Meu irmão e sua banda vão dar um show na terça-feira. Apareçam e venham me dar um beijo. Eu não mordo, mas tento. 😉
R$5,00 Covert e R$5,00 de Consumação
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Escrito pela Alê Félix
30, agosto, 2003
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Não vejo a hora de reclamar novamente do calor.



Escrito pela Alê Félix
29, agosto, 2003
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A ferramenta virou espelho e não gosto do que vejo.
Enjôo; enjôo de mim mesma. Meu umbigo escancarou e cuspiu no meu espelho. Gostava muito mais da minha memória quando ela não tinha registros e
arquivos on-line. Textos arrogantes, pretensiosos, estúpidos, cheios de diretas e indiretas e uma boa porção de bobagens espalhadas. Um espaço metido
a besta! Idéias ingênuas, muito ingênuas. Merda, um monte de merda em forma de textos. Gente, gente, gente… Gente querida que eu tento dizer “oi”,
gente não tão querida mas indiferente, gente de amor à primeira lida e gente que vive me salvando e eu nem sei ao certo do que… O virtual imita a
vida com a vantagem do boot e do delete, sempre à mão.
Achei que fosse um palco – ainda acho que é. Mas o fato é que, qualquer que seja a peça, eles sempre revelam mais do autor do que ele permite. Mesmo
quando tudo não passa de uma encenação, lá estão as confissões e as preciosas opiniões. Já não sei mais onde começa a história e onde acabam as
estórias. Será que alguém sabe? Será que os narradores sabem? Quisera a regra da primeira pessoa fosse real. Quisera não fosse…
Devia ter escrito os últimos meses em um caderno. Poderia agora atirá-lo em uma fogueira qualquer. Não quero deletar, deletar não deixa cinzas.
Quero uma fogueira. Fogueiras são dramáticas e eu gosto do ritual, do drama, da cor e do calor. Não vejo graça alguma em apertar botões para fazer
desaparecer. Se fossem folhas, rasgá-las em um instante de crise seria muito mais simples. Era mais simples…
Antes resolvesse sacudir o monitor, chutar a CPU, ou abarrotar os espaços em branco com palavrões e agressões. Antes eu soubesse como dizer “oi”…
Vergonha, uma vergonha de cavar buracos. Antes tivesse mantido o pseudônimo ou a gaveta fechada. Gaveta fechada não recebe visitas. Eu gostei dos
olhares… Teria sido este o meu pecado? Vaidade, vaidade, maldita vaidade.
Antes isto fosse um diário, antes tivesse um cadeado e antes fosse rosa… Antes ele não fosse! Porque, com o tempo e o reflexo, sinto que estou
prestes a atirar-me no lago.



