Hoje, à partir das 20 horas, vocês poderão acompanhar a entrevista com a Daniela Abade
no programa Blog & Roll da AllTV.
Aproveitem e comprem de uma vez por todas o livro da moça clicando aqui ou liguem aqui na editora que eu envio pra vocês.
Beijos nas bochechas e voltem logo, porque esta semana eu tenho mais novidades!



Escrito pela Alê Félix
30, junho, 2003
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Fazer o que?
– Aonde você vai?
– Na padaria.
– Fazer o que na padaria?
– Como assim, fazer o que na padaria, Adriana? Vou comprar alguma coisa pra comer e já volto.
– Mas tem comida no armário!
– Precisa preparar, querida. Vou, compro um lanche e volto já. Quer alguma coisa de lá?
– Não, não estou com fome.
No instante em que ele bateu a porta, o coração de Adriana disparou. Ela não agüentava ficar longe dele um minuto sequer, era completamente obcecada
pelo marido.
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Escrito pela Alê Félix
28, junho, 2003
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Festa estranha, com gente pelada e uísque de cheiro bom
“Puta-que-o-pariu! Não acredito que me chamaram pra uma festa de suingueiros! Será que eu tenho cara de surubeira?”
O espelho gigante do banheiro dizia que não, mas naquele dia eu descobri que quem vê cara não vê preferências sexuais. Nada contra quem pratica
suingue, muito pelo contrário; tenho é inveja! Me falta muito peito pra chegar neste estágio de vida sexual. Eu sou muito careta! O máximo de
estripulias que eu fiz nesta área foram algumas variações do kama sutra e uma ou outra brincadeira dentro e fora da cama. Mesmo assim, sempre a dois.
Com os poucos meninos que eu tive o prazer de conhecer biblicamente, nem que eu implorasse, rolaria um terceiro elemento na jogada… uma galera,
então, nem pensar! Acho que eu sofro de um mal que transforma todas as minhas relações em certinhas, monogâmicas e fechadas. Fechadíssimas! Sou
dessas pessoas antigonas que não consegue desvincular sexo de amor, paixão, amizade, carinho… enfim todas essas bobagens que despertam a libido
feminina. Normalmente, quando esses ingredientes se tornam necessários, sexo por sexo fica bem mais difícil de rolar. Adoraria que fosse diferente,
mas o tesão vem sempre misturado.
Tudo bem que era divertido olhar gente pelada pra tudo que era lado, mas porque diabos aqueles dois não me contaram que era para eu fotografar aquela
orgia? Certamente acharam que eu não aceitaria o convite. Só podia ser isso! E é muito provável que não tivesse aceitado mesmo. Sou desconfiada
demais pra me meter por livre e espontânea vontade em uma situação que pode se tornar desconfortável.
Por um instante fiquei sem reação. Não sabia se fotografava as pessoas, se me espirulitava de lá, se procurava o casal modernoso e pedia explicações
ou se deixava meus instintos voyeurs se divertirem um pouco. Pensei bem e vi que não havia muito o que fazer. Procurá-los pra perguntar o quê?
Os caras estavam transando! Isso lá era hora de discutir as relações?
Ar fresco! Ar fresco me fará pensar melhor.
Precisava pensar melhor e isto era humanamente impossível com a quantidade de falos e vulvas espalhados pela casa. Sentei em um balanço, respirei
ares de jasmim e aceitei o copo de uísque oferecido por um garçom bonitão que havia trocado o traje formal da sua suposta profissão por uma sunguinha
branca e gravata borboleta da mesma cor.
Quer saber? Como diria Ataíde Patrese, isso tudo é no mínimo um luxo! Um luxo surreal e engraçado. Eu vou é beber! Quem sabe não relaxo, paro de
frescura e faço, em paz, as fotos que me pediram.

