Porque diabos não sinto mais sua ausência? Sinto saudade da saudade que sentia, do desejo que contorcia entre os dedos, de pensar nas possibilidades, de pensar. Gostava do jogo, o jogo perdeu a graça. Gostava de imaginar seu corpo, seu corpo perdeu a graça. Gostava de você longe, na sala perdeu a graça. Esses dias lembrei do dia que você foi embora… Quem é que vai embora recitando poesia? Não te ensinaram a dar beijo na boca, não? Devia ter saído devagarinho, devagarinho eu te ensinava… Será verdade que você está feliz ou ensaiou aquele sorriso no espelho do banheiro antes de sair de casa? Você não mente bem… Deve estar. Afinal, fugir sempre te fez bem. Não digo mais por mal, juro. Por mal eu só digo quando desejo. Você sabe…
Só queria ainda sentir sua falta, te escrever obscenidades enquanto tomamos nossos cafés quentinhos, dizer que aquele monte de e-mails ganhou um par de asas costurado em couchê com off-set e que ele tem o nome engraçado que você deu depois do final. Mudei seu nome, mudei o meu, assinei sem deixar vestígios. Fiz caridade com o dinheiro dos seus insultos e gastei minha cota de paixão em mais um vestidinho preto. Lindo, lindo… Foi uma história boa, não foi? Que pena saudade também ter fim, que pena.