Eu gosto de você. Gosto num quase amor, num quase desejo, num quase desespero pelo encaixe dos seus braços. Gosto feito oração a espera de que tudo o que for “quase”, desapareça da frase. Eu gosto de você… Fico engasgada a maior parte do tempo tentando ser clara, mesmo estando de olhos fechados, mesmo sem saber se o que eu quero daqui é o mesmo que se quer daí. E você sempre parece que não entende os meus porquês e eu, mesmo sem saber, explico tudo até pra mim mesma. Teve alguma coisa nesse seu jeito de olhar que me prendeu desde o primeiro instante, sabe? Algo que me dispara frios na barriga, te despe a distância, me deixa nua, me faz sua. Algo que me faz contar os segundos, atropelar as vontades diante do seu silêncio e cócegas toda vez que você sorri. Um troço gostoso que me faz traçar planos para roubá-lo pra mim, com ou sem o seu sim. Não sei direito como, mas fui lendo, lendo, te vendo e te querendo a galopes do corpo aos pensamentos. E você me fez dizer oi, me desfaz em silêncios, me faz gostar em guerra, ligar em paz, brincar de esconde-esconde, desejar cantando, desejar que viesse, desejar que ficasse. E me faz pensar um pouco de tudo sem me dar quase nada além de vontade, a vontade que me devolve o sentido e os sentidos. E engoliu meu tempo, todo o meu discernimento e ainda me faz implorar todos os dias para que venha pra cá, acalme de vez esse meu coração e o torne doce ou o aperte bem esmagadinho, jogue no lixo e no mundo sem paixão que eu estava antes de te conhecer. Sabe quando você disse e “todo mundo vai te magoar, resta saber por quem vai valer a pena sofrer”? Vem me fazer sofrer vem… Eu quero. E me prometo sem palavras e só com um pouquinho de segredo.
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