Dei uma golada no uísque. Uma boa golada!
– Éca! Droga de bebida ruim! Uma coisa é ficar bebadinha a outra é ter que engolir este troço. Ei, garçom! Sabe se tem espanhola? – O sujeito
soltou uma risadinha cafajeste… – Ok, ok, pode rir seu moço espertalhão, mas enquanto isso será que você poderia ver se existe neste lugar doses
alcoólicas que se pareçam com uma sobremesa?
– Vejo agora mesmo. A senhorita quer que eu leve o copo de uísque?
– Não, pode deixá-lo aqui. O cheiro é bom… Talvez ele seja como a primeira transa para a mulher: cheira bem, mas só dá prazer depois de um tempo.
– O moço riu o mesmo riso canalha – Pô, já vi que aqui é melhor eu entrar muda e sair calada… A bebida doce, por favor.
– É pra já.
No fundo, no fundo eu era uma grandessíssima hipócrita. Vivia bancando, entre amigos, a dona liberada e na hora do vamos ver, a espevitada metida a
besta, no auge da sua fase teen não estava preparada para engolir nem a porra do uísque doze anos.
Mas não era hora de fazer cu doce. Virei o copo de uma só vez, preparei o equipamento fotográfico, abri bem os olhos e mandei bala nos filmes de 400
ASA.
———————–>> Continua
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Escrito pela Alê Félix
26, junho, 2003
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Não sei amar pela metade… Nunca soube. Aliás, não se trata só de amor mas de qualquer tipo de sentimento. Não sinto nada mais ou menos. Ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e, se não for assim, prefiro que não seja.
Não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Não sei brincar e ser café com leite. Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma e que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante, depois ou que invente boas estórias caso não possa vivenciá-las. Porque eu acho sempre muitas coisas, porque tenho uma mente fértil e delirante e porque posso achar tudo errado e ter que me desculpar e detesto pedir desculpas – embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia. Quero grandes histórias e estórias, quero o amor e o ódio, quero o mais, o demais ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crer que é para sempre mesmo quando digo convicta que nada é para sempre. Porque só assim eu me divirto e é só isto que me interessa.



