Engraçado, conheci pouquíssimas pessoas na minha vida que possuíam arma de fogo. Acho que duas pra ser mais exata. Vi de perto uma arma, no máximo, meia dúzia de vezes em trinta e um anos de vida e estive sob a ameaça de uma, somente uma vez.
Lá em casa, minha avó sempre dizia que filha dela jamais se envolveria com um homem que precisasse ter uma arma dentro de casa. Dizia: “não brinca com essa gente!”. Todas as filhas e netas concordaram e sempre acharam o ó do borogodó esses caras que falam em armas como se fossem parte do próprio pau. Uma tia minha chegou a terminar um namoro promissor com um sujeito que queria porque queria tirar porte de arma. E sempre nos pareceu uma atitude meio óbvia que, em uma sociedade, quem tem arma é bandido e que aqueles que precisam se defender com uma, ou estão de alguma forma envolvidos com bandidos ou estão com medo de assombração. Sim, porque as pessoas criam fantasmas em suas cabeças. Vocês viram, por exemplo, como o povo que é “NÃO fervoroso” é assustado? É, no mínimo, curioso o pavor que essas pessoas têm de ficar sem poder comprar uma arma. Aliás, queria saber quantas delas já as possui. A impressão que elas me passam é que, no dia seguinte do referendo, todas irão se armar até os dentes só pra fazer valer a lei. Como se estivessem no meio de uma guerra, como se estivessem com medo da vida mais do que de um possível assalto.
É estranho. Estranho saber que algumas, as que já possuem arma, estão fazendo até estoque de balas só por precaução. Estoque de balas pra atirar em quem? E as justificativas, então… uma melhor do que a outra. “Diga não a proibição!” Será que alguém sabe mesmo o que está dizendo quando diz isso? Daqui a pouco esses caras vão querer fazer referendo pra pena de morte e coisas do tipo. Quando eu era garota namorei um cara que foi proibido de andar por conta de uma bala “permitida”. O que ele deveria fazer depois disso? Tirar porte de arma, se esconder em casa e esperar pra dar o troco no próximo cara que tentasse lhe proibir viver? Graças a deus, pelo menos ele, não fez nada disso. Por mais piegas que digam que isso seja, ele disse sim pra vida. Foi tratar de namorar, se arriscar, aprender a dirigir e sobreviver sem suas pernas.
Eu sofri um seqüestro relâmpago dia desses e um amigo me disse: “tá vendo? se você andasse armada a história teria sido diferente”. Diferente do quê? Eu estou viva, estou bem, mal fui assaltada. Eu precisaria ser outra pessoa pra passar por uma situação dessas e achar que preciso de porte de arma no dia seguinte. Teria que pensar diferente, ter uma alma diferente.
Eu acho que é isso… Acho que a essência dessa história toda do referendo é essa. Ela expõe a alma das pessoas, expõe os medos, algo do caráter, expõe o que há por trás de cada discurso, de cada crença, de cada superfície. Não tô dizendo que quem vota SIM é isso e quem vota NÃO é aquilo. Não é nada disso. Tô dizendo que minha vó tinha razão: por melhores que sejam as intenções de um homem, como diabos você vai dormir ao lado dele com uma arma em sua cabeceira? Como diabos você vai viver com alguém que acha que precisa se armar para viver, sem ter nenhum grande motivo pra isso?
As pessoas deviam prestar mais atenção umas nas outras. Já ouvi cada papo furado. Gente dizendo: “você viu essa gente que vai votar SIM que ridícula? Sou da paz, sou da paz, o caralho. Bando de cordeirinhos babacas!”. E eu me pergunto, se o povo que votará SIM é isso, o povo que votará NÃO é o quê? Deixa eu ver se entendi… Ser a favor da paz agora é babaquice? É ruim querer viver em um mundo onde as pessoas não precisem de armas? Hum… sei. Mundo estranho. Mundo cada vez mais estranho. Cheio de jovens sem ideais, pessoas com medo de paz, amor… Gente que acha que precisa se armar. Mais? Como se violência a gente combatesse com violência e isso fizesse sentido.
Veja bem, volto a dizer que acho que existem boas e más pessoas em tudo que é canto. Tanto na galera do SIM, como na galera do NÃO. E seria um absurdo eu dizer o contrário porque tenho grandes amigos dos dois lados. Mas só por um momento, pare um pouco de ouvir os discursos e opiniões e ouça um pouco a sua intuição, o seu coração. Dá uma boa olhada na turma que vai dizer SIM no dia 23 e na turma que vai dizer NÃO. Tenta olhar direito. Não superficialmente, não o que elas dizem e defendem. Tenta olhar o tamanho do desespero que elas carregam no olhar e no tom de voz quando elas se manifestam. Tenta entender porque as pessoas têm tanto medo de uma mudança como essa. Depois que você fizer isso, mesmo que você ainda esteja em dúvida sobre o que votar no dia 23, te garanto que conhecerá melhor você mesmo e as pessoas a sua volta. Até porque escutar e observar sempre será o melhor jeito para se fazer escolhas na vida. Principalmente no que se refere aqueles que você quer e pode brincar.



