Andei desenhando uma linha para separar o passado do presente para não mais permitir que eles discutam. Mas, foi só rabiscá-la um pouco, perder um pouco das habilidades das mãos, para que a linha se tornasse um abismo e quase me fizesse despencar para sempre entre um e o outro.

Como ainda sou forte, antes de cair, consegui sacar um lápis de cor marrom pra dar força as raízes e um verde pela preferência das cores que me despertam a fé. Risquei em poucos traços um único galho de árvore , desses que surgem como se fossem mágica nos filmes de ficção e salvam os bons mocinhos. Subi assustada até o topo, cheia de folhas verdes coladas nas mãos e me dei conta do tamanho da queda, dos abismos que, quase sem querer, eu vinha desenhando e colando, misturando tudo para que nenhuma lembrança deixasse de me pertencer. Salva e tomada pelo fato de que todas as lembranças estão se desprendendo de mim, acho que passei a ter mais foco no passo do que nas linhas que desenho para só para me distrair com o tempo, os riscos e meus pensamentos.



Postado por:Alê Félix
31/05/2011
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