Post que eu comecei a escrever (e não terminei) na sexta-feira, antes de ir de mulherada para um bar com anões entregadores de correio elegante. O frio melou o programa, o post ficou inacabado no racunho.
E eis que estou me tornando um ser sociável novamente… Tentando pelo menos. Depois de dez anos escondida atrás de um micro e ter chegado a níveis insuportáveis do tipo: comprar uma pistola de água pra usar de madrugada nos cachorros da vizinhança que me incomodam durante o dia, levar pacotes de apitos em festas de crianças pra não ser mais convidada, distribuir folhetos dos testemunhas de jeová em casas de swing e zanzar de carro no meio da noite para fixar pinguins de geladeira pela cidade, eu voltei…
Bobagem. Continuo o desastre social de sempre. Ainda bem que não o terminei porque sábado foi um dia esquisito. Engraçado em alguns momentos, mas estranho e cheio de situações que me fizeram pensar horrores no domingo. Acordei com caipirinha, feijoada, amigos e o e-mail abaixo.
Ô, minha irmazinha… Tô aqui. Bem em ascensão porque tinha descido tudo que podia. Hehehe… Os meninos ou são legaizinhos e baixinhos ou são lindões e vazios – sacanas demais. Vontade de voltar atrás com alguém… Como tu vê, isto ainda não desenrolou. Mas, quando eu abusar e entender, eu paro. Tô também acompanhando os beija-flores da minha vida… As florzinhas que estão aparecendo. Como bom capricorniano, radicalizei: não fumo, não chupo maconha, não como carne de espécie alguma. Claro que amanhã é outro dia e posso radicalizar de novo. Hehehe… Adoro acompanhar teus humores que são tão parecidos com os meus. As vozes que nos falam… pá pá pá. Sabia que deus não existe? É… Surpresa? Hehehe…. Descobri que a gente cria este arrimo pra não ter que nos resolver… Do tipo: “um dia ele nos dará o que não temos!”. Quando na realidade somos nós cabeções inveterados que temos beija-flores nos pulmões. Ai como sou bichinha! Hahahahhahaha…. Beijão bem babado, e te diverte neste findi que eu também vou estar aqui fazendo por mim.
Fofo, né? Amo este meu amigo lindo de paixão. No domingo eu acordei atormentada com meus pesadelos e defeitos de personalidade. Milhões de vozes na minha cabeça. Elas se multiplicam quando o caos se instala e falam ao mesmo tempo. Por sorte, uma delas fala tão alto quanto eu e me conta minhas histórias de um jeito simples…
Tem gente que nasce com o coração de vidro e cresce com ele sendo tão despedaçado que as farpas saem pela boca…
Talvez não justifique, mas é o que acontece. E eu vou parar de escrever sobre isso. Não há flores entre os meus dedos que possam curar as dores da minha palavra.
Escrito pela Alê Félix
15, maio, 2006
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Já contei que sou uma egocentrada, sem habilidade social e que dificilmente consigo enxergar o mundo com os olhos dos outros? Na verdade, cada dia que passa, tenho mais dificuldade para encontrar pessoas que eu respeite. E a culpa é minha porque mal deixo elas se aproximarem, quanto mais conseguirem dizer quem são antes de levarem alguma bordoada minha. Na verdade verdadeira, passei tantos anos ignorando e evitando gente nova que se tornou até divertido provocá-las e não me importar com a minha ausência de filtros. A ponto dos meus amigos antigos me chamarem de Analista de Bagé, Greg House, e dos amigos novos darem a descrição que está no começo desse post. E eu concordo com todos eles mas, vez ou outra, não sei se os empurro da sacada ou se me jogo dela.
É engraçado… Ontem estava pensando que, em quatro anos de blog, raramente respondi os e-mails (legais ou não) que me foram enviados. Mas respondi muitos dos
e-mails sensiveizinhos, chorados e com promessa de suicídio que esperavam (por algum motivo insano ou pura falta de atenção) ler palavras de carinho e otimismo vindas da minha caixa postal. Impressionada com a capacidade que algumas pessoas têm se fazer de coitadas, eu respondia os mais monótonos. Porque sempre fui a pior pessoa para tentar entender gente que não se resolve sem dramalhões, sabe? Adoro ouvir histórias, mas definitivamente não consigo respeitar seres tão carentes de atenção.
