Um dia desses, me peguei pensando nas pessoas que odiei.
Odiar sempre me fez muito mal. Um mal que doía e eu não sabia onde. Um mal tão mau, que me impedia até de chorar em paz. Continuo com o mesmo hábito
de sempre: afundo o rosto no travesseiro e escondo até os soluços.
O danado já doeu muito e ainda dói quando aparece. Às vezes penso que ele nunca mais vai voltar. Penso que já aprendi a controlá-lo, que ele não me
pega mais, que eu não tenho mais idade pra isto mas, quando eu menos espero, ele vem e bum! Se esparrama pelo meu peito, meu estômago, enrijece meus
ombros, muda a expressão do meu rosto, esgota minha mente e explode; explode e faz o maior estrago; explode, faz estragos e não vai embora; fica por
ali, me atormentando por algumas semanas.
Acho engraçado este povo que diz que não odeia ninguém. Duvide-o-dó!
Se a gente pensar com coragem para assumí-lo, faz até uma lista.
Um dia desses eu faço a minha.



Postado por:Alê Félix
05/04/2003
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