O Loiro27.
Não era a primeira vez que eu marcava um encontro às escuras . A primeira vez tinha sido por conta de um programa de
rádio; a segunda foi graças a um amigo do mal que decidiu me sacanear. Foram experiências um pouco traumáticas, mas
eu curtia a adrenalina de conhecer antes e olhar depois. Acho que foi este o motivo pelo qual eu arrisquei conhecer,
pessoalmente, algumas pessoas do videopapo. Mas, mesmo assim, decidi tomar algumas precauções.
– Anita, boa tarde.
– Oi! Está ocupada?
– Oi, dá pra falar rapidinho. Nem vou sair para o almoço hoje de tanto trabalho acumulado. Sem contar que a
pentelha da assistente da vice-diretora não veio trabalhar hoje e adivinha pra quem sobrou? Pra mim é claro! Estou
tendo que fazer o meu trabalho e o dela. Pra piorar tudo, eu ainda esqueci umas coisas em casa e não…
– Pára. Pára tudo, senão quando você acabar não vai sobrar tempo pra mim. O que você esqueceu em casa?
– Meu cartão de crédito. Preciso sair daqui e comprar um sapato pra festa de casamento da Sabrina.
– Eu passo na tua casa e levo pra você. Avisa sua mãe que mais tarde eu passo lá e pego.
– Ai, jura Ale? Nem sei como te agradecer…
– Eu sei. Preciso de um favor seu.
– Demorou, hein! Logo vi que a esmola era muita.
– Coisa pouca! Marquei de almoçar com um menininho do videotexto. Só por garantia; me dá uma bipada daqui a
uma hora?
– Só isso? Quem é o azarado?
– Loiro27a. E morda a língüa antes de destilar o veneno! Marquei de conhecer o povo do videotexto nesta
semana, antes que eu precise entregar o terminal. Preciso aproveitar os contatos.
– Vai entregar o brinquedinho por que? Bebeu? Você ganha uma fortuna naquele lugar!
– Mas minha vida está um porre!
– Pobre é foda, nunca vê dinheiro, quando vê entra em crise existencial.
– Alôoou… achei que tinha ligado para minha amiga, mas pelo visto liguei para o Disque Conselheiras de
Plantão! Me poupe! Não esquece do bip.
– Não esquece meu cartão.
Duas da tarde, estacionei o carro em frente ao prédio onde morava o Loiro27a e, antes que eu me identificasse na
portaria, aparece alguém do nada e cutuca as minhas costas.
– Você é a Alessandra?
– Sou. Você…
– Loiro27, mas creio que tu prefiras me chamar de Adolfo.
Levei alguns segundos para esboçar algum tipo de reação. O cara tinha no máximo vinte anos, usava coturno, short e
camisa camuflada. Um boné militar do Recruta Zero cobria-lhe parte da testa e, para alimentar o estilo guerrilheiro
selvagem, o moço mantinha uma barba adolescente metida a Falcon. O figurino seria um mero detalhe se os meus olhos
não tivessem percorrido cada milímetro do modelito e descoberto que o cidadão andava com uma faca amarrada na coxa!
Loiro27a uma ova, o sujeito devia pensar que era o Rambo!
Toca, bip! Toca, bip! Toca, bip!
Continua
gentiiiii…adorei a saga du 1º bju…eh mt legal….
continuem axiiim
bju!!
Pô a saga do primeiro beijo é tudo! Como vc escreve bem, Parabéns! Esta situação contradiz c/ as de muitas outras
garotas e isso é legal!
t+
DÃ!!!!!!!!!!!!!