Mas aí aconteceu de voltar a conhecer gente… E gente nova sempre me irrita porque posso vir a gostar delas, e nunca sei até que ponto posso me dar e até que ponto elas me querem em suas vidas. Aí, ao invés de bater na porta como todo ser humano civilizado, vou e arrombo a porta.
Um dia escrevi que normalmente eu sorria para as pessoas, mas que não esperava que elas sorrissem de volta. É mentira. Nunca sorri para ninguém. Quando gosto da figura e não sei nada sobre ela a primeira coisa que faço é socá-la ou deixá-la constrangida para ver até onde ela agüenta ou me agüenta. E tenho feito isso regularmente com as minhas novas pessoas… E acabo sempre voltando mal pra casa, me sentindo péssima de alguma forma… E tenho me perguntado se não sou o tipo de pessoa carente de atenção que tanto eu desprezo… Vergonha.
Ontem de madrugada levei uma hora pra conseguir dormir… Um frio do cacete. E o coração em frangalhos por ter disparado minhas farpas a revelia só porque não há o que me segure quando tudo parece diversão. Ando com muita, muita vergonha do que me tornei ou me torno em certas ocasiões… A verdade verdadeira talvez seja essa.
Uma hora depois dormi e sonhei que estava numa festa em um apartamento grande, de sacada aberta e que eu (cruelmente) me divertia as custas de uma garota fragilzinha que estava brigada com o namorado por um motivo que eu julgava besta. Ela subiu no parapeito da sacada e prometeu se jogar. Eu ri, a desacreditei, não resisti as piadas de humor negro que me vieram a cabeça e só olhei para trás quando vi o namorado indo tirá-la de lá. Ela errou o passo, um amigo tentou ajudar e caíram os três. Não me recordo de sentir nos últimos anos sentimento tão inconsolável… E foi só um sonho. Um sonho que me acordou arrancando do peito um dia de arrependimentos e uma dose estranha de consciência. Chorei como idiota o dia todo… Tem alguma coisa muito errada comigo. Porque eu sei que preciso mudar, mas não sei nem se quero, nem se consigo, nem se vou gostar do que posso me tornar.
Sem saber o que fazer com um problema tão simples, passei o dia sensível, calada e pensando seriamente em fechar a porta e voltar pra dentro de mim. Antes, eu não sentia tanto frio.
Escrito pela Alê Félix
15, maio, 2006
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Escrito pela Alê Félix
12, maio, 2006
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Aposto quanto vocês quiserem que eu sei qual é o plano desses caras. Eu vou, mas antes vou contar o que vai acontecer na festa do copo vermelho. Paguem um pau pra gênia aqui (rss):
Os caras querem lançar alguma bebida, criaram toda uma campanha pra deixar a blogosfera curiosa e vão bancar comida e bebida (que é, obviamente, o maior chamariz da classe média).
Durante a festa, em copos vermelhos, será servida a tal bebida. Conversaremos, daremos risada, encontraremos amigos, faremos novos amigos e no dia seguinte – “voilá”! – todos nós escreveremos em nossos blogs sobre a noite anterior e, conseqüentemente, o que tinha no copo vermelho.
Exemplo: na lista, foram citados 155 blogs. Se a média de visitas diárias dessa lista for de duzentas pessoas por blog (que sabemos que é pouco), os caras vão conseguir mais de trinta mil visualizações diárias enquanto os posts estiverem no ar. Fora linkagem e o diabo a quatro que dá bom posicionamento nos sites de busca e podem ser interessantes para o resto da campanha.
Vamos lá, vamos lá… Apostem comigo, please! rssss
E digo mais! A idéia da festa foi do Cocadaboa. O Manson jamais diria algo do tipo: “Exclusiva para blogueiros? Tô dentro! Esse é o típico evento que lota de mulher gostosa!”. Convenhamos: mulheres que escrevem podem ser qualquer coisa, menos gostosas. E ele sabe disso! OK, que venha a chuva de ataques das “blog-escritoras” que eu aguento. rss
Escrito pela Alê Félix
11, maio, 2006
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Tão sabendo da tal Festa do Copo Vermelho? Qual é o plano da tal agência Espalhe? Com esse nome é bem provável que queiram vender alguma coisa no final. Será que vai rolar brincadeira do copo? Oba! Tô dentro. Eu faço as perguntas pros espíritos. Falei primeiro. Grunf… Acho que não. Comida e bebida de graça pra marmanjo por que? Aposto que vai rolar venda de filtros Europa ou coisa parecida… E nada de brincadeira do copo. Droga. Só compro se rolar uns espíritos.
