– Você não acha que anda muito anti-social?
– Acho.
– E acha isso bom?
– Acho.
– Que bicho que te mordeu?
– Nenhum. Só não tenho mais saco pra sair por aí fazendo amigos.
– Há três anos?
– Se você contou, deve ser…
– Quer dizer que eu não sou mais sua amiga?
– Se a nossa amizade precisar de manutenção, não.
– Cara, você anda insuportável! Você vai acabar morrendo sozinha, sabia?
– Eu tenho gatos…
– Tomara que eles te comam.
– Melhor. Poupo vocês de gastarem dinheiro com funeral.
– Deus me livre, viver sem amigos…
– Acha que eu pago terapia pra quê?
– Porque você é louca?
– Louca e sábia.
– Grande sabedoria, acabar com as suas amizades.
– É você quem está dizendo que eu não tenho mais amigos, não eu.
– Além de mim, ninguém!
– Meu terapeuta.
– O que tem seu terapeuta?
– Meu terapeuta é o melhor amigo que eu poderia ter arranjado nos últimos anos.
– Onde está o telefone? Vou ligar pra sua mãe e pedir autorização pra internar você em um hospício. Terepeuta
não é amigo, querida!
– Não entendo porque tanto espanto. Pra mim ele é. Ele ouve, guarda segredo, passa uma hora tentando compreender
os meus maiores absurdos, não chora as pitangas no meu ouvido e cobra menos do que o último presente de
aniversário que eu te dei. Definitivamente, meu melhor amigo.
– Lelé, insuportável e avarenta.
– E sábia. Esqueceu de admitir que sou uma mulher sábia.
– Ok, sábia. Vou levar aquele notebook que eu te emprestei de volta para o meu lar.
– Por quê? Você não usa aquela porcaria!
– Porque a porcaria é minha, você é chata e eu não empresto minhas coisas para não amigos. Tchauzinho pra você.
– …



Escrito pela Alê Félix
12, novembro, 2003
Compartilhe

– Meu estômago não melhora nunca. A quantidade de coisas que o atacam parece cada vez
maior.
– Quer fazer uma lista?
– Hum… do quê? Das coisas que fazem mal ao meu estômago?
– Pode ser.
– Quer papel e caneta?
– Quero. Vamos lá. Deixa eu ver…
Dez minutos depois…
– Bela lista… metade dos meus clientes, advogados, contadores, moto-boys, quinze blogs, nove
sites, quatro livros, dois conhecidos, seis parentes, a maior parte dos programas de auditório,
todas as revistas femininas, uma amiga, comerciais de carro e de sabão em pó, mulheres
preocupadas com auto estima, homens fracassados, espírito classe média e oportunistas de
plantão.
– Interessante… nenhum alimento?
– Ah, esqueci dos intelectualóides e daquele pessoalzinho de sempre que vive enchendo o cinema
nacional de porcaria. Coloca também essa nova geração de supostos virtuoses literários que tem
surgido através da internet. Pode botar editores, críticos e escritores todos juntos. São um
bando de farsantes desprovidos de graça!
– Sem exceções?
– Raras. E não me olhe com esta cara. Pode incluir meu nome à vontade… E – não! – nenhum
alimento. O que me causa indigestão são pessoas que não se enxergam, não batatas.
– Seu humor não anda muito bom.
– Humor é uma questão de ponto de vista.



