Seis horas da manhã e eu estava acordada… Cada ano que passa parece que se torna mais difícil dormir em paz. Voltei a sonhar que era dia de prova e não havia estudado. Um pesadelo disfarçado de sonho que me persegue há anos, sempre que minha cabeça está sob pressão. Dessa vez, consegui preparar uma cola tão absurdamente boa que acabei chamando atenção demais. Me empolguei e prometi passá-la adiante. Ela deve ter ouvido, óbvio. Ela – a tal professora – observou rápido o movimento e pediu que mudassem de lugar as pessoas que estavam a minha volta. Não sou boa nesse negócio de não dar bandeira… Não quando sou pega desprevenida. As cadeiras ficaram ali vazias, me isolando enquanto eu pensava em um plano B que aliviasse um pouco do meu estresse.
Uma amiga estava atrás de mim e havia estudado… A merda é que sentar na frente e esperar cola de quem está atrás é contar com uma generosidade que nunca fez bem ao meu ego e muito menos a minha fé. Concluí que seria mais um “foda-se, me recupero na próxima”. Mas aí o sonho se misturou com uma verdade que aprendi na infância e que me atormenta tanto quanto os pesadelos da mesma época… Quem não aprendeu subtração, como é que na próxima vai aprender divisão?
Acordei cansada, ao meio-dia, atrasada pra uma série de compromissos. Curso de meditação… Preciso de um curso de meditação e não de um despertador.