Escrito pela Alê Félix
11, maio, 2006
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ATENÇÃO
O post a seguir contém cenas de violência, nudez
e sexo e é desaconselhável a pessoas suscetíveis.
É aconselhável discrição.
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– Querendo ou não, eu serei para sempre o seu diabinho de estimação.…
E ela disse isso enquanto me empurrava contra o muro da fábrica… Olhou-me nos olhos com a maior cara de safada e lambeu a bíblia que eu carregava embaixo do braço e que havia colocado entre nós na hora que ela me emparedou. A mulher era a perdição… Boa pra mais de metro! Provocava e ria de mim. Mas Jesus Cristo, nosso Senhor, é testemunha de que eu desviava o olhar, que evitava a doida o máximo que podia e tentava ignorar cada pedaço de maldade que saía daquela boca. Ela, só me tentando: no ônibus, na fábrica … até na esquina lá de casa fazia cena. Na volta do trabalho, ela mudava de caminho, só pra me torturar. Morava duas ruas abaixo da minha, bem mais perto do ponto, mas dizia que precisava exercitar a parte interna das coxas. Numa dessas vezes, com a rua vazia, ela passou as mãos pelos quadris enquanto caminhava na minha frente e se arrebitou toda enquanto erguia a saia até a altura do gordinho da bunda… Para o senhor ter uma idéia, neste dia, eu cheguei a ver até um pedaço de calcinha. Nem dormi naquela noite.
No dia seguinte, de manhã, ela veio de novo. Eu estava na fila do ônibus quando ela passou por mim meio esbaforida… Até a respiração dela me perturbava. Não precisava ter dito nada, só chegar perto já era um problema. Mas, mesmo assim, ela chegou como se fosse me comprimentar e disse:
Ontem era uma de algodão cor de rosa… Hoje estou de vermelho, hoje estou de renda, hoje estou no cio e quero ver o quanto de um bicho ainda existe em você..
O senhor pensa que é fácil resistir a uma coisa dessa? Eu sirvo Jesus Cristo, mas tenho um pau no meio das pernas! E ela era uma vaca de tão perversa. Uma gostosa, a minha branquelinha…
– Chorar não vai resolver o seu problema não, ô cordeirinho! Pode enxugar as lágrimas e ir desembuchando logo, vai!
– Como eu a quis de um jeito decente… O senhor não faz idéia de como eu tentei. Era tanto o meu desejo por aquela pervertida do diabo que ignorei todas aquelas sandices que ela tinha na cabeça e implorei que entrasse pra igreja, aceitasse Jesus… Que purificasse os pensamentos e casasse comigo. Eu cuidaria dela, sim senhor! Direito! Como pai de família! Não com safadeza, como a doida queria.
Teve um dia que ela se esfregou em mim… O ônibus lotado e ela se esfregando, passando os peitos pelas minhas costas, as pernas nas minhas pernas. Eu saí de lado, ela parou, mas não antes de sussurrar no meu ouvido:
Todo o tesão que você me causa eu confesso lá na católica, sabia? E adivinha? Não há nada que eu pense em fazer entre as suas pernas que algumas Ave-Maria e alguns Pai-Nosso não me absolvam..
Me diz: que homem suportaria esta mulher? E nem a igreja católica ela freqüentava! Ia lá só para perturbar o pobre do padre. Eu tenho um bilhete que ela deixou no meio da minha bíblia… Está aqui se o senhor quiser ver:
Eu me acaricio enquanto detalho para o padre o volume que eu vejo sob a sua tua calça…
– É, malandro… quanto mais temente a Deus, mais tesão pelo diabo!
– Mais respeito pelas crenças do rapaz, Almeida! Cuide de anotar o depoimento e engolir os seus comentários. O que eu não entendo é porque você matou a menina um dia antes dela aceitar de vez a sua religião. Se você sentia tanta atração por ela, se ela dizia amar você a ponto de freqüentar a sua igreja e casar do jeito que você queria, por que estourar os miolos dela?
