Dormindo, acordando, dormindo… Sem a menor vontade de fazer qualquer bobagem que me distraia. Lembrei de um filme que há muitos anos me fez entender alguns sons que vibravam no meu peito e eu fingia que não ouvia. Assisti o filme de novo, chorei de novo, compreendi e ouvi tudo, um pouco mais. Um pouco mais sobre mim mesma, sobre os homens, sobre mulheres. A cena que o marido lhe corta o dedo ainda me arrebenta o coração tanto quanto a cena da primeira vez que ela transa com o amante…
Nunca, nunca na sua vida chegue perto de alguém que te proibi – seja pelo motivo que for – de fazer o que te faz vibrar. Por mais que eu me esforce, há meses não escrevo uma linha sequer… E embora eu nunca tenha chegado perto o suficiente, as palavras que sempre lhe escaparam pela boca, calaram e torturaram as que costumavam sair pelos meus dedos. E tem me parecido uma eternidade não reencontrá-las… Uma eternidade de silêncio, vazio, uma eternidade presa no fundo escuro de um mar qualquer.
Este filme é uma lição de como proceder na vida.