Não fosse tão umbilical, eu abaixaria meu tom de voz, filtraria meus discursos e não ostentaria tantas opiniões. Seria menos agressiva, menos
arrogante e mais carinhosa. Tiraria menos conclusões e seria mais atenciosa. Destruiria minhas verdades absolutas e teria mais fé, mais amor e mais
silêncio. Passaria mais tempo olhando pra mim e menos para os outros. Não toleraria meus preconceitos, dos confessáveis aos inconfessáveis. Seria
mais tolerante, menos implicante, menos maçante. Leria mais, escreveria menos. Pensaria menos, falaria menos, meditaria mais, ouviria mais.
Regularia os decibéis das minhas gargalhadas e não choraria de soluçar. Ignoraria sentimentos de inveja, pena e ódio. Respeitaria mais, muito mais. E
focaria meu olhar para os meus e os seus predicados e não seria tão severa com as nossas imperfeições, porque nunca fomos e nunca seremos melhores ou
piores nas nossas comparações.
Se não fosse tão umbilical, eu perdoaria menos e me desculparia menos porque brigaria menos. Se não fosse tão umbilical não precisaríamos sofrer
tanto com as nossas discussões, mas se não fosse tão umbilical não sei se eu gostaria e me importaria tanto com você.
Nós não pedimos pra nascer, muito menos pra crescer embaixo do mesmo teto. Mas já que a vida fez questão de diminuir nossas distâncias, acho que
podemos fazer melhor.
Parabéns, você conseguiu definir muito bem o meu sentimento umbilical. Mudar de teto faz muito bem, o cordão umbilical permanece, mas a distância
traz a saudade e diminui atritos.
Sinta-se abraçada.
Mari
Uma frase da Radical Chic q tem a ver:
“Terminei com o Betão. A gente se entendia superlegal, gostava das mesmas coisas, tinha tesão um no outro, se tratava com carinho, detestava o cinema
iraniano… mas faltava conflito, entende?”
As pessoas são diferentes, têm idéias e opiniões diferentes. Por isso os conflitos existem, e é justamente por isso que temos que ‘saber negociar’
nosso espaço, nossas opiniões, nossos conceitos. É difícil, é uma luta árdua, mas tem que ser travada sempre. Eis a graça da vida.
Beijocas!
o excesso de convivencia tem dessas coisas…. amaria meu irmao da cabeça aos pes… com um detalhe, se ele nao fosse meu irmao. Beijocas, linkei vc.
O problema é que com as pessoas que moramos a gente não tem meias palavras…pricipalmente parentes…
Puxa, qta gente se identificou… eu tb. Com algumas alterações tb, exceto a parte final, me sinto assim… parecia um espelho.
PS. Espero que agora eu consiga entrar no seu escambo 🙂
Beijos
Oi Alê.
Com pequenas alterações, é justamente assim que eu me sinto ultimamente. Fico pensando exatamente isso; se fazemos parte da mesma família, poderíamos
fazer melhor… Mas não depende só de um lado querer. Ou, talvez, como vc falou, devesse ser mais uma porção de coisas e menos outras tantas. Se não
fosse tão umbilical…