Postado por:Alê Félix
13/10/2005
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Diogo

outubro 13th, 2005 às 12:09

Você tem razão, também tenho amigos tanto da turma do sim como na turma do não. Mas agora parando pra pensar com a turma do não, brincadeira tem limite. Eles são mais esquentados e ficam putos com coisas menores. Meus tres amigos que são da turma do não também são mais vingativos e fechados.
Muito interessante esse seu ponto de vista. Tem lógica.


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Aline

outubro 13th, 2005 às 12:21

Acham mesmo que quem é legal é trouxa. Na escola isso tá um saco. Não vou votar sim porque sou uma alienada que acha bonita a propaganda da pombinha do sou da paz. Voto sim porque sou a favor da paz e pronto!


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Eddie

outubro 13th, 2005 às 13:57

Sabe, a única coisa que eu não gosto nessa história de referendo é que somos OBRIGADOS a votar. Como se nesse país não existisse democracia, e se eles mandam lá votar, vai lá e pronto.
Indo ao assunto do post, é babaquice achar que qualquer um dos lados irá sair vencedor. Afinal, se o sim ganhar, os bandidos irão continuar tendo armas (por isso são chamados de bandidos, oras!). Se o não vencer, creio eu que a fobia implantada por eles irá incentivar (se já não o fez) a população a comprar armas “para se defender” e ajudar a aumentar a violência.
De qualquer forma, a população sai perdendo…


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Vinicius Costa

outubro 13th, 2005 às 15:02

Confesso que já estava perdendo a fé no mundo… viver num mundo de valores invertidos, é como me imaginar no planeta bizarro, aquele planeta do inimigo do super-homem, onde as pessoas diziam “tchau” quando chegavam e “olá” quando saíam…
Eu achava que era o único que estava vendo a situação por fora… uma galera querendo uma solução pacífica e a outra guerra civil.
Felizmente não me sinto mais tão sozinho 🙂


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Ro

outubro 13th, 2005 às 15:55

Bom, acho que nao vai virar nada esse referendo. Pessoas vao continuar adquirindo armas e/ou munição. Sou a favor do Sim. Mas concordo com Eddie, nao acho legal esse negocio de ser obrigada a votar nesse assunto que pra mim nao vai virar nada. Agora, sobre ver bem no fundo as pessoas que dizem nao, tens razao. Sao pessoas mais vingativas, mais “estressadas”. É interessante. Eu odeio armas. Outra coisa, até nas maos dos policiais, as armas acabam caindo nas mãos dos bandidos, imaginam que tem arma em casa. Se bandido sabe, rouba mesmo…


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Dani

outubro 13th, 2005 às 16:11

Lendo seu texto pude lembrar de cada rosto e os argumentos que me dão sobre a opinião do referendo, e conheci um pouco mais de cada um. Agora vou fazer uma reflexão e me conhecer mais antes de dar a minha opinião no dia 23.
No meu blog também escrevi sobre isso.
Bjs


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Isis

outubro 13th, 2005 às 16:26

isso mesmo. Ser legal é ser trouxa.
O q vale não é a paz, ou melhor, o q tá valendo é o : se quer paz, prepare-se para a guerra.
Concordo q dos dois lados tem gente boa e ruim. Eu não sei ainda o q vou votar.
Só tenho certeza de uma coisa: esse referendo é uma palhaçada! DInheiro jogado fora e publicidade pra esconder a nojeira q o pais está.
Pra variar…


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GP

outubro 13th, 2005 às 16:36

Nossaa, que visão estereotipada que você tem em quam vota no Nâo, viu?
Então quem vota no SIM quer paz e amor e quem vota no NÃO quer gurrra e mortes?
Lamentável seu preconceito.


