Cheguei a achar que o “em breve” havia chegado com aqueles almanaques com fotos de Atari e Nina Hagen, mas eu estava errada. A chuva das “produções de polaina” deve esquentar mesmo a partir desse ano e a TV, as editoras, o cinema e até a barraca de pamonha vai explorar isso ao máximo. Só essa semana, já ouvi falar de três grandes trabalhos em andamento e putz… Eu confesso: não consigo engolir o videozinho do dia dos namorados, adaptado para os tempos atuais, só porque é fundamental atender o cliente e vender tecnologia através das boas lembranças. Eu pensava nos livros, no cinema, em produções espontâneas que ganhariam espaço e, em seguida, poderiam até ser devoradas pelos oportunistas, até a gente não suportar mais ouvir Cazuza ou desejar enfiar uma batata na boca do Renato Russo.
Cheguei a achar que o “em breve” havia chegado com aqueles almanaques com fotos de Atari e Nina Hagen, mas eu estava errada. A chuva das “produções de polaina” deve esquentar mesmo a partir desse ano e a TV, as editoras, o cinema e até a barraca de pamonha vai explorar isso ao máximo. Só essa semana, já ouvi falar de três grandes trabalhos em andamento e putz… Eu confesso: não consigo engolir o videozinho do dia dos namorados, adaptado para os tempos atuais, só porque é fundamental atender o cliente e vender tecnologia através das boas lembranças. Eu pensava nos livros, no cinema, em produções espontâneas que ganhariam espaço e, em seguida, poderiam até ser devoradas pelos oportunistas, até a gente não suportar mais ouvir Cazuza ou desejar enfiar uma batata na boca do Renato Russo.
Passei o dia com o meu sobrinho, um pivetinho tagarela e afetuoso que – desde o dia que nasceu – me oferece muito mais do que recebe, me ensina sobre o amor muito mais do que fiz por merecer e me dá aulas sobre as verdades que procuro, embora eu tente cabulá-las só porque são dadas dentro de casa.
Vou cuidar da minha casa… Vou cuidar muito bem de todas as minhas moradias, todos os corações que permaneço, todos os lares que habito e me dão abrigo mesmo quando faço de tudo para não ser presente. Vou deixar de ser ausente, doente, demente… Juro.
Sabe aquele tipo de gente que tem tanto medo de perder o pouco que tem e por isso se torna agressiva, provocadora, inconveniente? Conheci poucas pessoas assim no decorrer da vida (ainda bem). Quando as reconhecia, mesmo a distância, achava a postura deselegante, desesperada e essas são características que me levam a adotar desprezo imediato… Ou, em casos extremos, a vontade de dar uma boa surra em quem tanto pede pra apanhar.
O curioso é que só recentemente descobri o real sentimento que elas me despertam… Percebi que, toda vez que me sinto provocada a dar esse tipo de tapa, se eu olhar com um pouco mais de cuidado pra vida da figura e para o cenário todo que nos levou a essa situação, em seguida só o que resta é o sentimento de pena e alívio. Pena por constatar os medos e as misérias da vida de quem não se enxerga e sofre pra manter tão pouco em sua vida, alívio por saber que ainda tenho bons olhos e uma mão firme para acenar um adeus ao invés de dar um tabefe. Não quero meu cenário tomado por histórias toscas, tão breves quanto o prazer que podem me dar e figurantes desesperados. Mal vale a própria pena…