Escrito pela Alê Félix
8, maio, 2011
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“A gente se mata perdendo a razão…
Em cada decepção é parte de mim que se vai.
E então vamos vivendo sem rumo, morrendo aos poucos. Provavelmente, completamente equivocados…”



Escrito pela Alê Félix
7, maio, 2011
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– Pronto…
– Oi…
– Oi… Tudo bem?
– Não…
– O que houve?
– Desculpa te ligar assim, mas eu preciso de ajuda.
– O que aconteceu? Aonde você tá?
– Na estrada…
– Você tá dirigindo? Você tá machucada? Me diz aonde você está…
– Tá tudo bem, não se preocupa… Só preciso que você converse comigo.
– Por favor, pára de chorar um pouco, encosta o carro e me diz direito aonde você tá…
– Não tem como parar agora… Eu tô na Dutra, num trecho que talvez seja mais perigoso o acostamento do que a estrada.
– Você foi pro Rio?
– Não…
– E tá voltando de onde?
– Você quer mesmo saber?
– …
– Eu só tava tentando me apaixonar por outra pessoa…
– …
– …
– E não conseguiu?
– … Não.
– …
– Por favor, conversa comigo…
– Porque pra mim, Ale…?
– Porque você é a unica pessoa que eu consigo pedir socorro… E eu tô me sentindo sozinha, tô com medo, com sono, com frio… tô com medo de dormir dirigindo.
– Não dá nem pra parar o carro até esgotar de chorar?
– Me deixa chorar…
– Deixo…
– Só preciso que você me faça companhia… Já já eu devo chegar em casa.
– Tudo bem… Eu tô aqui.
– …
– Que bom que você ainda não arranjou outra pessoa… Se tivesse conhecido alguém, acho que a essa hora eu não teria muitas opções pra pedir ajuda.
– Você devia me conhecer o suficiente pra saber que se eu estivesse com uma mulher que não entendesse uma situação como essa, quem iria embora era ela…
– …
– …
– …
– Por favor, pára o carro, eu tô preocupado com você dirigindo assim… Não é certo você chorar tanto, Ale…
– Não foi certo o que fiz com você. Eu nunca mereci alguém como você… Não foi certo a gente ter termi…
– …
– …
– Ale!?
– …
– Alê!? Fala comigo! Que barulho foi esse?
– …
– Fala comigo! Tá tudo bem? Ale!? Ale!?
– …

Um pequeno prejuízo, alguns hematomas, uma dor no peito que não passa não por estar “brava”, mas por estar de volta ao meu juízo e com a certeza de que – se você sai da casa de alguém chorando, no meio da noite e essa pessoa não se importa com o estado do seu retorno – nem você nem ela deveriam olhar para trás. É assim que se desfaz um encanto… Através dos fatos, do grau de importância e do tamanho dos hematomas.



Escrito pela Alê Félix
5, maio, 2011
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Agora que eu sei que meu sobrinho vai com a minha cara, tenho visitado o peste com mais frequência, tipo… Todas as tardes possíveis!
E aí eu fui pegá-lo na escola, ele entrou no carro, olhou pra minha cara e sem eu dizer nada além de “e aí?” e veio com essa…

– Tá feliz, hein?

Olhei pra ele com cara de quem reconhece um talento, um que todos nós temos lá em casa, o talento de ler as pessoas, seus rostos, suas expressões e movimentos sem que elas precisem necessariamente nos contar uma história…

– Eu tô mesmo… Como é que cê sabe?
– Você tá ouvindo uma música da XUXA, Alê! Ou você tá MUITO feliz ou tem MUITO problema!

PS – Não faço ideia de como é que a música “marquei um X, um X, um X no seu coração”, foi parar no meu rádio naquele momento… Uma distração que deixa claro que eu realmente estava feliz, com a minha cabeça cheia de bons pensamentos enfiada na alegria gritante das boas lembranças e NÃO que eu tenha MUITO problema. Molequinho mais… Grunf! Não sei pra quem puxou…

PS 2 – Passamos o resto da tarde pensando em músicas que deixam a gente de bom humor, que nos fazem sorrir e seguir em frente com um pouco mais de ânimo. Ele ficou de pensar e, me contar depois, quais as que tem esse efeito positivo sobre ele. Eu também fiquei de fazer minha lista. O que, aliás, não tá nada nada fácil. Mas deve ser só porque ando naturalmente feliz, independentemente dos poderes das músicas tristes, pesadas, ruins ou até mesmo dos poderes da dona Xuxa contra o baixo astral.

Mas a questão é: e você? Que músicas te fazem levantar dessa cadeira com uma disposição maior, uma postura melhor?



Escrito pela Alê Félix
3, maio, 2011
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Durante um sambão com feijoada que aconteceu nesse feriado, o tiozão da foto tentava arrastar todo mundo pra dançar e ninguém ia. Como eu adoro samba de raiz e não tenho problema nenhum pra sacudir sem saber dançar, fui pra pista com o tio, para o espanto de todo mundo que estava sentadinho, cheio de preguiça e achando que ele era só um lelé entre tantos normais que deveriam evitá-lo.
Meu sobrinho ergueu as sobrancelhas ao me ver levantar da mesa, me chamou de tia louca e impediu numa fração de segundos que o tiozão arrastasse mais duas das mulheres da família pro samba. Disse que a mãe dele não podia porque ele estava com fome e só ela sabia fazer o prato do jeito que ele gostava e que a minha cunhada também não ia porque estava de muleta (mentira, quem estava de muleta era meu irmão, mas foi a desculpa mais rápida e eficiente que ele podia ter dado para que o tiozão dançarino desistisse de convidá-la).

