Sonhei com seus filhos ontem a noite… E é provável que eles estejam a caminho. Eles brincavam na beira do mar enquanto conversávamos nas areias da sua cidade. Sua cidade… Eu tenho razão quando digo que ela é mais minha do que sua. Você não é de lá, não é de cá e, embora não admita, do meio do caminho certamente é. Ela é minha porque me abraça, é sua porque desprendeu-se de você. Ela te abandona, mas me conta sobre seus filhos… Maldita, bem dita.
Lá na praia… Brincando com baldinhos enquanto você dizia minhas culpas e eu segurava as borboletas e lágrimas das nossas tentativas erradas. Era lá que eles estavam… E eram seus, e em breve você os reconhecerá, os abraçará e não sobrará nada além do adeus que precisávamos. Chega de cartas, de histórias feitas com palavras e de paixões com crueldades. Segure seu leme e seja feliz nos mares dos amores desapaixonados. Olhando da areia, sem nenhum traço de ciúme mas com uma perturbadora tristeza, me pareceu um bom lugar. Cuide bem deles. E quando eles crescerem… Não, dessa vez, que seja para sempre sem deixar pegadas na areia. Prometo, prometa-me.



Postado por:Alê Félix
20/11/2007
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