Escrito pela Alê Félix
28, agosto, 2003
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Alguns nomes e sobrenomes nunca me saíram da cabeça. Fatos e pessoas muitas vezes se perderam, mas alguns nomes sobreviveram aos dias e ficaram
talhados na minha memória.
Uma mensagem antiga deixada em uma lista de discussão, pedia que orassem por ele. Eu não soube. Não naquele dia. Soube ontem. Soube porque não durmo,
porque passo muitas noites em claro, noites que me remetem a um silêncio tão alto que, para ignorá-lo, deixo minha mente repetir nomes e lembranças.
Pensei nele algumas vezes… Ontem, antes de ontem e na semana passada. Não por acaso, mas porque nunca deixei de pensar. Há mais de uma década não o
via. Durante este período nos falamos pouquíssimas vezes. Soube que ele mudou de São Paulo, casou pela segunda vez, que a primeira mulher tinha o meu
nome… Ele vivia reclamando da quantidade de “Alessandras” que surgiam no seu caminho. Quase não entrei para a lista. Ele insistiu. Insistiu que
beijos de praia podiam subir a serra, que podiam acabar em namoro, que não morávamos tão longe um do outro, que não éramos tão jovens e que não havia
nada de errado em dizer “eu te amo” na manhã seguinte. Arrastou-me para uma festa que atravessou a noite, me apresentou a sua cidade, seus amigos e
uma família que me despertava a sensação de um carinho eterno. Algumas pessoas a gente não conhece, mas sim reconhece. E ele me fez acreditar que eu
era uma delas… Quando acordei, já estava na lista. No início da lista…
Foi um namoro rápido. Tão explosivo quanto nós dois. Perdi as contas de quantas vezes me meti em encrencas durante os poucos meses que namoramos
escondido dos meus pais. Quatro ou cinco meses inventando histórias, dando desculpas e matando aulas para ficar junto o máximo que pudéssemos.
Imaturos e inexperientes, fomos, um para o outro, um bom test-drive de relacionamentos amorosos. Quando acabou, tentamos não nos perder de
vista, mas as namoradas seguintes não deixaram. Infelizmente, pessoas apaixonadas não lidam muito bem com amores passados. Foi uma pena…
Disseram que foi um câncer, um câncer raro aos trinta anos de idade. Ele não me contou… Estava longe demais para contar. Também, dizer o que depois
de tantos anos? Dividir a dor? Pra quê? Ele não quis dividi-la, não nos poucos interurbanos que trocamos. Mesmo sentindo que havia algo errado, me
limitei a aumentar a distância e achar que aquele era só o bom e velho jeito triste dele de ser.
É a primeira vez que eu sinto um pouco da minha história se desfazendo. A primeira vez que alguém que me fez sorrir e chorar de paixão vai embora. E
foi embora tão cedo que ando com medo. Medo da minha história (que é só o que tenho pra me segurar) ser tão frágil quanto a minha memória, o tempo e
a própria vida.
Depois de passar o dia com os olhos grudados na minha pequenez e na minha saudade, me sinto vivendo uma ilusão estúpida e sem sentido. E, mesmo
sabendo tanto da vida quanto eu sei da morte, ainda me sinto com toda a arrogância daqueles que acham que sabem alguma coisa. Até meu ceticismo
tornou-se uma fórmula… Sempre achei que viver intensamente bastaria, mas hoje me contentaria com qualquer teoria que me convencesse de que viver é
algo mais do que respirar e seguir em frente. Hoje, qualquer “intensamente”, soa distração e consolo. Ao contrário de todos os dias, estou dando uma
banana pra idéia de que viver vale a pena. Talvez eu nunca tenha feito isso direito e não quero mais escrever sobre o que estou sentindo. Escrever me
consola das minhas dores existenciais e tô de saco cheio de amenizá-las. Não hoje… Hoje quero que as minhas dores simplesmente se fodam. Hoje eu só
quero morrer de saudades em paz. Só quero lembrar do que passou, do que sempre ficou, de como éramos… Só isso, nada além disso. Mesmo que já esteja
tudo escrito, mesmo que tudo seja passado, mesmo que eu ainda seja capaz de senti-lo ao meu lado dizendo pra eu deixar de ser boba e parar de
chorar…



Escrito pela Alê Félix
26, agosto, 2003
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Acordar, comer, respirar, pensar, exercitar, dormir, sonhar e acordar novamente. Não é à toa que todo ser humano busca a tampa da sua panela. Se
não fosse uma ou outra paixão encontrada no meio do caminho, viver seria somente sobreviver. Seria como almoçar chuchu e jantar quiabo todo santo
dia. Paixão é tempero, o tempero da existência. Alguns gostam dos sabores picantes, outros são lights, alguns são doces, muitos exageram no sal,
poucos acertam a mão e menos ainda se tornam chefs, mas todos fazem as suas misturas e são loucos por degustações.
Onde eu me encaixo, eu não sei bem. Às vezes eu exagero no sal, outras no açucar. Mas olhando friamente, posso dizer que estou no bolo dos que
apreciam os sabores picantes – apimentados, eu diria. Minhas paixões são saboreadas como pimentas malaguetas. Começam ardidas, saborosas, ateando
fogo e causando urros de prazer. Elas reviram do avesso e, no final, acabam sempre em indigestão.. e na merda.

E tu? Como é que tu temperas?



Escrito pela Alê Félix
23, agosto, 2003
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Lembram que eu falei da entrevista que a Daniela Abade deu no Espaço Aberto para o Pedro Bial? Quem não viu
e quiser ver ou ouvir, basta escolher as opções abaixo.

