AGUARDEM NOVIDADES E RESERVEM O MÊS DE OUTUBRO PRA FICAREM OU VIREM A SÃO PAULO!
*O único evento blogueiro que será tão bom quanto sexo. E tratem de acreditar porque quem está cuidando das preliminares sou eu! 🙂
Era pra eu ter ido num boteco bater papo rápido com o Ina, arrastá-lo pra uma jogatina na casa da Foschia e acabar a madrugada no forró com as amigas. Mas o boteco estava cheio de gente que havia saido de um babado chamado Blogcamp (juro por deus que a cabeçuda desatualizada aqui, até agora não faz idéia de que diabos é blogcamp e “twitter, twister, tuittar” !). Acabei esticando até o Frans com os fechadores de bar que sobraram, sai de lá agora pouco, dei – tranquilamente – milhares de voltas no quarteirão esperando um cara terminar o assalto de um carro, liguei pra galera lerda do 190, o ladrão obteve sucesso, tô escrevendo enquanto faço xixi e nem sei porque… Ah! Lembrei. Adorei vocês pessoas do café final. Bom a ponto de voltar hoje. 😉
Campainha… Se for a merda da viatura ou o ladrão, vou tocar ovão galado da janela.
Pessoas, no dia 01 de setembro aqui em São Paulo acontecerá o maior street festival do país, o GAS (Guaraná Antarctica Street Festival). Serão montados cinco palcos para apresentar os sete shows (D2, Hateen, Detonautas, Fresno, NXZero, Strike e Forgotten Boys) + shows de 20 bandas independentes que a gente pode escolher AQUI.
Enquanto isso, rolam esportes de ação em 3 pistas. Skate, bike e inline com apresentações dos maiores nomes dessas modalidades, além de grafite, moda street, b boys, oficinas e tatoo.
Blogueiros podem se cadastrar para divulgar o evento e concorrer à uma das cinco vagas de Blogueiro GAS. Eles ganharão acesso ao backstage, dez ingressos para dar aos seus visitantes, camiseta e acesso à notícias exclusivas pra cobrir o festival!
Bóra lá?
Num mundo onde tantas são as possibilidades de vivermos na merda, é imoral morrermos por uma dor de amor.
Banho. E rua!
Da vida?
E, enfim, o único ato de protesto da brincadeira. Quando eu crescer quero ter tempo pra ser assim.
Dá para acreditar que aqui na minha rua ninguém se cumprimenta? Juro, nada de “bom dia”. Fui dar uma volta a pé pelo bairro só para me certificar e, nada. Até mesmo as pessoas que estão carecas de me ver pela vizinhança abaixam a cabeça, ignoram ou viram de lado meio sem jeito quando passo por elas. Não, não é pessoal, seus bestões. Já vi da janela que é geral. Um amigo que mora no interior do Rio, veio pra cá dia desses, pegou ônibus e metrô e disse que o movimento paulista dos “cabeças baixas” e dos “caras amarradas” são assustadoramente grandes e que um simples “oi” para uma garota bonita fazia ele se sentir convidando-a para um motel. Sai pra conferir e ele tem razão, não é um problema que afeta somente as pessoas da minha rua. Ninguém sorri pra ninguém, simpatia e pedido de esmola são ignorados com o mesmo tipo de nariz empinado e amedrontado. Feio, feio… Tanto ignorar um quanto o outro.
Minha gente, falando sério, custa? Tudo isso é medo de ladrão? De tarado? De tarada? Não há sorriso porque o mundo está perigoso ou o mundo está perigoso porque não há sorriso?
Não faço idéia de como é onde vocês moram, mas aqui em São Paulo a coisa está triste, triste… Sou a favor de combatermos o movimento dos “caras amarradas” com o movimento do “oi com sorriso”, “bom dia não é assalto”, “cara feia pra mim é fome”, “quer um biscoito?”. Podem me chamar de louca para sempre… Vou dar “bom dia” para todo mundo que me der na telha e no horário que for. Se a timidez apertar, vou só de sorriso até pegar o jeito. E vocês deviam fazer o mesmo!
Passei a semana toda com o nome de um lugar na cabeça. Segundo um amigo que sempre me convidava para ir até lá, um lugar bom-bonito-barato. Rô é um moço de bom gosto apesar de ser um confesso cara estranho… E, sinceramente, eu já devia ter idade suficiente para desconfiar dos três bes, nem vou reclamar da indicação.
