Normalmente eu sorrio para as pessoas, mas não espero que elas sorriam de volta.
Gosto de gente mais do que qualquer coisa nessa vida, mas às vezes detesto multidões.
Morro de curiosidade, falo na cara, minto se for vital ou por diversão. Raramente sou falsa…
Não gosto de gente arrogante, cínica e egoísta.
Durmo mal, muito mal e muito pouco.
Tenho uma pinta preta num dos dedos do pé que um dia serviu para que os meus pais me encontrassem entre tantos outros bebês da maternidade.
Gosto de ganhar dinheiro tanto quanto gosto de gastá-lo, mas detesto fazer compras.
Nunca tive emprego… Ou nenhum que me fizesse levá-lo a sério pra vida inteira.
Gosto de jogos, trapaças e dinheiro fácil, mas só quando a gente não faz nada de errado enquanto o engole.
Sou uma mulher de sorte… Sorte no amor, nos jogos, nos negócios, nas amizades, na família, sorte até o fim.
Gosto de trabalhar por horas a fio, gosto de não fazer nada. Adoro não fazer nada! Acho o “nada”, “tudo”!
Fui dona de um bar de reggae, fui fotógrafa, assistente de leiloeiro. Vendi videotextos, poemas, passes escolares, computadores e livros paradidáticos usados. Fiz geladinhos azuis e bolinhos de chuva… Vivi e vendi todos eles. Hoje eu tenho a editora, mas só escrevo quando estou equivocadamente apaixonada.
Queria aprender a desenhar sem medo de borrar, namorar em outros idiomas e cantar de um jeito que fizesse as pessoas felizes, mas minha preguiça nunca deixa.
Invento palavras quando não consigo encontrá-las, evito palavrões pra não assustar os adultos, eventualmente me calo.
Gosto de acordar sem despertador, ficar na cama fazendo e pensando bobagem.
Gosto de sonhar acordada um fim de semana inteiro…
Não suporto gente fútil, que não sabe o que fazer com a fácil da vida, rebeldes sem causa e problemáticos de plantão. Essa gente me cansa. Gosto de pessoas corajosas e me apaixono facilmente por quem me faz rir, crer, pensar e amar.
Nunca achei que eu fosse casar, mas foi impossível não casar. 
Nunca achei que eu fosse me separar, mas meu coração sempre falou mais alto do que os meus medos.
Dias frios me deixam triste, o sol costuma me sarar…
Tenho lembranças lindas de dias de chuva…
Gosto de músicas tristes, das que deixam a gente com vontade de dançar, das que fizeram parte da minha história e das que vão tocar quando eu for embora. 
Morro de saudade… E, dia após dia, ela me mata um pouquinho.
Nunca olho pra frente, tropeço com freqüência e me esborracho de dar dó, mas levanto inteira. Sempre. Quase sempre…
Gosto de chegar em casa e gosto de não ter casa, mas duas idéias moram dentro de mim: ou construo uma fortaleza no meio do nada para viver minha solidão em paz ou coloco minha vida dentro de uma mochila, para que o tempo me leve mais leve em busca de outros horizontes.
Gosto de cuidar do meu jardim, ficar à toa olhando para o céu, plantar flores coloridas, descansar em redes molengas que modelem meu corpo em outro corpo…
Quero ter sobrinhos, nunca quis ter filhos.
Gosto de dar festas, gosto de quem faz festa quando me vê chegar…
Gosto de imaginar que futuro é pra sempre, de visitar meu passado, fotografar os presentes.
Já gostei de política, já levantei bandeiras, já deixei de acreditar.
Posso passar horas observando multidões ou uma só pessoa… Minha mente não pára, minha cabeça me cansa.
Tenho sempre grandes ideias e convicções, mas todas elas mudam o tempo todo…
Falo mais do que deveria, muitas vezes me arrependo.
Vivo com pressa, acho que nasci meio criança meio velha, que a vida vai passar, que vou chegar nas portas do céu e lembrar que esqueci a porta de casa aberta e preciso voltar. E vivo negociando com Deus meu bocado de vida eterna, quase sempre aqui na Terra.Digo sempre que não tenho tempo e ele me escapa pelos dedos…
Dentro de mim sempre mora uma louca que grita e faz estragos irreparáveis. Muitas vezes ela me cansa… Sei que estou cercada de gente querida e agradeço cada minuto da existência de quem se mantém segurando minha mão, mas a cada dia que passa me sinto mais só.

PS – Alê o quê? Por aqui, só “Alê Félix”. Mas é “Alê” de “Alessandra”, embora o “Alessandra” sempre me faça achar que vou levar uma bronca. Então, fico à vontade pra me deixar pequenininha, sendo só “Alê”. Ah! E eu sei que não te conheço, mas se você se deu ao trabalho de chegar até aqui, eu também quero saber: e você? Quem é você? Se quiser me contar, eis os caminhos:

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Alessandra Felix

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