Há seis meses venho lendo blogs e sites com um objetivo claro: publicar um livro que viesse desta safra de novos escritores que estão surgindo
através da internet.
Enquanto nós procurávamos por estas pessoas, um amigo me ligou dizendo que a Daniela
Abade
, criadora do site “Mundo Perfeito”, procurava por uma editora para apresentar um romance que ela tinha escrito. Conversamos por telefone,
ela nos enviou o material impresso e, na primeira oportunidade que eu tive, sentei-me para lê-lo.
Daniela é uma escritora de grandes idéias. Isto não é novidade para quem está habituado a acompanhar as noticias do seu site, mas foi impressionante
constatar que ela tinha engavetado, há anos, ótimas propostas para livros. Publicá-la seria apostar no seu livro, no seu nome e no futuro literário
de uma garota que representa um pouquinho de cada um de nós. Cada um de nós que, por diversão, constrói sites e blogs para brincar de escrever.
Até há pouco tempo, raramente ouvíamos falar da projeção de novos escritores. Mas vocês já repararam como este cenário está mudando? E sabem por que?
Porque nós, todos nós com nossos humildes diários virtuais, estamos falando destes novos escritores.
Depois que Acabou é o nome do primeiro livro da Daniela e confesso que estou orgulhosa de publicá-lo. Se vocês vissem como esta mulher
cuidou de cada detalhe deste livro, vocês não acreditariam. Ela é uma leoa! Trabalhamos muito. Toda a equipe foi incrível! O Sardinha, que
desenvolveu um projeto gráfico do cacete; o Claus, nosso fotógrafo; a Marta, que fez a revisão; a Patrícia, que cuidou da editoração; o Lula e sua
boa vontade; a Lia e a sua paciência infinita; o Marco que gentilmente nos presenteou com seu brilho e uma orelha; o Marcio pela memória… 🙂
O lançamento será dia 11 de abril aqui em São Paulo. Vai rolar até uma jam session!
De coração, adoraria que vocês fossem. Gostaria mesmo! Ando tão cansada ultimamente, mas tão satisfeita com o resultado deste trabalho que não
consigo imaginar pessoas melhores para compartilhar este dia. Vocês são nossos convidados mais do que especiais, são as pessoas que alimentaram com
palavras a nossa disposição para o trabalho. Só posso agradecer e dizer que será um prazer conhecê-los ou revê-los.



Escrito pela Alê Félix
29, março, 2003
Compartilhe

Como assim beijo de língua? Como se não bastasse eu ter que aprender a beijar bem, ainda tinha que enfiar a língua na parada? Como alguém de doze
anos podia aprender a beijar na boca sem um manual? Taí um manual que eu teria lido na vida…
O fato de ter ouvido as duas falando de mim pelas costas me entristeceu bastante, mas superei tão rapidamente que, hoje em dia, acho que eu,
inconscientemente, já esperava por isto.
As pessoas falam umas das outras, é comum. O duro é que, muitas vezes, falam bobagem e isto não é bom nem ruim, é desnecessário. Ouvir aquela
conversa foi uma surpresa mas, principalmente, uma lição sobre seres humanos. Nada fácil de engolir, é verdade. Mas, por algum motivo, aquela cena no
banheiro feminino me fortaleceu e me envaideceu, afinal de contas elas tinham me dado de bandeja informações importantes; decidi usá-las a meu favor.
Da noite para o dia fiquei amiga do Kiko, irmão da Leka (o garoto da bunda). Procurei conhecê-lo com intuito de vingança mas, no momento que trocamos
os primeiros “ois”, iniciamos uma amizade que estava fadada a durar toda a nossa tragetória escolar.
Ele era o garoto mais querido, popular e cheio de personalidade que eu havia conhecido até então e, por conta dele, minha vida no colégio virou de
ponta cabeça.
Para uma garotinha que só andava com as meninas, ouvia estórias de meninas e pensava somente sob o ponto de vista das meninas, ficar amiga de meia
dúzia de garotos (apresentados pelo Kiko) que me abriam os olhos para o universo masculino foi uma dádiva. Esqueci um pouco a questão do beijo na
boca, os meninos tinham outros interesses. Conversávamos sobre tantas coisas e tantos eram os assuntos que me interessavam, que aprender a beijar se
tornou rapidamente o menor dos meus problemas. Em pouco tempo eu me tornei outra pessoa.
As meninas começaram a me tratar com mais respeito, mas com elas eu só queria jogar voleibol, nada além disso. Mesmo assim eu circulava
tranqüilamente entre a turma delas e a deles, tão tranqüilamente que comecei a me divertir indo à escola. Antes eu era introvertida e me sentia tão
perdida no meio daquela multidão de pré-adolescentes que, durante uma época, acreditei que eu era uma garota essencialmente triste. Precisei ver que
eles eram pessoas tão confusas e solitárias quanto eu para me sentir melhor, me conhecer melhor e começar a me relacionar sem superestimá-los.
Costumo dizer até hoje que eu aprendi a conversar com os meninos e a jogar com as meninas.
Passadas as surpresas e mudanças no meu convívio social, meu sentimento de vingança aflorou de vez e se apoderou de mim. Em um dia estava tudo bem,
no outro, sei lá eu porque, enfiei na cabeça que eu precisava aprender a beijar na boca de qualquer jeito só pra esfregar na cara daquelas duas que
de criançola eu não tinha mais nada. Nada, além de nunca ter beijado. Mas, isto, ninguém precisava saber.