Escrito pela Alê Félix
11, novembro, 2003
Compartilhe

O médico me deu alta no dia seguinte. Mesmo com aquele anel lindo reluzindo na minha mão
direita, a minha cabeça ainda estava no ex e não no meu futuro marido. Não estava arrependida de
ter aceitado o pedido de casamento, principalmente porque imaginar a cara do ex quando soubesse
da novidade, me dava um prazer enorme. Ele terminou nosso namoro, ficou com a loira musicista,
mas eu estava noiva e casaria em menos de seis meses. Queria ver a cara do pateta quando
contassem. Sentimento de culpa por usar o clone para me vingar do ex? Nenhuma. Eu gostava do
Rodrigo (clone) e acreditava realmente que poderia me apaixonar com o tempo. Mas, primeiro, eu
daria o troco no ex.
Não demorou muito para que todo o meu despeito se tornasse um grande pesadelo. Rodrigo chegou um
pouco antes dos meus pais no hospital e entrou no meu quarto todo sorridente:
– Meu amor! Como você está se sentindo?
– Bem… bem melhor.
– Contei para os meus pais que vamos casar no fim do ano. Eles querem marcar um jantar na semana
que vem para que as nossas famílias se conheçam.
– O quê? De jeito nenhum! Quer dizer, vamos com calma…
– Calma? Mas nós combinamos ontem de casar no dia do seu aniversário. Precisamos ser práticos.
Não me dei conta de que casar implicava em comunicar à minha família, o que seria um caso sério
na minha vida. Desde a adolescência eu mantinha uma espécie de vida dupla. Não que meus pais não
soubessem quem eu era, mas meus problemas, namorados e farras eram mantidos longe do
conhecimento deles. Não por colecionar histórias muito cabeludas, grande parte até era, mas não
era só por isso. Eu tentava preservá-los das minhas confusões e garantir o meu sossego. Pai e
mãe podem dizer o que for, algumas coisas eles não estão preparados para ouvir. Aquela era uma
delas. Meus pais mal sabiam que eu namorava, como eu poderia apresentar um noivo de uma hora pra
outra?
– Não quero que os meus pais saibam deste noivado. Por enquanto, não.
– Mas porque? Teu pai não parece tão bravo assim…
– Ele é! Acredite. Ele é muito bravo. Se souber que eu estou namorando ele me bota em uma escola
de freiras.
– Alê, você já acabou os estudos…
– É sério. Ele me obriga a entrar para um convento ou coisa parecida.
– Alessandra…
– Não acredita? Pergunta para Marilu. Liga pra ela e pergunta os apuros que nós passamos quando
éramos mais novas.
– Não vou perder meu tempo com as suas histórias. Não vou fazer uma ligação internacional para
tentar compreender as suas maluquices. Teu pai, nem de longe deve ser o bicho papão que você
planta.
– Isso porque ele acha que você é meu amigo. Experimente virar namorado e você conhecerá a fera.
Arrisque dizer que vamos casar e seus dias na Terra estarão contados.
– Seu pai nunca soube de nenhum namorado seu?
– Nunca.
– Nunca desconfiou?
– Acho que sim, mas certeza, nunca teve. Minha mãe desconfiou uma vez. Se eu contar os detalhes
da surra que eu levei, você morrerá de dó de mim. Então encerramos este assunto por aqui.
Usava meus pais de escudo sempre que necessário. No começo, porque eles eram bravos de verdade,
mas depois era por ter acostumado com a idéia. Tornou-se confortável. Filha mais velha e com
pais conservadores – não foi nada fácil conquistar a confiança e a permissão deles para fazer
tudo o que eu quis. Foram anos de brigas e de namorados escondidos para que eu tivesse a
liberdade que eu queria. Nada no mundo me faria contar, por exemplo, o verdadeiro motivo da
minha estada naquele hospital e muito menos o porquê daquela aliança. Para me livrar destes
contratempos, eu usava de toda a minha inteligência e capacidade de improviso para convencê-los
de que não precisavam se preocupar comigo.
– Alessandra, que anel é este no seu dedo?
– Anel? Ah, achei no doce.
– Doce? Muito bonito pra vir em um doce.
– Não é um doce qualquer. É uma confeitaria bacana que vende uns doces invocados… Abriu faz
pouco tempo… Lá no shopping… Que horas são hein, mãe?
– Cinco e meia.
– Vou sair com o Rodrigo. Se ele ligar você diz que eu estou no banho?
– Onde vocês vão?
– Um aniversário…
– Você vê se pára de comer porcarias. Janta antes de sair. Assim não se empanturra de doces por
aí.
Nove horas da noite na sala de jantar, todos vestidos com roupas de festa de formatura, eu
embasbacada. Não sabia se me impressionava mais com os talheres da mesa ou com os pensamentos
sobre as possíveis roupas que aquelas pessoas usariam no dia do raio do casamento. Pai, mãe,
irmãos, sobrinhos recém-nascidos, tios e avós, todos me dando os parabéns e me tratando como se
fosse da família. Eu estava começando a ficar assustada quando a mãe dele pediu que eu a
acompanhasse até o seu quarto. A segui pelo corredor, ela abriu a porta, pediu que eu sentasse
sobre a sua cama, puxou a banqueta sob a penteadeira, sentou-se de frente a um baú e tirou de lá
um grande embrulho.
– Este foi o meu vestido de noiva. Quero que você use no dia do seu casamento com o meu filho.
———————>> Continua.
Clique aqui para
ler o Post I – O começo de toda a história do videotexto



