Ontem passei alguns minutos com a Roberta no telefone. Gostei dela… Falamos sobre trabalho, blogs, livros, editoras, a mafia do mercado editorial e blogueiros. Falamos basicamente sobre a mediocridade humana. Falamos sobre egos, disputa de poder, necessidade de ser aceito, inveja, covardia, prejuízos virtuais e o melhor de todos os jeitos de se ganhar dinheiro com um blog: virando as cartas. Pois muito bem, é sobre virar algumas cartas que eu queria escrever. Quem sabe assim o contador sobe e a grana cai do céu para que eu pague com ela, ao menos, os custos do provedor.
Sabe de uma coisa? Eu não preciso ser vidente para saber o quão solitárias podem ser as mil e tantas pessoas que passam por aqui diariamente. Somos movidos por medo e curiosidade. Bisbilhotar o dia de alguém que vive trancada em casa por, principalmente, suportar cada vez menos as pessoas, é só uma manifestação simples do seu medo e da sua curiosidade. Somos iguais e é por isso que você volta. Por que você se esconde? Eu não preciso ser vidente para enxergar ciumes, inveja, raiva, ódio (?)… Está na moda odiar. E quem entende como esses sentimentos brotam na gente? Sabe, eu também sinto essas coisas. Sou humana. Sinto ciumes, minto, blefo o tempo inteiro só para me certificar de que estou cercada de farsantes… e quase sempre eu acerto. Mas não se preocupe, nenhum de nós é bom pra caralho. É por isso que você volta não é mesmo? Volta porque eu não me importo que você me odeie, volta porque eu não me importo de me importar com a sua miséria, volta porque por pior que seja sua curiosidade e ela que acaba fazendo você ler até o final. Não é incrivel? Eu também não consigo acreditar, por exemplo, que você chegou até aqui. Está sempre aí… Louco pra ver quantas vezes eu consigo levantar e louco pra rir da minha cara quando eu caio. É tão bizarro quanto olhar defunto atropelado na beira da estrada. Mas, novamente, não se preocupe. Todos nós olhamos. Quem não olha fecha os olhos com medo da realidade. É meigo, mas é também covarde. Ah! E eu sinto inveja, sim. Não esqueci da inveja. Morro de inveja! Dos herdeiros, dos talentosos e daqueles que vivem se apaixonando. Já devo ter dito isso antes. E sinto raiva quando vejo uma dessas pessoas reclamando. Queria ter o dom de calar a boca dos outros assim como eu calo a sua de vez em quando. Deve ser por isso que vira e mexe eu tiro esses comentários… Aqui é um dos poucos lugares que eu ainda posso brincar de deus. E há quem ainda apareça para falar em crise de criativadade, estatísticas… Céus, que porra essa gente tem na cabeça? Que porra você tem na cabeça? Para se dedicar diariamente a um blog é necessário ser extremamente solitário e, apesar de tanto isolamento, eu ainda gosto de conversar com algumas pessoas… Cinco. Talvez quatro, mas ainda gosto. Elas diminuiram drasticamente depois que eu comecei com essa história de blog. Não é à toa que muita gente pira com essa coisa toda. Eu tenho pena de mim mesma quando me dano a escrever bobagens em posts cheios de erros e falta de coerência. Sinto pela solidão que me enfio quando deixo escapar a hora de parar. Sofro minha vidinha medíocre de todo dia… Sofro pela minha e pela sua.



Postado por:Alê Félix
29/10/2004
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