Escrito pela Alê Félix
23, junho, 2003
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E a vida passou…
Lucia era uma das mulheres mais cobiçadas da pequena cidade onde morava, mas vivia tão preocupada em manter o peso abaixo de sua compleição física
que este fato lhe passava despercebido. Fazia exercícios físicos diariamente, passava dias sem se alimentar e escondia seu corpo em roupas sérias,
sisudas e que não disfarçavam suas tristezas e preocupações com a aparência. Na adolescência tomou anfetaminas, sofreu de bulimia, anorexia e
depressão, mas ninguém percebeu, nem ela mesma. Atrás das gargalhadas e da vida social agitada, escondia suas inseguranças, seus recalques e
sentia-se tão sozinha que nem mesmo ter a certeza do quão desejada entre os homens ela era, lhe bastaria para tornar sua vida um pouco menos triste.
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Escrito pela Alê Félix
21, junho, 2003
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O casal do videotexto
Depois de conhecer a Loba, fiquei um pouco mais relaxada pra conhecer pessoalmente algumas figuras que eu conversava pelo videotexto. Muitas pessoas
preferiam a distância que os relacionamentos virtuais asseguravam, mas para mim aquilo não fazia o menor sentido. Podia ter a sua graça, o seu
charme, mas qualquer bom papo, fosse com meninos ou com meninas, precisava ser trazido para a vida real. Nunca vi motivos para alguém se esconder
atrás de um monitor, não a longo prazo.
Embora não trabalhasse mais como fotógrafa, meu estúdio ainda estava montado. Por pura diversão é verdade, mas estava lá, firme e forte para um ou
outro trabalho que me desse prazer. Lembro de ter conversado sobre fotografia com um nick que me chamava muito a atenção porque não era exatamente
um apelido, era uma espécie de dois olhinhos. Pouco depois de muita troca de figurinha sobre fotografia soube que o tal nick era de um casal. Os dois
muito simpáticos, inteligentes e divertidos.
Conversávamos com muita freqüência, tanto eu com ela quanto eu com ele. Os papos eram sempre muito educados, engraçados e construtivos, até que um
dia eles perguntaram se eu os fotografaria.
Eu, obviamente, adorei a idéia. Nunca tinha feito um book de casal e, se eles formassem uma bela dupla, seria um bom material para o meu portfolio.
Agendamos um dia no estúdio e lá fomos nós.
Eles não eram um belo casal, eles eram perfeitos. O tipo de pessoas que, de tão bonitas, deixavam outros mortais constrangidos de tanto olhar. Era
uma benção ser fotógrafa em um momento como aquele. Fotógrafos podem avaliar e explorar ângulos sem muitos questionamentos, fotógrafos são os
contempladores oficiais da beleza e eu me sentia extraindo perfeição de pessoas que raramente sabiam que eram perfeitas.
As fotos ficaram lindas, eles adoraram, eu adorei e nos divertimos tanto com a primeira experiência que uma semana depois eles me ligaram perguntando
se eu poderia fotografá-los em uma festa.
– Uma festa? Mas fotografar a festa ou vocês?
– Nós e a festa.
– Explica melhor.
– É uma festa de amigos, amigos muito próximos. Pensamos em presenteá-los com as suas fotos. Olha, eu não tenho certeza, mas acho que você vai
adorar essa nossa turma. Por favor, aceite.
– Claro. É que, por conta do meu trabalho na Teletel, sinto que estou um pouco enferrujada para fotografar eventos. E, pra ser sincera, eu odeio
fotografar festas. Vou fazer porque vocês que estão pedindo, mas não acostumem.
Fui sincera, sorrindo pra não parecer mal educada, mas era a mais pura realidade.
– Festa é jeito de falar, Ale. Será uma reunião de amigos muito íntimos, não pense neste encontro como quem pensa em uma festa de casamento. Não
terá vestido de noiva, só o bolo. Considere que os nossos amigos serão, certamente, seus amigos porque eu tenho certeza de que todos irão adorá-la.
– Está certo. Quando e a que horas?
A casa era um desbunde! Uma fortaleza cercada por um lado pela cidade, por outro pela Serra da Cantareira. Dois seguranças na porta pediram minha
identidade, conferiram os dados e pediram que eu encontrasse com os demais convidados no saguão da casa. Um deles, estranhamente me encarava, mas
fingi que não era comigo e dei-lhe as costas.
Logo na entrada encontrei o casal <o><o>. Apresentaram-me os anfitriões e todos os convidados que esbarrávamos. Musica boa, vinho bom,
gente bonita e de repente um cara que mais parecia o Michel Jackson assumiu o controle dos equipamentos de som e luzes e transformou o ambiente
sóbrio em uma discoteca. Não me pareceu numa primeira impressão, mas depois percebi que tudo tinha sido preparado para aquele momento. As bebidas
ficaram mais fortes, o jogo de luzes na casa ficou muito mais intimista e ritmado e as músicas faziam todos dançar. Não sei se por intuição ou
sabe-se lá o quê, mas havia uma grande pulga atrás da minha orelha. Tinha algo no ar que me escapava… Minhas fichas só começaram a cair quando eu
quase tropecei em um casal transando peladão em um canto da sala. Olhei para os lados, ingenuamente, tentando alertá-los de que eles estavam sendo
vistos. Olhei para os lados, arregalei os olhos e…
– Caraca! Tá todo mundo trepando!



Escrito pela Alê Félix
19, junho, 2003
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Que tipo de enfermeira economiza no anestésico? Nem vou xingar mais a infeliz, porque passei a tarde toda fazendo isto. Eu espero um ano inteiro para
poder fazer a porra da endoscopia e a maldita me dá uma merreca daquelas de anestesia… Saí de lá fazendo “quatros”, “oitos” e pilotaria até um
avião, de tão sóbria. Tão sóbria que, como se não bastasse, fui obrigada a ver as minhas coisas internas e um médico tantã arrancando
indiscriminadamente tecos da minha parede estomacal. Odeio olhar dentro de mim! Odeio ver meu sangue, meu esôfago e todo o resto, goela abaixo. Devia
processar aquela pão-dura de anestesia… Meu melhor dia do ano foi uma tragédia! Mas não pensem que vai ficar por isso mesmo. Em breve eu dou um
jeito de fazer outra endoscopia e nem a pau eu volto a fazê-la naquela merda de clínica de enfermeiras miseráveis.



Escrito pela Alê Félix
18, junho, 2003
Comentários desativados em Anestesiaaaaa, eu quero uma prá viver!
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Cantar com a musiquinha do pomarola:.
Hoje é dia de endoscopia, aúúúú…
Endoscopia, aúúúúú…



Escrito pela Alê Félix
18, junho, 2003
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