Escrito pela Alê Félix
9, novembro, 2003
Compartilhe

Naquele dia eu descobri que não sei dizer “não” para duas coisas: pra “eu te amo” e para
pedidos de casamento. É impossível! Não interessa se eu amo ou não. Se alguém diz que me ama, eu
digo que amo também. E o que mais eu poderia dizer? “Valeu, aí!”, “Obrigada”, “Legal”, “Servimos
bem, para servir sempre”. Rir e dizer: “Se liga, mané!” ou “Ah, vá catar coquinhos!”? Não dá, eu
não consiguia. Dava dó. Não depois de uma vez que eu caí no riso e fui amaldiçoada pelo rapaz em
plena avenida Paulista. Depois deste trauma, os poucos cidadãos que se manifestaram levaram um
“eu também” para casa. É mais fácil. Até porque essa neura do “eu te amo” enche o meu saco. Tem
gente que passa a vida fazendo doce pra declarar os sentimentos. É muita pretensão achar que o
amor que podemos oferecer é algo tão grandioso que precisa ser guardado a sete chaves. Gente
besta. A maior parte de nós mal consegue dividir um dos lados da cama. Esperar a pessoa certa
para dizer “eu te amo” é o mesmo que esperar por príncipe encantado, alma gêmea e Papai Noel. É
não saber olhar para as qualidades e não curtir o que alguém pode te oferecer de melhor. Os
guardiões do “eu te amo”, que me perdoem, me poupem e se libertem, mas amor é pra ser declarado
e gozado, não guardado.
É claro que passei por situações constrangedoras com esta mania de dizer que amo a torto e a
direito, mas todas foram possíveis de serem contornadas. Se fosse um cara bacana era só dar uns
beijos e esperar a poeira baixar e, se não fosse, era só dizer que eu também amava, mas não
podia namorar por sofrer de uma doença ginecológica avassaladora e incurável. Raríssimos amores
são capazes de superar a idéia de uma periquita defeituosa. Era uma desculpa da boa. Sempre
funcionava.
Agora, uma coisa era dizer “eu te amo” para outro “eu te amo”; outra coisa era um pedido de
casamento. Se aquele pobre coitado tivesse visto o auê que eu havia aprontado na festa, duvido
que escreveria um pedido de casamento lindo como aquele. Mas dizer o que, numa hora dessas?
Olhá-lo, mesmo ele sendo uma versão melhorada do ex, era como olhar para o próprio ex. Mesma
altura, mesmo corpo, o corte do cabelo, a cor da pele, os óculos, o olhar preocupado, as mãos
firmes sempre agarradas as minhas… Ele estava confiante de que eu aceitaria o raio do pedido.
Comecei a chorar. Não de propósito, não tenho este dom. Chorei pelo ex, por mim, pelo clone,
pelos hematomas que levariam semanas para desaparecer e por me sentir covarde. Covarde a ponto
de aceitar um pedido de casamento acreditando que ele ocuparia minha mente o suficiente para que
eu esquecesse a confusão dos últimos tempos. Ele achou que era emoção, mas era só covardia e
egoísmo.
Eu estava perdida, confusa, mas ainda me apaixonava fácil, muito fácil. Dizia para quem quisesse
ouvir que havia quatro coisas que um homem poderia fazer para que eu me apaixonasse. Era só me
fazer rir, pensar, sonhar ou gozar. O clone fazia tudo isso, mas tudo pela metade. Por pura dor
de cotovelo, tentei acreditar que a metade, aliada a um rosto e um corpo bonito, bastaria para
que eu aprendesse a gostar dele e esquecesse o ex. E talvez bastasse, se ele soubesse quem eu
era. O pobre não sabia nada sobre a minha vida. Ele via o que queria e interpretava tudo errado.
Fraca, deixei que ele continuasse se enganando e me transfomando em uma pessoa melhor do que eu
realmente era. Fechei os olhos inchados de lágrimas e incidentes, assoprei um “sim” para aquele
pedido de casamento e engoli um “seja o que deus quiser” para a minha vida.
———————–>> Continua
Este foi o último post que escrevi sobre a história do videotexto. Parei em agosto (parece
que foi ontem) para poder terminar o primeiro beijo. Então, como o primeiro beijo está no fim,
coloquei o último post do videotexto para que eu possa refrescar minha memória e continuar de
onde parei. Hoje a noite coloco a continuação dele. Inté.