Vídeo
Áudio



Escrito pela Alê Félix
21, agosto, 2003
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Quando eu nasci…

Quando eu nasci, você já beijava na boca, já brigava, já tocava violão e achava que não viveria mais tempo do que o seu papai viveu. Enquanto eu
crescia, você se tornava o homem que, sem querer e saber, eu sonhava.
Eu sei que não há romance sem que haja um pouco de magia, mas confesso que é difícil não acreditar em destino vendo os anos passarem ao seu lado.
Sempre que eu conheço alguém que eu gosto, torço para que eu continue gostando dela até o dia do seu aniversário. De alguma forma essas datas me
fazem agradecer pela vida e pelos encontros. No seu caso, eu tinha pouco menos de seis meses e, num primeiro momento, achei que não daria tempo,
afinal meu coração vagabundo gostava e desgostava de pessoas como se elas fossem roupas. Levei anos para entender porque nosso caso não acabava
nunca.
Um dos motivos é que eu sempre gostei do fim das histórias. Hoje eu compreendo porque sabotei tantos relacionamentos. Só não pude imaginar que meus
planos não funcionariam com você, assim como ainda não consigo imaginar outro homem que me prenda e fascine como você o faz. Eu te admiro – admiro da
forma mais profunda e honesta que eu poderia admirar um ser humano. Admiro seu olhar para as coisas da vida e admiro cada segundo da sua existência.
Gosto do seu passado, do seu presente e do seu futuro.
Você sabe disso, sabe de tudo isso, porque desde que nos conhecemos não me canso de repetir o quão especial você é. E não é porque eu te amo. Você
bem sabe que eu não tenho dificuldades para amar; tenho dificuldades para admirar, respeitar… para amar, não. Nasci com olhos aguçados para
encontrar pêlos em ovos e não sei o que teria sido de mim se não o tivesse encontrado. E não me aponte seus defeitos, porque já revirei sua cota de
imperfeições e, cada dia que passa, enxergo você maior e melhor. Sempre gostei de grandes homens, mas você foi a melhor surpresa que a vida aprontou
para mim.
Em um dia como hoje, eu poderia mais uma vez agradecê-lo por existir, por me amar ou por dividir seu tempo comigo, mas não quero fazê-lo. Eu seria
repetitiva demais para nós dois.
Não me recordo de nenhuma prova do meu amor que não tenha sido entregue com fitas vermelhas nos dias dos seus aniversários. Mas, depois de tantos
anos, eu sinto que a minha criatividade não é mais a mesma. Tanto é que muitas vezes me sinto com uma vontade louca de apelar para as demonstrações
fáceis e ridículas de afeto. Estou por um triz de pendurar um faixa, convocar uma serenata, grudar no alto falante e declarar o meu amor
publicamente. Cansei de dizer de um jeito bem elaborado que amo você. Amor maior devem sentir os que não se intimidam com declarações públicas. Mas
hoje não… Hoje eu descobri que o amor também tem silêncio e que mesmo assim, sinto que vou te amar pra sempre.



Escrito pela Alê Félix
19, agosto, 2003
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Quando você nasceu…

Quando você nasceu, ganhou de presente o magnetismo de uma flor e a força do vermelho, como se tivesse nascido em um jardim. Como se a flor
fosse sua mãe e a terra o seu pai. E havia mesmo uma flor no jardim. Uma flor solitária, mas forte o suficiente para adubar e semear sobre a terra.
Graças ao jardim da flor e ao rubro da terra, você tem esses olhos enamorados, esses traços bem desenhados e esse seu jeito apaixonado. Graças a eles
você cresceu forte, verdadeiro e dedicado. Devo a eles o seu humor, sua tranqüilidade e sua infinita bondade.
Sempre que o mês de agosto aponta no calendário, uma comichão de pensamentos toma conta de mim. Nesses dias sinto uma vontade enorme de agradecer a
sua existência.
Todo mês de agosto eu penso nos seus pais. Penso nas qualidades que você herdou da sua mãe, penso nas manias e nos detalhes da sua personalidade,
visivelmente herdados do pai que você mal conheceu, e penso nos traços e misturas necessárias para que você viesse ao mundo e se tornasse o homem que
você é. Penso que deveria agradecer a eles em todos os seus aniversários. Porque, se eu amo, admiro e adoro você e a história da sua vida, é graças a
eles. Graças ao jardim da Flor e o rubro do Rubens.

Amo você. Feliz aniversário.



Escrito pela Alê Félix
19, agosto, 2003
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