Um dia, se deus quiser – num desses momentos que aos olhos dos outros tudo parece castelo e só a gente sabe o peso da areia, num desses dias que mesmo sabendo voar nos sentimos jogados sozinhos em alto mar – espero sinceramente encontrar uma nau de coragem que me faça compreender de vez todos os sentimentos que nos arrastam da praia ao além-mar… Ou, simplesmente, que me dê fôlego para desistir em paz em vez de descansar em paz.
Dona Andrea, e se um dia a senhora inventar que não precisa mais, pode mandar me chamar que me encarrego de enfiar o seu nariz numa bela praia novamente. 🙂
Qualquer boa mãe usaria suas palavras depois de ler o que escrevi. Eu optei por experimentar o gosto real do mar e dos grãos, sem nada que me desviasse a atenção. E qualquer mulher, por mais maluca ou racional que seja, sabe que ao longo dos anos este é um sabor que amarga e pode fazer desistir.
Mas se eu fosse mãe daquelas criaturas encantadoras que cê tem em casa, além de precisar, todos os sabores teriam gosto bom e eu me tornaria uma caçadora de piscinas naturais, praias paradisiacas, lugares melhores do que as tormentas que inevitavelmente temos que enfrentar durante a vida. A maternidade é a unica coisa capaz de resgatar uma mulher do meio do alto mar e joga-la na areia pra brincar e não pra pesar. Seus filhos vão te agradecer por você ser assim, cê tá fazendo um grande e bom trabalho pelos seus dias e pelo deles.
E fica tranquila que eu tambem não vou desistir não. No final das contas, mesmo sem ter tantos motivos pra brincar em paz na areia, eu acho que sou mesmo é uma grande masoquista, me sinto o tempo todo tentada a me jogar no mar e me arrebentar das verdades mais dolorosas da natureza. Mas é só pq tenho a maior paixão do mundo pelos dias de sol na praia, faço isso só pra voltar e escrever um pouco na areia.
simplesmente lindo….
mas procuro não pensar no mar…ou em como posso calcular os grãos de areia..
preciso continuar…sem saber onde tudo isso vai me levar..
eu preciso…simples assim..