Clique aqui para
ler o Post I – O começo de toda a história do videotexto



Escrito pela Alê Félix
8, novembro, 2003
Comentários desativados em O videotexto (Post XXII)
Compartilhe

privada para casais.jpg

A primeira vez que eu vi a propaganda deste mimo, foi no Saturday Night Live em um quadro onde
eles anunciavam coisas que nunca seriam vendidas por aí. Uma pena. Eu compraria. É muito legal
jogar conversa fora no banheiro.
Aproveitei que encontrei esta foto no blog da Thaís e fui brincar um pouco no Photoplus. Tô ficando boa nesse
negócio. Já sei até fazer coisas e pessoas desaparecerem. É um bom passatempo.
Ah, também acrescentei umas palavrinhas.



Escrito pela Alê Félix
7, novembro, 2003
Compartilhe

Mande você também a sua história do primeiro beijo. Se ela foi uma nhéca mole que não
vale a pena ser contada, invente uma. Eu publico do mesmo jeito. 😉 Mas vê se manda por e-mail,
não vá colocá-la nos comentários porque perde a graça.



Beijo, abraço, aperto de mão e um rolê

– Vamos brincar de “beijo-abraço-aperto-de-mão-e-cut-cut-especial”?
Foi essa a frase que iniciou todo o processo. Estávamos no mesmo número de meninos e meninas.
Todos entre nove e onze anos de idade. Dentre as meninas, duas eram irmãs: Viviane e Vivian –
mais um caso de falta de originalidade dos pais na hora de colocar nome nos filhos. Eu sempre
confundi as duas, mesmo uma sendo mais morena que a outra.
Nos preparamos para a brincadeira. O mais tímido, ao mesmo tempo mais filho-da-puta, fazia as
perguntas. Os outros curtiam o frio na barriga causado pela espera. Mesmo com a possibilidade do
beijo na boca, era um alívio saber que podíamos pular fora escolhendo um aperto de mão.
Durante todo o rodeio inicial, eu me preparava para ser o “arriscadinho” da turma. Estava com
coragem o suficiente pra pedir um beijo, e sabia que não seria mais aquele selinho ingênuo de
quando eu tinha oito anos, seria o tão almejado e, ainda uma incógnita, beijo de língua. Eu
queria. Não importava com que menina.
Nos enfileiramos num muro que tinha na rua, um lugar mais escondido e gostosinho – tudo pra
criar aquele clima. A primeira menina a participar estava a fim de um cara e o “perguntador” deu
um jeito de ajudá-la. Eu fiquei naquela expectativa imbecil dessas horas. Tremia por dentro, mas
sempre deixando transparecer que eu tinha tudo sob controle. A menina escolheu o cara que
suspeitávamos e em seguida veio a pergunta:
– O que você quer dele?
Ela, de pronto, respondeu:
– Beijo. Mas no rosto…
Ela não queria parecer galinha. Como todo pré-adolescente retardado, demos boas risadas e
ficamos esperando a realização do beijo no rosto. Dado o beijo, a menina sentou-se conosco e o
cara ficou para fazer sua escolha. Acabou escolhendo a mesma menina. Pediu beijo na boca e
saíram do jogo para dar um “rolê” e o beijo.
Ficamos desfalcados, mas continuamos a brincadeira. Percebi que o intuito era formar os casais
pra todo mundo iniciar a “beijística” da vida.
O próximo a escolher fui eu. Fiquei lá, com os olhos tapados, dizendo “não” até receber aquele
cutucão característico para dizer “sim”. O cutucão veio e eu disse “sim”.
Naquele momento senti a barriga retorcer e o estômago revirar. O coração começou a bater mais
