Perdi o vôo, um pouco do chão, um pouco da visão, mas sobraram as asas que nunca serão passíveis de corte, sobrou um coração que nasceu para pulsar no céu e não para ser acariciado na terra. Perdi mais um vôo, mas ainda tenho asas fortes para fugir, escapar pra onde eu puder até surgir novamente um caminho. Sobrou a natureza da minha alma, meu instinto de sobrevivência, meu espírito incontrolável, indomesticável, amém.
Mesmo abatida, ainda me resta um olhar de fúria e compaixão por esse desespero por afeto que nos cerca. Mas, exatamente pelo afeto, não me deseje cantarolando em uma gaiola de ouro que reluz somente a vaidade e a crueldade dos que confundem amor com posse. Não me confunda. Amor verdadeiro a gente contempla voando, partindo, voltando quando sente de voltar. Eu sei que eu perdi esse vôo chorando, mas perdi porque eu quis. Perdi para poder voltar a voar em paz, para reforçar minhas asas, para te deixar experimentar um pouco de alegria e ar puro, bem longe das minhas mãos. Perdi o vôo, mas não as asas. Gente como a gente não se deixa prender por covardia, não permance sem paixão e só retorna quando sente a profunda, honesta e declarada vontade de estar.
Escrito por Alê Félix
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Foto by Sergio Fonseca
* Qualquer semelhança com a realidade, a sua ou a minha vida é apenas uma mera coincidência. Esse é um blog de ficção.
suas palavras voltaram? nada como começar 2011 assim… (e olha que ele é apenas um recem-nascido. deixe-o ter vontade própria para vermos onde vai dar). beijo.
Fantasticabulosamente perfeito!
Me vi aqui.
[…] Alê Félix […]
PQP! Esse texto é do cacete! Tudo a ver. Parabéns!!!
(perdoe-me os inevitáveis, mas precisos, palavrões…)
Paulo, recém-divorciado, redirecionado pelo legal.adv.br
Obrigada, Paulo. Fico feliz que seja um recém-divorciado e gostado do que leu. Acho que apesar da dor que você deve estar sentindo com a separação, ter gostado do texto pode ser um sinal de que você vai ficar bem. Fique a vontade com os palvrões, toda palavra, inclusive as grandes, aqui são muito bem vindas. 😉
Adauto! Espero que tenha se visto e permaneça voando por aqui sempre. Seus olhos são bons olhos. Gosto muito. Alias, obrigada por voltar, mesmo depois de tanto tempo.
Dubonine! Você vem aqui desde 2001! 🙂 Me diz que você já tem mais de vinte anos e eu vou ali na janela dar um pulo. 🙂
🙂 Obrigada, moço. Sempre muito gentil comigo, só posso agradecê-lo pelo carinho e pelas palavras. Obrigada de coração.
Hahaha, já. (Mas num pula).
nossa que maravilhoso seu texto!!!
que Consciência !!
Oi alê moro em manaus e a escola onde eu estudo na minha sala a professora pasoou
um dos seus post cujo o nome é Meninas Más Arranjam Tempo Quando lhes intereça ! , muito bom ótimo
Alê eu não conhecia o seu blog, pra você ver, eu passei a conhecê-lo com um trabalho que minha professora de português passou, mas mesmo assim eu amei o seu blog e amei esse post, é muito lindo tem tudo a ver, eu amei mesmo, continue assim.
LINDO TEXTO, AMEI! PARABÉNS!
Lindo texto! Lindo…digno das sensações às quais não se dão nomes.
Parabéns!
parabénss otimas palavras…. me identifiquei c td q escreveu! ate copiei e fiz umas modificaçoes no meu mural do facebook… pq conta em alguns detalhes minha historia de vida q saiu voando sem ter esperança de voltar… mas hj minhas esperanças e fé me deram forças pra continuar!!! parabénss!!! 🙂
Ainda bem que aprendi ler e reler. Pensar
acho que igual à gripe, que dura sete dias; virose, que os médicos não sabem definir qual o mal e acaba sendo patologicamente clinicada. blogueiros também é uma doença. doença essa que não tem cura, portanto não é uma virose. muito menos um mal estar, um súbito.
e, dessa doença, Alê Félix é vitima. não a próxima, e sim, a eterna. não há remédio que te cure.
de volta aos teclados sua doença começa a contaminar uma nação de fãs, que querem seu blog cada dia mais vivo. Augusto dos Anjos morreu por ter medo da vida, viveu por ter medo da morte: “A esperança não murcha, ela não cansa, também como ela não sucumbe a crença. Vão-se sonhos nas asas da descrença, voltam sonhos nas asas da esperança.
Alê, alada, não é pássaro. quer mas não tem asas. Félix é gata! tem muitas vidas, tem muitos amores, mas sempre volta pra sua casa.