Convidei os amigos-paus-para-todas-as-obras sem apelar: “Vamos pro Milo Garage? Tô com a intuição.Tô com a intuição. Melhor a gente ir… Pensem na intuição! Foco na intuição que todo mundo se dá bem. Vamos pela-mor-de-deus?”. Fomos.
Uma garagem de maconheiros vestidos como intuito de chamar atenção num bairro de riquinhos. Este é o tal do Milo Garage! Nada contra roupas de brechó e o uso de plantas de efeito duvidoso, estas foram constatações óbvias. Uma das caixas de som estava com problema e eu não conseguia parar de reparar. Acho que é necessário ter menos de vinte anos ou mais de dez doses de tequila no sangue pra isso não acontecer, mas enfim… Eu parecia ser a única que ouvia os estalos. Uma amiga, antes de irmos, disse que lá tocava indie rock… Logo pra mim, né? Como se essas variações me dissessem algo. E, talvez, não diga pra mim nem pra ninguém. Nada além de uma necessidade humana de rotular para poder se encaixar. Mas eu gostei das músicas. São legais, não dão dor de cabeça… Se bem que eu também teria gostado se eles tocassem Waldick Soriano ou Mamonas Assassinas… Ignorem qualquer opinião minha.
De verdade? Meus amigos são boas companhias e eu teria sobrevivido ao lugar sem divagar muito se tivesse bebido, mas não quero mais beber. Suco de uva sem açúcar é algo revelador… chega de álcool, sabe? Tô bem assim.
Generalizando só pra deixar meu cérebro viajar: devia ter mais de duzentas pessoas ali dentro. Rodinhas de amigos que não olham para os lados, não vêem nada além de seus próprios mundos, não se interessam por nada além do gênero musical que escolheram. A impressão que tive é que aquelas pessoas saíram de suas casas para fazer o que podiam fazer em seus próprios quartos. Ou, talvez, a repetição do vazio seja inevitável… Não sei. Num dos cantos do bar vi uma moça de uns quarenta e poucos anos com uma cara meio cheirada, sozinha e sacudindo no mesmo lugar feito todos os outros. Não consegui tirar os olhos dela… Sozinha, sozinha… E eu não parava de me perguntar em que encruzilhada da vida ela se perdeu…
Saímos do Milo Garage, encontrei um amigo da época da adolescência, o suco de uva me fez falar um monte de besteiras imperdoáveis, dei tchau para os amigos que peitaram a roubada ao meu lado e, ao invés de correr para casa, entrei no bar ao lado. Um lugar chamado Savassi que estava fechado para uma festa particular, mas – sei lá eu porque – pediram meu nome e me deixaram entrar. Fiz cara de pastel de vento e fiquei. Festa bacana, gente bem nascida, trintona, sem nenhum traço de rebeldia, tranqüilas em seu habitat natural de moedas de ouro. Cheirava festa de publicitários, mas não quis descobrir. Nenhum baseado misturado com o cheiro de perfumes caros. Casa bem ventilada, lugar bom, bonito e conta paga pelo dono da festa. Músicas que fizeram e fazem sucesso nas rádios eram tocadas pelas mãos de um DJ lindo, lindo… Nunca arrisquei ficar sozinha em um lugar assim, foi a primeira vez, foi um estalo de um nada qualquer. Adoro, adoro observar as pessoas… E elas estavam todas sozinhas, sozinhas. Tanto de um lado quanto do outro, tanto em um bar como no outro, independente do tanto de hipocrisia e de tristeza que cada um carregasse ou fingisse em seus sorrisos, a impressão era a mesma. Ninguém se mistura, ninguém se conhece, ninguém abre a guarda e todos gargalham e discursam sobre superficialidades em qualquer buraco que você se enfie nessa cidade. Todos loucos pra escancarar a guarda, mas… Como fazer isso sem parecer que o louco é você, não é mesmo? Lembrei da quarentona do Milo Garage, olhei para mim mesma no Savassi… Pedi mais um suco, mas lá não tinha o de uva.
Vou dormir. Acabo de ter uma das noites mais longas da minha vida e os anúncios de dia dos pais no rádio do carro acabaram de me lembrar que ainda tenho uma família pra olhar. Volto depois. Fui.