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Milton Ribeiro

outubro 13th, 2005 às 16:49

Estou utilizando um raciocínio bem simples: mais armas, mais violência; menos armas, menos violência.
Postei sobre este assunto durante a blogagem coletiva do dia 10 (não ficaste sabendo do Nós na Rede?) e veio um “comentarista” me dizendo que uma estatística vinda de uma ONG chamada “Sou da Paz” provocava-lhe engulhos – mesmo que com o aval das Nações Unidas. Há um preconceito imbecil contra qualquer coisa de nome cor-de-rosa. Eles queriam que o slogan do SIM fosse “Vote SIM senão vai ter porrada, porrada memo, pois nóis não usa arma de fogo”?
Um beijo.
P.S.- Pô, e também andei sofrendo um seqüestro relâmpago dia desses…


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Bia

outubro 13th, 2005 às 17:42

Não discordo de nenhuma vírgula que você colocou aqui… E assino embaixo, se você permitir, rss…


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priscilla

outubro 13th, 2005 às 20:55

alê, eu concordo com você de um certo ponto. O desarmamento seria bom, mas o fato é que ele não tem como funcionar. O maior problema em questão é que os bandidos não tem armas registradas e não é porque suriu uma lei que manda desarmar que eles vão entregar todas as armas deles. Tudo bem que armas em casa podem ser perigosas, podem acontecer acidentes em momentos de raiva.. Mas imagine só se realmente fosse aprovada essa lei, se todo mundo se desarmasse. O que você acha que os bandidos fariam se tivessem a plena certeza que ninguém mais tinha arma em casa? Eu acho que se funcionasse, o desarmamento seria sim uma ótima solução. Mas como não é bem esse o caso, acho que só pioraria a situação.. Beijos.


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Carol

outubro 13th, 2005 às 21:11

Oiiiiii
É verdade né, acho que o pessoal está se confundindo muito com essa história da campanha de armas de fogo e munição, isso vai acabar deixando muita gente de cabelo em pé!
Nossa seu blog continua lindão, parabéns, continue assim sempre.
Entre no meu blog site e deixe o seu recadinho para mim tb ok?
Bjos


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Patrícia

outubro 13th, 2005 às 21:27

Alê, você é só mais uma garota de cidade que acha que sabe muito da vida ou que já viveu quase tudo, até mesmo um sequestro relâmpago. Existem pessoas que têm armas de fogo e não vivem como guerra, nem muito menos fazem deste parte do ‘pau’, como você mesma disse. Do mesmo jeito que acha que suas razões são corretas em não ter armas de fogo, as pessoas que querem ter a liberdade de possuir uma arma também têm as suas razões. Não acho que o radicalismo de uma visão seja a solução. Essa votação é ridícula, o Brasil está indo para votar numa imbecilidade que o governo criou para tirar a atenção do povo do que é realmente importante. Não vai ser com esse refrendo estúpido que a violência vai acabar, ou o mundo vai ter paz. Pensar assim é ser estupidamente ingênuo.
O que mata no Brasil é falta de assistência pública na saúde, são as estradas sem manutenção, a corrupção que desvia dirinheiro, a Dengue, o câncer, a Febre Amarela, a AIDS, a polícia, o álcool, o tráfico de droga, e a droga de um governo pobre, burro e corrupto. A ignorância e a estupidez mata muito mais que arma. Gente mata mais que arma, não importa o que tem nas mãos, se quer matar, mata. Não importa se seja uma faca, uma pedra, ou as próprias mãos…. isso é ignorância. Para esses fatos eu não vejo ninguém defendendo nada tão fervorosamente quanto tenho visto pessoas defendendo essa imbecilidade o referendo SIM ou NÃO.
Patético, para não dizer, ridículo e absurdo.


