Ontem, assistindo a semi-final do Big Brother, respirei aliviada com o resultado, mas não deixei
de me sentir indignada. Não porque me simpatizava com fulana mais do que beltrana, mas porque –
dessa vez – este reality show está mostrando muito mais dos telespectadores do que dos
participantes.
É impressão minha ou o povo brasileiro abestalhou de vez com essa mentalidadezinha classe média?
Nunca imaginei que eu veria o que vi nos últimos dias. Foram demonstrações claras e sem o menor
constrangimento dos piores tipos de preconceito. Fiquei com a nítida impressão de que muita gente
fala e fala, mas na hora do vamos ver, só não discrimina pobres e negros se eles forem bonitos e
silenciosos. Não acho que uma pessoa mereça mais respeito e simpatia do que outra só porque é
menos favorecida, mas falar da ignorância da menina negra e pobre é ignorar a situação da maioria
das pessoas que vivem neste país.
Também não acho que pobreza justifique falta de educação, mas a moça podia ser o que for, tão
baixo nível quanto as brigas que rolaram nas madrugadas do programa foram os argumentos daqueles
que se enfureceram ao falar sobre ela. Muitas dessas pessoas, aposto que muito bem educadas.
Que sorte a dela ainda saber sorrir e cantar. Muitos de nós, engomadinhos educados em escolas
particulares, já teríamos amargado.
E não foram só adultos que falaram. Montes e montes de adolescentes dizendo bobagem. É fácil falar
da ignorância do outro quando se nasce com recursos para se ter uma vida decente. Burrice maior é
achar que o mundo gira em torno de um quarto quentinho com papai e mamãe no sofá da sala
planejando o futuro e pagando por ele. Eu suporto ver adultos cretinos, mas adolescentes, não. Se
aos quinze anos uma pessoa não consegue se indignar com as injustiças socias ou ao menos refletir
sobre essas questões, ela está condenada a ser um dos piores tipos de adulto.
O que eu vi, principalmente através da internet, foram demonstrações horríveis de preconceito,
maldade e falta de solidariedade. Na TV, vi o pobretão metido a besta querendo a qualquer custo se
relacionar com a turma classe média metida a besta, vi os super pobrinhos metidos a besta
se aproveitarem da situação para ganharem votos e vi a perua de Nova York ganhar milhões de votos
só porque ela era mais chique e metida a besta do que a babá feiosa. Solidariedade zero. E digam o
que quiserem, fiquei aliviada ao constatar que seis entre dez pessoas ainda são generosas o
suficiente para dar camarão para quem na vida só viu sardinha em lata e não para quem está
acostumado a arrotar caviar. Se a moça viajada fosse lá uma grande pessoa, ainda vá lá! Mas nesse
BB, aparentemente, ninguém cheira tão bem assim. Alias, aqueles que reclamaram do cheiro, deixaram
um odor nada agradável quando abaixaram suas máscaras e soltaram suas verdades.
Falando sério? Nunca vi tanto mala sem alça em uma casa só. E, sinceramente, eu adoraria saber
como a produção de um programa consegue ser tão incompetente a ponto de escolher tanta gente
desinteressante. Aliás, não sei porque eles insistem em manter esse sistema de escolha. Além de
extremamente fajuto, os dois finalistas do BB4 estão provando que deixar a seleção nas mãos de
Deus funciona melhor do que nas mãos dessa produção ou dos figurões da diretoria.
A coisa é tão bizarra, que eu me sinto mal toda vez que paro na frente da TV para assistir um ou
outro episódio. O único detalhe que me conforta é que o meu lado classe média metido a besta se
desculpa olhando o defeito do outro para aliviar o meu: “Pelo menos eu não sou trouxa de pagar
pay-per-view ou pagar para votar. Pagar para votar é ridículo. Que trouxas! Trinta centavos
vezes uma média de três milhões de babacas por votação… Eu hein! E o pobre coitado só ganha
quinhentos mil reais? Eu não pagaria nem uma ficha telefônica.”
Volto a dizer que não estou defendendo e nem aprovando a atitude de ninguém ali dentro. O que me
assusta é a agressividade, maldade, discriminação e a falta de solidariedade e bom senso dos que
estão aqui fora.



Postado por:Alê Félix
05/04/2004
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Anônimo

abril 13th, 2004 às 11:56

oi mor naum gostei do q vc fz ta vgnda……………mumumumumumu!!!!!!!!!
´pra vc [e zoeira(baah!]
beijos na ponta do nariz


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Leticia

abril 13th, 2004 às 12:03

oi mor naum gostei do q vc fz ta vgnda……………mumumumumumu!!!!!!!!!
´pra vc [e zoeira(baah!]
beijos na ponta do nariz
e td mentira eu entrei aki sem kerer desculpa pela bagunça!? lele


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Lucimere

abril 15th, 2004 às 16:28

Concordo com vc no que diz respeito ao processo de seleção da Globo, que é uma bosta mesmo!
Na verdade o BBB, seja lá pq for, é um programa q acaba prendendo nossa atenção… tanto q
acabamos formando opiniões, torcidas e criticas… Qto a Sol, o q pegou, não foi o preconceito da
cor nem a burrice exagerada, foi a “prepotência”… ah! ela abusou da paciência de todos, ela é
tão burra que nem se tocou que era burra. Pô peraí, ela poderia cantar “atirei o pau no gato”, por
exe, já q queria pq queria cantar, teria ficado mais digno… e qto aos outros teve de todos os
tipos… e tb não acho q seja a classe social, a + ou a – favorecida, que vá dar brilhantismo ao
programa… acho que o problema é de educação, coisa que vai de mal a pior em nosso país… quer
um exemplo, eu sou quase “cabacinho” em internet, minha vida e meu trab, até eu me apaixonar, não
me permitiam ociar na net e agora sou viciadinha e fico pulando de blog em blog “nas folgas” e o
que mais eu vejo é um portugues q eu “naum” conheço, dentre outras coisas, acho que além de
“linguagem internáutica”, existe uma predisposição em camuflar-se erros do nosso bom e sempre
complicadinho português. lamentável… mais acima dir-lhe-ei porquê vim. Um abraço!


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Ana Maria

abril 21st, 2004 às 14:48

Olha, vc falou tudo… Impossível concordar mais com vc!


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