– Foi um mês de prazeres que eu não teria com mulher alguma nessa minha vida. Julia era doce, sensual, atrevida… Uma cobra, aquela peste. Se contorcia sobre o meu corpo de um jeito que era ela que me comia, não eu. Não é fácil pra um homem, mas eu comecei a gostar dela do jeito que era. E caí de amores por aquela branquelinha… Quanto mais a conhecia, mais eu sofria pelos dias que desperdicei. Por ela, eu repensei a idéia de céu e inferno, enxerguei a minha dependência religiosa, minhas fraquezas e a resistência que sempre tive para aceitar pessoas e pensamentos diferentes dos meus. Eu me escondia atrás de uma bíblia, era isso que eu fazia. Me escondia atrás de um monte de regras estúpidas. E como eu era hipócrita…
É isso que deve ser amor, sabe? Amar deve ser se permitir mudar, repensar, recomeçar, não ter medo de errar, sentir, fazer uma ou outra bobagem em paz de vez em quando. Deve ser não ter medo de se estrepar um pouco, perder o controle… Eu amei a minha branquelinha, mas não tive coragem de largar a igreja nem o mundo que me ensinaram que era o certo. E eu sei que ela me amava também… Percebi, um mês depois do nosso primeiro beijo. No dia que ela lambeu a bíblia eu não agüentei e a beijei na nuca depois que ela virou de costas para ir embora. Aquele cabelo curtinho… A nuca sempre me chamando…
Batalha perdida, fizemos amor feito uns drogados um mês inteiro – todo santo dia, se o senhor quer saber. Até que ela inventou de ir na igreja comigo… Foi uma vez, foi outra, mais uma e, mesmo eu sabendo que ela se entediava com aquilo tudo, vi ela decidir se batizar sem dizer palavra.
– E isso não era tudo o que você queria, rapaz? Agora pouco você disse que pensava em casar, fazer a coisa direito!
– Eu disse, sim senhor… Mas foi no começo, quando tudo era só provocação dela. Depois que provei da Julia, logo percebi que eu estava perdido… que ali, o pecado era mexer a ponto de transformar a minha branquelinha em outra pessoa. Aceitando Cristo como seu salvador, mais cedo ou mais tarde ela sentiria o peso da culpa, o medo da vida… Percebi que esse negócio de amor e paixão não é pra qualquer um não, sabe? Tem que ter a mão muito leve para a vida e nenhum de nós dois tinha…
– E a sua mão pesou tanto que disparou aquele revólver seis vezes no peito da moça?
– Os senhores não vão entender nunca. Homem é bicho fraco. A gente costuma dizer que quer uma mulher que seja uma santa na rua e uma puta na cama, mas é mentira. A gente não agüenta isso, não. Puta a gente gosta se estivermos escondidos num puteiro. Mulher nossa tem que ser santa, inclusive na cama, porque senão a gente fica inseguro, não sabe se dá conta.
– Foi por isso que você matou a menina? Por que achou que não daria conta?
– Não foi, não senhor. Eu matei minha branquelinha porque eu seria incapaz de fazê-la feliz. A matei porque, mesmo sabendo disso, não suportaria saber que outro homem desfrutaria do seu sorriso. Matei porque não conseguiria ver aquela mulher que se divertia tanto com a vida, morrer ajoelhada e chorando nos bancos de uma igreja.
– Pra quem sonhava com o Paraíso, engolir uma penitenciária vai ser test-drive para o inferno. Quem diria não, ô cordeirinho? Depois vem discursar sobre o pecado…
– Não existe o pecado; existem crimes. E eu estou aqui confessando os meus.
Escrito pela Alê Félix
7, maio, 2006
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Dia 12 de Maio a Ana Maria lança o seu novo livro lá em Belo Horizonte. Veja endereço e horário clicando aqui e aproveite também para ler o que o Idelber escreveu sobre.
Escrito pela Alê Félix
6, maio, 2006
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Duvide-o-dó que o Garotinho não anda assaltando a geladeira…
Escrito pela Alê Félix
4, maio, 2006
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