Naquele dia eu descobri que não sei dizer “não” para duas coisas: pra “eu te amo” e para
pedidos de casamento. É impossível! Não interessa se eu amo ou não. Se alguém diz que me ama, eu
digo que amo também. E o que mais eu poderia dizer? “Valeu, aí!”, “Obrigada”, “Legal”, “Servimos
bem, para servir sempre”. Rir e dizer: “Se liga, mané!” ou “Ah, vá catar coquinhos!”? Não dá, eu
não consiguia. Dava dó. Não depois de uma vez que eu caí no riso e fui amaldiçoada pelo rapaz em
plena avenida Paulista. Depois deste trauma, os poucos cidadãos que se manifestaram levaram um
“eu também” para casa. É mais fácil. Até porque essa neura do “eu te amo” enche o meu saco. Tem
gente que passa a vida fazendo doce pra declarar os sentimentos. É muita pretensão achar que o
amor que podemos oferecer é algo tão grandioso que precisa ser guardado a sete chaves. Gente
besta. A maior parte de nós mal consegue dividir um dos lados da cama. Esperar a pessoa certa
para dizer “eu te amo” é o mesmo que esperar por príncipe encantado, alma gêmea e Papai Noel. É
não saber olhar para as qualidades e não curtir o que alguém pode te oferecer de melhor. Os
guardiões do “eu te amo”, que me perdoem, me poupem e se libertem, mas amor é pra ser declarado
e gozado, não guardado.
É claro que passei por situações constrangedoras com esta mania de dizer que amo a torto e a
direito, mas todas foram possíveis de serem contornadas. Se fosse um cara bacana era só dar uns
beijos e esperar a poeira baixar e, se não fosse, era só dizer que eu também amava, mas não
podia namorar por sofrer de uma doença ginecológica avassaladora e incurável. Raríssimos amores
são capazes de superar a idéia de uma periquita defeituosa. Era uma desculpa da boa. Sempre
funcionava.
Agora, uma coisa era dizer “eu te amo” para outro “eu te amo”; outra coisa era um pedido de
casamento. Se aquele pobre coitado tivesse visto o auê que eu havia aprontado na festa, duvido
que escreveria um pedido de casamento lindo como aquele. Mas dizer o que, numa hora dessas?
Olhá-lo, mesmo ele sendo uma versão melhorada do ex, era como olhar para o próprio ex. Mesma
altura, mesmo corpo, o corte do cabelo, a cor da pele, os óculos, o olhar preocupado, as mãos
firmes sempre agarradas as minhas… Ele estava confiante de que eu aceitaria o raio do pedido.
Comecei a chorar. Não de propósito, não tenho este dom. Chorei pelo ex, por mim, pelo clone,
pelos hematomas que levariam semanas para desaparecer e por me sentir covarde. Covarde a ponto
de aceitar um pedido de casamento acreditando que ele ocuparia minha mente o suficiente para que
eu esquecesse a confusão dos últimos tempos. Ele achou que era emoção, mas era só covardia e
egoísmo.
Eu estava perdida, confusa, mas ainda me apaixonava fácil, muito fácil. Dizia para quem quisesse
ouvir que havia quatro coisas que um homem poderia fazer para que eu me apaixonasse. Era só me
fazer rir, pensar, sonhar ou gozar. O clone fazia tudo isso, mas tudo pela metade. Por pura dor
de cotovelo, tentei acreditar que a metade, aliada a um rosto e um corpo bonito, bastaria para
que eu aprendesse a gostar dele e esquecesse o ex. E talvez bastasse, se ele soubesse quem eu
era. O pobre não sabia nada sobre a minha vida. Ele via o que queria e interpretava tudo errado.
Fraca, deixei que ele continuasse se enganando e me transfomando em uma pessoa melhor do que eu
realmente era. Fechei os olhos inchados de lágrimas e incidentes, assoprei um “sim” para aquele
pedido de casamento e engoli um “seja o que deus quiser” para a minha vida.
———————–>> Continua
Este foi o último post que escrevi sobre a história do videotexto. Parei em agosto (parece
que foi ontem) para poder terminar o primeiro beijo. Então, como o primeiro beijo está no fim,
coloquei o último post do videotexto para que eu possa refrescar minha memória e continuar de
onde parei. Hoje a noite coloco a continuação dele. Inté.
Clique aqui para
ler o Post I – O começo de toda a história do videotexto
Oi! Sei que um monte de gente já deve ter dito isso, mas é inevitável, seu blog é muito bom,
você escreve divinamente.
Parabéns! Beijo!
Olha se é ficção ou realidade não sei….mas é muito bem feito parabens!!! Gostamos tanto q se
vc deixar gostariamos de colocar um link seu no nosso blog.Se vc deixar nos avise pois a Fabi
vai atualiza-lo nesse fim de semana. ok?
Abraços
Fabio
Alê, kd os post do Primeiro beijo? 🙁
Olá… gostei muito do seu blogger… deveria investir em sites só pra ti!
Beijos!
Tô tão curiosa pra saber! =P e a história do 1º beijo? Hehe. Ai que curiosidade!
Hmmm…
Não resiste, é?
Entao toma:
Alê… Sei que você é uma mulher feliz e bem casada, mas nesse tempo todo acompanhando sua vida
descobri o que já não posso mais negar: eu te amo. Casa comigo…
…
:-DDDDDDDD
ja experimentei um lance perto disso… mas aceitar o casamento era demais pra mim!!! Ta bom, o
fulaninho me amava… na verdade, me via como a ex do amigo que ele faria tudo pra ter uma
namorada igual, ou quem sabe, ela mesma… e nao é que ele conseguiu?? Por uma mês, somente ume
mês… mais que isso, acho que quem enlouqueceria era eu!!!
Falo que amo sim… pra todo mundo que eu amo, mas só falo se eu amar de verdade, caso
contrário, rola um “eu adoro você” e pronto
Por acaso o “Maridon” é o “Clone”? *Se naum for, q bóia eu¬¬* Teh mais ^^
Ahhh. Estou com muita saudades do Videotexto!!!!!
Sou mais Videotexto do que A Saga, mas leio os dois!!!
Bjs
e cadê o chat?
Olá…mto bom seu site…amei!
passe la em casa tomem…e deixe seu recadinhu…bjoka
Não tortura, Alê! Libera a saga vai…
Beijos
nossa, to adorando o texto… tds essas coisas acontecem com vc, ou vc cria td isso?
Nossa, vc estava lá na festa da Fata, e a exemplo seu, na ausencia de cracha, acho que naum te
conheci….acredite ou naum, sempre dou uma passadinha por aqui….uma pena….beijimm…cri cri
Nossa, vc estava lá na festa da Fata, e a exemplo seu, na ausencia de cracha, acho que naum te
conheci….acredite ou naum, sempre dou uma passadinha por aqui….uma pena….beijimm…cri cri
Entao por isso que achei familiar esse post!!!
Eu sabia q tinha lido mas nao sabia quando por isso fui direto pro final né!!!
Hehehehe
Here Here!