Escrito pela Alê Félix
27, março, 2003
Compartilhe

Batendo cartão no Clube da Lulu
Que beleza, não durmo mais… Bom, pelo menos deu tempo de escrever no Clube.



Escrito pela Alê Félix
26, março, 2003
Comentários desativados em Clube da Lulu
Compartilhe

Tô bem na foto com este pessoal da Globo, hein? Será que eles não querem comprar espaço publicitário no meu blog? 🙂
Ah, sobre o post anterior, fiz um upgrade. O blog começa a lhe fazer mal quando…

  • Você já pensou em colocar espaço para publicidade no blog.
  • O computador pifa e você pifa junto.
  • A internet fica lenta e você liga no provedor e xinga até a mãe dos atendentes.
  • Você grita, se descabela e esmurra o computador quando expira o tempo de postagem do blogger e você perde um post inteirinho.
  • Seus últimos sonhos de consumo estão todos relacionados ao blog: notebook, câmera digital, webcam, speed…
  • Passa o dia atualizando o blog só para aparecer no Fresh Blogs.
  • Tem custos altíssimos para manter o blog como: domínio próprio, hospedagem, tráfego adicional, etc.
  • Quando está com amigos blogueiros fica calado para evitar que suas idéias sejam usadas por eles.
  • Fica se perguntando que tipo de maracutaia esta mulher, do www.amarulacomsucrilhos.blogger.com.br, fez para aparecer em uma semana no
    site da globo.com e na outra no What’ Up. Sacanagem isto! :- |
    Comentários:


  • Escrito pela Alê Félix
    25, março, 2003
    Compartilhe
    • As pessoas perguntam como foi seu dia e você diz para elas lerem no blog.
    • Deixa de sair com os amigos para ler comentários.
    • Cria um personagem fictício para comentar no próprio blog.
    • Comenta em vários blogs qualquer coisa, só para fazer propaganda do seu.
    • Dá reload no blog várias vezes para aumentar o número de visitas no contador.
    • Só escreve sobre assuntos que vão lhe render visitas através dos sites de busca.
    • Nunca leu um livro, mas acha que pode escrever alguns.
    • Acha que um dia pode concorrer à ABL.
    • Fica arrasado com críticas e nem consegue dormir.
    • Quando está com outras pessoas, só fala de blogs e posts.
    • Perde completamente a noção de privacidade, sai botando na banca as piores histórias da família e dos amigos e ainda dá nome, endereço e telefone
      de todo mundo.
    • Não consegue ficar um minuto sequer longe do micro.
    • Quando está longe, não vê a hora de voltar pra casa, conferir as estatísticas, os comentários e escrever sobre a sua preocupação em voltar logo
      para frente do micro.
    • Acha que as pessoas vão surtar se você deletar seu blog e desaparecer.
    • Passa o dia pensando no que postar.
    • Fica deprimido se não há o que escrever.
    • Fica deprimido porque ninguém comenta os seus posts.
    • Fica deprimido se o número de visitantes diminui.
    • Comemora sempre que o contador bate os números redondos.
    • Passa o dia fazendo propaganda do próprio site.
    • Quando entra em um banheiro público, deixa o endereço do blog atrás da porta.
    • Quando não tem nada para fazer, fica procurando erros de português no blog dos outros.
    • Senta a boca nos comentários dos blogs populares, só pra ganhar notoriedade.
    • Sabe que tem um português sofrível, mas diz que não se importa e capricha nos erros.
    • Fica indignado ao ver que o seu blog não saiu nas indicações do No Mínimo, Globo, Blogger, Blig e outros.
    • Manda fazer cartões de visita com o endereço do blog.
    • Passa mais de oito horas por dia gerenciando o próprio blog.
    • Noventa e nove por cento dos seus amigos tem blog.
    • Seus últimos relacionamentos amorosos começaram via sistema de comentários.
    • Terminou o namoro via post.
    • Já pensou em pedir as contas do emprego para se dedicar mais ao blog.
    • Quando está com amigos blogueiros e tem uma idéia para um post, avisa logo: “Eu primeiro! Idéia minha! Post meu!”
    • Não perde a oportunidade de ser o primeiro a comentar um post.
    • Sempre que é o primeiro a comentar um post escreve: “Primeiroooooo!”
    • Só encontra seus amigos via ICQ.
    • Coloca no blog a foto de alguém que não é você, mas jura de pés juntos que é.
    • Quando viaja, não relaxa até achar um cyber café.
    • Fica de mau-humor quando o blog ou suas ferramentas saem do ar.
    • O Weblogger já te deixou de cama por três dias.
    • Fica andando de um lado para o outro quando o blog sai do ar.
    • Só se relaciona com blogueiros famosos e ignora qualquer um que tenha menos de cem visitas diárias.
    • Fica emocionado quando ganha um award e agradece como se tivesse ganhado o Oscar.
    • Você se informa das novidades pelo Top Links.
    • Anda na rua achando que todos sabem quem você é.
    • Verifica as estatísticas dos blogs antes de se dar ao trabalho de comentar.
    • Já namorou o(a) autor(a) de um blog popular só para ganhar um link.
    • Acha que link no seu blog vale mais do que ouro em Serra Pelada.
    • Não linka ninguém porque acha que não há blog melhor que o seu.
    • Não linka ninguém por que não quer concorrência.
    • Linka todo mundo porque quer links de todo mundo.
    • Quando dorme, você sonha com um template novo.
    • Coloca scripts para evitar que copiem seus textos e imagens utilizando o teclado e o botão direito do mouse.
    • Deseja esganar um pescocinho quando vê que copiaram um texto e ignoraram a autoria (a propósito, este texto é de Alê Félix, do
      <a href=”http://www.alefelix.com.br”>www.alefelix.com.br
      </a>
    • Passa horas pensando em um post que fale sobre os malefícios causados pelo blog, identifica vários em si própria mas, mesmo assim, não vê a hora
      de postá-lo.