Depois que sai da mesa pra dançar, várias outras pessoas também foram, o tiozão deixou de ser o maluquinho do samba, todo mundo passou a se divertir, mas eu não resisti de curiosidade sobre o comportamento do meu sobrinho e fui falar com ele. É que, desde que ele era pititico, eu desconfiava que ele não ia muito com a minha cara. Sempre soube que tínhamos personalidades e naturezas muito diferentes e que isso, provavelmente, o faria levar pelo menos duas décadas pra me conhecer e respeitar por amor e não por obrigação de sobrinho.
Como ele não deu a mínima quando aceitei dançar, quis saber porque ele havia impedido a mãe e a namorada do meu irmão e eu não. Já estava certa de que ele gostava menos de mim do que do resto da família quando…

– Bonito hein, Vini! Sua mãe e a namorada do seu tio você não deixa que saiam da mesa pra dançar, mas quando me chamam você não diz nada, né?

Ele olhou pra mim e respondeu com a resposta mais linda que eu podia ter ouvido, mostrando que não só gostava de mim, como também gostava do jeito que sou, bem antes das duas décadas que pensei serem necessárias…

– Ahh, tia Alê… E quem é que te segura? E se você não é a doida ninguém dança!

Passei o resto da tarde com cara de bocó alegre, tentando ensiná-lo como é que se sacode sem saber dançar… 🙂

Alê Félix



Escrito pela Alê Félix
26, abril, 2011
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Não se trata de uma necessidade de controle, mas sim da mais pura vontade de ser sua, completamente sua, sem exigir que você seja meu. Eu odeio falar tanto, pensar tanto. Bastaria ter pedido que você ouvisse e compreendesse essa música do primeiro ao último “não”…

http://migre.me/4lFaF



Escrito pela Alê Félix
25, abril, 2011
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E aí Lucifer criou a timidez, a vergonha, a água com gás… Tenho certeza de que Deus é o responsável pela paixão, a tentação e água ardente. Ninguém vai me convencer do contrário.
Sai pra beber com umas amigas que falam mais de sexo do que de trabalho, graças ao meu Deus. Odeio mulheres que marcam clubes da luluzinha pra falar dos problemas de comunicação que enfrentam no trabalho, os erros da empregada e a amante do marido. Sinceramente, minha amiga? Vibrador, outro emprego, yoga e um amante (pra você!). Ninguém merece a sua vida.
Vou ter que pedir desculpas pra quantas esposas amanhã de manhã? Enfim…
Eu tô apaixonada… Eu posso fazer qualquer coisa. Posso falar mal das minhas amigas, elogiar Deus, falar mal do Diabo. Não me importa nada, nada me interessa (além dele), nenhuma bobagem e fofoquinha corriqueira me chama mais a atençao. Obrigada deus pelas quantidades exageradas de saquê…
A grande vantagem de um restaurante japonês é o disfarçado saquê… Nada mais me interessa além do saquê (e ele!).
Quanto tempo faz que eu não fico realmente feliz? Feliz, independentemente dele, das mentiras e verdades dele (e do mundo!), dele inteiro por mais que ele seja lindo, incrível, sensível, gostoso, inteligente, aparentemente verdadeiro, aparentemente bem intencionado, aparentemente não superficial, aparentemente legal… Qual é mesmo o contrário de não superficial e babaca? Ele não é… Não parece, eu não enxergo… Mas por que diabos eu não enxergo nada de ruim naquele homem??
Como posso ter ficado tanto tempo sem encostar naquele corpo, sem respirar os aromas de cada palavra que ele me dá e me rouba?
Tanto faz se eu estiver errada… Vou ligar pra ele. Adeus.



Escrito pela Alê Félix
19, abril, 2011
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… 05 de abril às 18:37
Posso te fazer uma pergunta?

… 05 de abril às 23:30
Sim.

… 05 de abril às 23:45
Pode parecer meio esquisito, mas… Por que você não conversa comigo?

Dez dias depois…
Os dez dias mais alegres, apaixonantes, contagiantes…

… 15 abril (2 dias atrás)
PS: Reparei que não disse o óbvio. Amo você. Beijo!

…15 abr (2 dias atrás)
Vem hoje a noite? Não, hoje não, pois ontem atravessamos a madrugada por um fio. Vem amanhã cedinho? Me acorda com café? Passa um dia inteiro comigo? Como é possível sentir saudade de alguém que nunca nos tocou a face?
PS: Acho que eu também te amo.

12 dias depois…
Eu desço dessa solidão
Espalho coisas sobre
Um Chão de Giz
Há meros devaneios tolos
A me torturar
Fotografias recortadas
Em jornais de folhas
Amiúde!
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes…
Disparo balas de canhão
É inútil, pois existe
Um grão-vizir
Há tantas violetas velhas
Sem um colibri
Queria usar quem sabe
Uma camisa de força
Ou de vênus
Mas não vou gozar de nós
Apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom…
Agora pego
Um caminhão na lona
Vou a nocaute outra vez
Prá sempre fui acorrentado
No seu calcanhar
Meus vinte anos de “boy”
That’s over, baby!
Freud explica…
Não vou me sujar
Fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes
Já passou meu carnaval
E isso explica porque o sexo
É assunto popular…
No mais estou indo embora!
No mais estou indo embora!
No mais estou indo embora!
No mais…

No mais, me sinto com a face arrebentada no solo frio de mais um abismo que me deu o frio na barriga do salto, a fé e o prazer que nos levam a crer na possibilidade de voar e mais um fim. No mais, doze dias depois, vinte e duas cartas depois, vinte e quatro horas depois, diante da letra da música mais adequada… Vou jogar nossas cartas num pano de guardar confetes, lacrimejar sempre que lembrar do seu sorriso olhando meu carro partir e… sumir.



Escrito pela Alê Félix
17, abril, 2011
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