Eu fiquei de postar (adoro postar. Não é como jornal. Eu posso esculhambar meu texto e deletar no dia seguinte. É lindo. Quase sem testemunhas da minha incompetência.) sobre o que escreveram no Caderno 2 no último final de semana, mas acabei esquecendo. Ando muito cansada para blog e, além do mais, dei a matéria para a minha avó e para a minha priminha lerem, e nenhuma das duas entendeu muita coisa do que estava escrito ali. Minha avó, ao terminar a leitura, me perguntou por que o jornalista não leu os livros que fez menção. Minha priminha, antes de ler, comentou sobre as telas erradas dos blogs do Catarro Verde e do Mundo Perfeito e me perguntou se o moço do Catarro Verde havia escrito algum livro. Depois disso, pensei bem e percebi que não havia o que escrever sobre uma matéria sem pé nem cabeça, com endereços e imagens erradas dos blogs citados e um “jornalista” que não se deu ao trabalho de ler a geração que comentou (isso está virando moda.). Se uma senhora de setenta anos e uma garotinha de dez apontam erros desse tipo em uma simples matéria de jornal, não há muito o que dizer. E, também, meu saco pra essas coisas, foi-se. Hoje em dia, qualquer mané que tenha um blog metido a besta, medíocre e com quinhentas visitas diárias, consegue o que quiser, inclusive publicar um livro por uma grande editora, transar e ganhar meia página no Estadão para escrever bobagens.
No final das contas, os equívocos da matéria me fizeram rir um bocado, mas tive dó do rapaz. Concordo quando ele (que, segundo minhas fontes, também é made in blog) fala da falta de preparo de alguns desses novos escritores, mas gostaria que ele desse nomes aos bois para que os seus leitores – e eu – não terminássemos de ler a sua matéria achando que ele está tão despreparado para o jornalismo quanto alguns escritores podem estar para a literatura. E se ele quisesse realmente escrever sobre as coletâneas de material ruim da internet e que foi publicado em livro, não citou as pessoas certas. Mas é isso que dá zapear livros. Minha avó tem razão: como é que um sujeito que é pago para escrever, zapeia livros que deveria ter lido – ao menos para fazer direito o seu trabalho – e ainda diz esperar que as próximas gerações sejam formadas pela literatura e não pela televisão? Não bom…
Querido, siga os conselhos da tia Alê que, assim como a Dani e o Sérgio, não é mais tão jovem assim: dê o exemplo e leia, ao invés de zapear, os livros que decidir botar em pauta. É um bom começo.



Postado por:Alê Félix
20/08/2004
Comentários desativados em Das coisas que eu esqueci de escrever Comentários
Compartilhe

Comments are closed.