    Comentários:



    Escrito pela Alê Félix
    23, março, 2003
    Compartilhe

    Credo! Eu ando insuportável… acho que já deu, né? Onde eu parei com as histórias do vídeotexto e do primeiro beijo? Vou ali terminá-las e já volto.



    Escrito pela Alê Félix
    23, março, 2003
    Comentários desativados em Credo! Eu ando insuportável… acho
    Compartilhe

    A vida como ela é
    Bush Juninho decreta guerra contra o Iraque e contra a humanidade e, aqui no Brasil, só se fala na loira pelada do Big Brother 3.
    Não é a toa que, hoje de manhã, minha secretária de assuntos gerais, ao ver as fotos do ataque pela internet, disparou:
    – Eu pensei que este negócio de guerra não existisse. Não é que acontece mesmo?
    Deus queira que nunca falte água nos E.U.A. Nós mal sabemos o que é uma guerra.



    Escrito pela Alê Félix
    20, março, 2003
    Comentários desativados em A vida como ela é
    Compartilhe

    Um dia me apresentaram para um médico chamado dr. Nilton. Ele tinha um consultório no alto de um prédio no largo 13,
    em Santo Amaro. Um consultório onde a sala de espera tomava metade de um andar inteiro, onde as mulheres se
    abarrotavam pelos corredores e se esparramavam pelo chão à espera de uma senha. Era impossível marcar horário com o
    santo milagreiro das bolofas. Era gordinha que não acabava mais… Um mês depois, estavam todas dez quilos mais
    magras por conta dos compostos mágicos a base de anfetaminas, fenproporex, diazepan e outras substâncias
    emagrecedoras. Ele, o dr. Nilton, mal olhava nos olhos dos pacientes, soltava as receitas em menos de cinco minutos.
    Ouvi dizer que três mulheres morreram naquele ano, o consultório foi fechado pelo Ministério da Saúde ou coisa
    parecida, o médico fugiu. Sumiu tão rápido quanto o tempo de uma consulta.
    Me disseram que até hoje aparecem gordinhos atrás dele, naquele prédio. E que, mesmo sabendo das mortes, elas não se
    conformam do médico ter desaparecido. Querem ele de volta, querem uma fórmula, querem se sentir melhor com seus
    corpos, a qualquer preço.
    Um espertinho abriu uma loja de roupas grandalhonas na mesma rua, para aproveitar o movimento dos pacientes viciados
    nas cápsulas receitadas pelo dr. Nilton. Ficou rico! Tão rico quanto o médico deve ter ficado na época que fechava
    os olhos para a saúde daquelas pessoas.
    Eu? Eu deixei de acreditar em comprimidos de felicidade temporária há muitos anos. Mas, desde que os conheci, nunca
    mais dormi profundamente.



    Escrito pela Alê Félix
    20, março, 2003
    Compartilhe