Ontem inventei de testar algumas redes sociais de voz e acordei com tanta saudade de mar que perdi um pouco do bom senso, entrando no chuveiro e… Espera. Tá com o som ligado aí? Melhor abaixar, que é pra não assustar os vizinhos… Que tal uns fones de ouvido? Tem aí? Que bom… Mas ó, não vale me zoar muito, tá? Eu sei que é dar muito mole pra vocês sentirem vergonha alheia, eu sei… Mas, enfim… A foto do “mico número 1” tá pequenininha, mas é linda. Foi tirada em um dia bom em Paraty, eu mesma que bati. A do “mico número 2” também é a coisa mais linda, mais cheia de graça… Fez ele realmente parecer estar aqui.
No mais, aperte o play e se prepare para perder dois minutos da sua vida, preso comigo no banheiro. E me perdoa a intimidade, mas…
Ouviu? Pois é… Aí, não satisfeita com o papelón da minha chuveirada matutina, a noite, fui parar na banheira… Na banheira com o Vinícius! E até que foi bom pra mim, sabe? O final ficou meio ruim, mas o papo com ele foi tão bom que decidi voltar a me divertir mais vezes na minha banheira…
Ok, ok… Também estou com vergonha de mim. Mas pelo menos ainda posso aprender a fazer isso direito, ter aulas, sair do banheiro e virar uma estrela do rock, tá? Se até o Axl Rose e a Paula Toller aprenderam, eu também posso! :-b
Passei dez anos da minha vida acreditando nos contos de fada que eu lia, mais uns dez experimentando ser a princesa de alguns príncipes, a bruxa malvada de alguns sapos. Mais alguns anos, os últimos, tentando simplesmente ser uma mulher, dotada de todos os meus encantos e desencantos. Agora, depois de tantos erros e acertos, me vejo recolhendo a ponte do meu castelo, me distanciando e rezando… A gente cresce lendo romance e passa a vida vivendo suspense. Habitamos cenários de thrillers de terror e decoramos feito comercial de margarina. Tenho rezado… Rezado para que não seja uma verdade absoluta o que acontece nos dez anos seguintes, o depois do questionável “felizes para sempre”. Rezado para que realmente existam finais felizes e homens e mulheres com almas bem estruturadas para vivenciá-los… E que um dia, na véspera do meu final, eu consiga reconhecer os príncipes, os sapos, a princesa, a bruxa, meu afeto sem disfarce, meu homem… Mas, principalmente, que eu encontre a serenidade necessária para fechar os olhos e ir embora sem ter nenhuma dúvida sobre a felicidade e os caminhos de como chegar até ela, mesmo que seja tarde demais.
* via papo com a Ligia Ribeiro… A melhor ilustradora de MSN de todos os tempos.
Fase número 1 da vida de solteira de uma mulher que se acha inteligente…
Nunca mais quero saber de homem! Eu tenho um cérebro a zelar!
Fase número 2 da vida da cerebral…
Que tédio essas pessoas do Twitter… Preciso renovar meu círculo de amigos que pensam.
Fase número 3 da vida da miss inteligência…
OK. Dane-se tudo. Vamos às baladas… Eu tenho um cérebro, mas também tenho peitos.
Fase número 4 da vida da solteira nerd e fiel aos seus princípios…
Deus, não permita que eu acabe igual a essa mulherada desesperada da balada…
Fase número 5 da criatura que acha que pensa…
Tenho outros interesses na vida… Onde está aquela série de TV que eu adorava mesmo?
Fase número 6…
Hum… encontro anual dos fãs de Star Trek? OK. Qualquer coisa menos balada.
Fase número 7…
Sou uma mulher inteligente, odeio balada, posso passar a noite inteira conversando sobre vulcanos, efeito doppler, o experimento do Gato de Schrödinger, nunca mais pensar em sexo, amor, vida afetiva estável e outras baboseiras sentimentalóides de mulher. Sou muito mais do que tudo isso e ponto. Vulcanos…
Fase número 8 da vida da solteira nerd…
Em toda a galáxia, acho que eu sou a mulher que mais ouve “eu te amo” e dorme sempre sozinha…
Fase número 9…
Estou de saco cheio desses gatos vivos e mortos dentro das caixas! Porra de TPM… Ai, ai… Vulcanos…
Toda vez que eu me sentir presa em um lugar, a uma pessoa que não me goste do jeito que gosto, a um trabalho que me consuma mais do que me cause satisfação, a uma decisão que pareça imutável, um pensamento que me adoeça ou qualquer situação que não me faça bem… Por favor, não me deixem esquecer desse cachorro. Quero guardá-lo na lembrança para as horas que o meu medo for maior do que a minha angustia. Mesmo que eu me arrebente pulando, quero ser o cão que acha uma saída, não mais um dos que se conformam.
Passei a noite recolhendo passado, juntando coragem para incendiá-lo nas horas futuras, mas começou a chover… E voltei a me revirar na cama, lendo mais uma vez – como se fosse presente – aquela tua carta antiga.
O tempo realmente desfaz tudo o que um dia fez sentido…
Passei a vida morrendo de medo de ter filhos e não ter condições de criá-los ou ter que criá-los sozinha para, no final das contas, viver sozinha e trabalhando como se tivesse uma família de dez rebentos pra manter. E continuo sem querer tê-los, mas confesso que de vez em quando tenho a impressão de que essas ideias sugestionáveis que adotei só me renderam uma gigantesca cabeça de bagre que está é perdendo a chance de descansar em paz sobre os travesseiros caros que tenho comprado no lugar das fraldas que já podiam ter sido descartadas. Vida esquisita… vida equivocada. Preciso achar um norte antes que os potes de ouro nunca mais tenham qualquer tipo de poder sobre as minhas escolhas.
Esses dias eu me vi na estrada, dirigindo a 100KM/h pra passar o final de semana com alguns amigos, mas o tempo todo trabalhando através do celular, falando no viva voz do carro por um aparelho, subindo peças de publicidade no outro, enviando torpedos nos momentos seguintes pra garantir que meu compromisso profissional se mantivesse acima de qualquer alegria na companhia das pessoas da minha vida… E deu tudo certo, tanto o trabalho quanto a viagem, mas voltei pra casa pensando… Por que? Estou colecionando cases de sucesso ou momentos de solidão disfarçados de tudo-ao-mesmo-tempo-aqui-e-agora? Por que eu tenho vivido dessa forma, onde por mais que eu me esforce, só o que faço é manter as pessoas que eu amo invisíveis, a maior parte do nosso tempo? Por que? Pra que? Fugindo ou buscando exatamente o que?