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Ricardo Rabelo

outubro 13th, 2005 às 22:27

Pois é, todo mundo tem uma opinião!!! existem coisas piores que a morte, acreditem!
Se pudéssemos, perguntaríamos o que se passou pela cabeça de uma linda menina que estava com seu namorado em Embu-Guaçu, e foram abordados por alguns marginais( alguém lembra desse caso?) Bom, o que aconteceu foi o seguinte: ficaram decidindo o que fariam com o casal e resolveram matar o namorado a facadas, na frente da adolescente. ficaram com ela alguns dias (se divertindo) numa casa, amarrando-a, e depois a arrastaram para o mato e a mataram com uma faca. Bem, eles foram presos – que maravilha! acontece que o pior deles (o que matou os dois) era menor e daqui mais um ano ele voltará “reabilitado” para a nossa sociedade que( tomara que o sim vença!), “será um mundo em que não será preciso mais usar armas”, não é mesmo?
Pois, é! Eu acho que a resposta daquela menina seria “não” ao referendo, mas é só uma opinião minha. Eu não posso querer mexer no direito dos outros se até Deus não mexe no meu livre arbítrio. Deus sabe que as pessoas é quem devem decidir se querem ou não andar armadas, se para elas é importante ou não! Ah,
ledo engano de quem acha que já não estamos
numa guerra civil! Ou será que já devemos considerar normal sermos sequestrados!!! Existe alguém que não teve um conhecido assaltado? O ladrão e o estuprador vão parar de cometerem crimes se o Cidadão de bem não tiver armas! Ninguém divulga quando alguém que tem arma se livra de uma situação mortal graças a sua arma! É logico que armas não são para qualquer pessoa! É necessário extremo treinamento. Mas cada um deve decidir, não ser
imposto! Não pode haver restrissões de filiação para quem mora em sítios e tem que possuir uma arma ( não existe polícia em muitos lugares deste país – acreditem! é só visitar um canto bem longe, no matinho de uma cidade pequena ) O marginal também mata quem não reage. Se não fosse assim existiriam poucas pessoas mortas, pois a MAIORIA NÃO REAGE quando é abordada!!! Aqui no Brasil mata-se mais que no oriente médio inteiro e isso não quer dizer que nesses países não existam armas (alguém acredita nisso?) Um segredo: lá existe muito mais armas, mas outra educação. VEJAM O QUE DIZ ESTE SITE SOBRE O INTERESSE DOS EUA NO NOSSO REFERENDO, lembrando que lá qualquer
um pode comprar arma de fogo ( NADA É POR ACASO NO NOSSO PAÍS, alguém sempre ganha dinheiro, lembrem-se das vendas das Estatais – CUIDADO): http://www.ogritoeoeco-segritaradiantasse.blogger.com.br/
Também gostaria de viver num mundo onde não existissem armas ou que elas não fossem necessárias, mas ainda não é assim no Brasil real, um dia vai ser, quando houver mais educação, só isso, pois o resto é consequência disto. Ah, metralhadora, fuzil e calibres maiores que .380 já não são permitidos desde a revolução de 1932, para que o governo possa contrlar o povo e evitar que nos revoltemos contra uma má administração. EXISTEM COISAS MUITO PIORES QUE A MORTE! Se eu fosse mulher, me arriscaria a matar um estuprador, preferiria morrer… mas sei lá, esta é a minha opinião, desculpem-me.
Quem quiser discutir e me convencer do contrário, por favor, me escrevam: rickbeloreis@yahoo.com.br


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Isabela

outubro 14th, 2005 às 17:09

Imagine uma população inteira desarmada. Vc acha que assaltos, mortes irão diminuir? Vc acha que não irão existir mais meios de se comprar armas (sendo legalizadas ou nao) ? E vc vai confiar em quem? Na polícia brasileira? Vc acha que a culpa dos acidentes domésticos é do uso legal de armas? Não seria do retardado que a comprou?


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Viva

outubro 17th, 2005 às 0:09

Eu também odeio armas, não sou vingativa, nem estressada. Pelo contrário. Sou super tranquila, e tenho certeza absoluta sobre o meu voto: NÃO.
Assim como toda a minha família, que também não é vingativa e estressada. Isso é um estereótipo muito errado, que a globo conseguiu imbutir direitinho na sua propaganda do sim, apelando para o emocional e não para os fatos de verdade.
Gente, eu também gostaria que existisse paz, mas o referendo não vai mudar a situação em nada, vai simplesmente tirar um direito que todos tem.
E não vai haver uma multidão comprando armas no dia seguinte se o NÃO ganhar, simplesmente porque pra se comprar uma arma LEGAL precisa ter curso, registro, etc. E pra comprar ilegal não precisa referendo.
É triste, mas é verdade.
Também falei sobre isso no blog.


