Ele sorriu, se divertiu mexendo na
minha bolsa cheia de quinquilharias femininas, até que sacou das profundezas da dela o cartão do bêbado da noite
anterior. Com sorte, ele não estaria lá e tudo de resolveria; com azar, ele não lembraria do meu nome, nem do que
era vídeo-texto e eu teria que fazer cara de “migué” para o bebum e para o meu supervisor. Só me restava torcer e
tentar.



Escrito pela Alê Félix
7, fevereiro, 2003
Comentários desativados em O videotexto (Post VI)
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