O Bilhete:
“Murilo, eu sei que você está bravo comigo e por isto eu queria pedir desculpas. É que eu
estava doente e comecei a ficar zonza, zonza, zonza e meu estômago doía… Mas aquilo tudo que eu
disse no parque não tem nada a ver com você. Juro.
Será que a gente pode ficar de bem?”
Preciso de um papel de carta bonito.
– Alê, eu falei uma carta! Esse bilhete está ridículo. Você acha o quê? Que o Murilo vai ler
isto e desculpar você só porque o papel de carta é rosado e tem desenhos de flores do campo?
– Não agoura, Marilu! Não agoura! E isto não é rosa; é bordo. O bilhete está lindo. Pode entregar
assim mesmo. E cuidado pra não dobrar. Entrega enroladinho como se fosse um pergaminho.
– Vai quebrar a cara.
– Não vou, não.
Passei a tarde procurando pontas duplas no cabelo. Uma ansiedade que me fazia bater a cabeça na
parede. Pra piorar, a Marilu não voltou em casa naquele dia. Só foi aparecer no dia seguinte. E à
noite!
– Isso são horas?
– Você parece minha mãe falando. Eu, hein…
– E então? Como foi?
– Eu avisei…
– Ele não vai me desculpar?
– Não vai, não.
– Mas o bilhete estava tão bonitinho… O que ele disse?
– Ele não disse.
– Como não disse? Ficou mudo?
– Eu falei que era um bilhete seu, ele olhou e nem abriu.
– Foi embora assim? Sem mais nem menos? E a carta?
– Não leu…
– Devolveu pra você?
– Rasgou.
– Rasgou? Sem ler?
– Ãnrãn… Trouxe os pedacinhos pra você não achar que é invenção minha.
– Que cretino!
– Alê, a gente já esperava que isto pudesse acontecer. Eu acho que essa história não tem volta,
não.
– Que insensível! Você disse que eu estava doente?
– Disse. Em seguida dei o bilhete e ele rasgou na minha frente.
– Não acredito! Infantil! Babaca… Por que esses meninos são tão, tão, tão… Arght!
Ali começou um problema que me acompanhou durante muitos anos. Bastava o menino não me dar bola e
eu ficava enfurecida. Enfurecida e muito mais apaixonada… Não era masoquismo, era burrice mesmo.
– Olha, sem querer ser estraga-prazeres, mas já sendo, eu acho melhor você esquecer o Murilo.
– Não. Ele não quer ler, vai ouvir.
– Alê, o Ivo disse que o Murilo não quer mais ver você.
– Tudo bem. Eu não ligo. Mas ele vai ter que ouvir. Vou gravar uma fita cassete.
– Já vi que vai sobrar pra mim de novo…
– Vem, me ajuda a procurar o gravador.
———-> Continua
Clique aqui para ler o primeiro post da saga do primeiro beijo.
Mto maxa seu site…MAs kd o resto da saga do 1º beijo?Empacou no post XXXII? :))
Eu to kuriosa…Bjus
urra!!!!!!!isu aki num eh blog naum.mais sim um escracho bem violento!
Mto maxa seu site…MAs kd o resto da saga do 1º beijo?Empacou no post XXXII? :))
Eu to kuriosa…Bjus