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Lauro Ney Batista

outubro 17th, 2005 às 15:17

Prezada Alessandra,
Soube de seu site devido a uma matéria no Observatório da Imprensa (a respeito da sua “briga” com o fabricante do licor).
Mas, permita-me fazer um pequeno comentário sobre a questão do desarmamento. A coisa não se resume a um simples “sim ou não” e, na verdade, até pouco tem haver com armas de fogo. O que está em discussão é a cultura, o caráter e, principalmente, o intelecto do animal humano.
O que mata não são as armas, são as pessoas. Aliás, nem é preciso arma de fogo para matar. Pode-se fazê-lo com facas, porretes, foices, martelos e até com as mãos nuas.
Infelizmente, a mesma ignorância humana que criou a necessidade de usarmos armas (uns para atacar e outros para se defenderem), joga-nos, agora, na vala comum do “sim e do não”, como se a vida humana fosse algo a ser decidido pelo apertar de um botão.
Portanto, a questão é muito mais filosófica e muito mais profunda do que a imensa maioria da humanidade tem condições de entender. Contrário fosse, desnecessário seriam não somente as armas, mas o estúpido plebiscito.
Abraços a todos.


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Wilk

outubro 28th, 2005 às 23:13

Oi, você não me conhece… eu achei seu blog por acaso enquanto procurava roteiros de trilhas para Machu Pichu (estranho né…).
Achei simplesmente fantástico o que disse… é simplesmente tudo o que eu penso, mas que nunca conseguiria dizer dessa forma.
Precisamos de paz e ela começa dentro da gente. è isso aí.


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Elzi Alves

novembro 10th, 2005 às 8:29

Eu não sou nenhuma idealista, mas não deixo de acreditar no renascimento da ética e da educação da população brasileira, principalmente na educação! E eu quero mesmo acreditar também que, com a evolução dessa nossa própria história, chegaremos em uma situação que, mesmo com armas de fogo expostas à venda (mesmo porque não é tão fácil adquirir este equipamento) não teremos a necessidade tão vil, urgente, covarde e medrosa, de adquiri-las. Outro ponto que eu acho fundamental discutir, é a venda legal destas armas: assim como para adquirirmos o direito de dirigir e guiar um automóvel (que apesar de ter fins benéficos à humanidade, também mata e possui índices bem maiores de mortes criminosas do que o uso de armas de fogo) é necessário um processo que exija o mínimo de controle, habilidade, conhecimento e disciplina para aprendermos a guiá-lo, também deve ser legalizado para a venda de armas. É necessário que o portador legal de uma arma de fogo, antes de adquirir o direito de portá-la, passe por critério severo e sério de manejo, de como acondicioná-la e guardá-la longe do alcance de outrens q não tenham a mesma licença de porte, etc., para que possa receber uma licença para tal porte. No caso do porte ou não de armas, pra mim é uma questão de educação e conscientização de toda a população em todos os níveis e camadas. Seria como, caso eu tivesse, proibir meu filho de freqüentar e conviver com certas manifestações sociais pelo medo de que se torne facilmente um usuário de drogas, um jovem pai ou mãe solteiros, etc. Prefiro acreditar na educação, na conscientização, na participação que tenho na educação de um ser humano, não admito que um mundo distorcido e carente de educação e dignidade (me refiro a todo tipo de dignidade, inclusive a dignidade em se ter uma moradia, à alimentação, a um trabalho, etc.) seja mais eficiente na educação de um ser humano, do que sua própria família. E é justamente por não admitir, que eu acredito na eficácia e na seriedade do comprometimento com a educação. No entanto, em várias coisas concordo com você, Alessandra, e uma delas é que é preciso analisar bem os vários pontos de vista. Certa vez, uma pessoa muito próxima a mim foi assaltada com uma arma de fogo na cabeça, e eu não me questionei pq este assaltante portava uma arma de fogo, mas me questionei pq esse assaltante fez aquilo… pq somos assaltados?? Não importa se portando armas de fogo, facas, cacos de vidro, e qq outro instrumento que possa causar a morte de alguém. Não quero que ninguém se arme, eu mesma jamais adquiriria uma arma de fogo, porém, prefiro ajudar no processo de educação, e é isso que faço todos os dias, desencentivando a violência dos que estão ao meu redor e educando para a vida. Sendo assim, reafirmo: as armas podem estar sim numa prateleira de uma loja, mas chegará o dia em que não haverá a necessidade vil, urgente e medrosa de portá-las. E neste sentido, creio ser eu bem utópica, não tirando, claro, o mérito de suas palavras e idéias, Alessandra.
Não quero convencer ninguém, mas acho importante contra-argumentar e emitir opinião, só assim crescemos.
A propósito, mudando de assunto, quero te parabenizar pelo texto “A rilha Sonora da Memória”. Belíssimo!!! Penso que é assim Alessandra, como você faz, discutindo, relembrando e reafirmando as coisas boas, simples e amáveis da nossa vida, que educaremos para a paz.
Prazer visitar esta página. Abraços,
Elzi Alves.


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