forte e as mãos suavam em bicas. Escolhi beijo na boca com direito a “rolê”. Quando abri os
olhos era a Viviane.
Imediatamente eu não era mais eu. Foi como se outra pessoa tomasse conta de mim e agisse como eu
esperava nos meus pensamentos sobre o futuro. Toda aquela coisa de pensar como seria quando eu
tivesse mais idade, estava acontecendo diante dos meus olhos.
Peguei na mão dela e saímos andando pra dar o rolê. Nessa hora não falamos. Aliás, não falamos
mais nada um com o outro. Eu falava comigo mesmo e ela com ela mesma. Estávamos prestando
atenção ao sentimento interno que apareceu. Paramos na frente da minha casa e, ainda sem dizer
nenhuma palavra, me aproximei do corpo dela, colocando minhas mãos na cintura pequena da menina.
Ela soltou um sorriso e lentamente aproximei o meu rosto do rosto dela. Senti nossas respirações
ofegantes, juntei meus lábios aos dela e fechei os meus olhos depois de ver que os dela se
fecharam. – Esse é o momento decisivo para decidirmos se vamos fechar os olhos antes ou depois
da outra pessoa. Eu decidi que ia fechar os olhos sempre depois, porque assim eu veria no rosto
dela a expressão de prazer, medo, ódio, nojo ou o que mais pudesse acontecer.
O beijo durou mais ou menos dois minutos. E quem parou de beijar foi ela. Demos aqueles três
beijinhos selinhos que encerram a jornada do grande beijo e nos abraçamos. Pronto, eu tinha
“ficado” pela primeira vez. Voltamos de mãos dadas até o local da brincadeira e apenas quatro
pessoas estavam lá conversando. Minha mãe veio me chamar porque era tarde e eu entrei sem tocar
novamente nos lábios dela. Nem naquele dia, nem nos dias que se seguiram, nem nos anos
seguintes. Nunca mais.



Escrito por Carlos Vidigal, moço sorridente, grávido, boa gente e que tem, entre o seu
arsenal doméstico, uma batina de padre. Encontre-o no seu Jornaleco!.



Escrito pela Alê Félix
7, novembro, 2003
Compartilhe

Carambolas! Só agora fico sabendo que várias pessoas que eu queria ter conhecido estavam na
festa de despedida do Blog’n’ Roll.
Não há como saber quem é quem no meio de uma multidão de desconhecidos. Crachás. Todo mundo
deveria ter usado crachás. Assim eu poderia ter repetido diálogos esquisitos e parecidos com
este a noite toda:
– Oi. Você é a Fatamorgana?
– Sou. Quem é você?
– Eu sou a Amarula com Sucrilhos.
Por mais que a gente se apresente direito, no dia seguinte, ninguém tem nome de gente, só URL.
Detalhe: se ele tivesse cantado dez vezes a mesma música, ninguém naquele bar teria reclamado. E
eu que achava que minha última oportunidade de ver uma cena parecida com esta tinha sido num clube familia em mil novecentos e bolinha.
O vídeo foi roubado do blog do Danilo. O babado foi tão bem filmado que mais parece um videoclipe. 🙂
Vejam.



Escrito pela Alê Félix
6, novembro, 2003
Compartilhe

– Ando tentadíssima a conhecer melhor o budismo. Sei muito pouco sobre esta religião, mas o
pouco que eu sei me deixa curiosa.
– Logo você, Alê?
– Poís é. Também acho estranho eu pensar nisto, mas tenho pensado.
– É o fim dos tempos…
– Tudo bem. Contanto que não seja só do meu, tudo bem.
– Egoísmo até na hora da morte é foda, hein!
– Ué! Se é pra morrer, que seja de turma.
– E quer ser budista…



Escrito pela Alê Félix
6, novembro, 2003
Compartilhe