Às vezes eu falo e tenho a impressão de que o som das minhas palavras se perde pelo ar. Me pergunto se realmente nos damos ao trabalho de ouvir ou se
só estamos preocupados em argumentar.
Às vezes eu escrevo e sinto as minhas palavras se metamorfosearem na interpretação de cada um. Me pergunto se realmente lemos ou se só estamos
preocupados em argumentar.
Às vezes paro para observar as pessoas conversando e acho que a comunicação é uma grande farsa. Nestas horas, procuro ficar quieta no meu canto,
longe do verbo e do verbal. Mas nem mesmo no silêncio dos meus pensamentos, sou capaz de encontrar instantes de clareza e compreensão.